Guia do isolamento absoluto: confira dicas de como fazer

isolamento absoluto

Alcançar bons resultados com os procedimentos realizados dentro do consultório odontológico é o objetivo de qualquer cirurgião-dentista. Para isso, é necessário conhecer uma série de práticas, entre elas, o isolamento absoluto (IA), que pode ser usado em alguns tipos específicos de atendimento.

Muitas vezes, alguns profissionais caem na tentação de ignorar essa estratégia para conseguir economizar tempo ou por achar que, sem ela, a rotina será mais prática. Entretanto, pensar exclusivamente em agilidade pode fazer com que o dentista se esqueça que o caminho mais rápido nem sempre é o melhor.

Para você que quer tornar os seus atendimentos mais seguros e eficazes, preparamos este guia sobre o IA, no qual vamos te dar algumas dicas de como fazer. Boa leitura!

Para que serve o isolamento absoluto?

O IA foi introduzido na odontologia em 1864, nos Estados Unidos, por Sanford C. Barnum. Desde então, a prática tornou-se cada vez mais presente dentro dos consultórios, justamente por oferecer muitas vantagens.

Primeiramente, é um dos melhores meios para conter a salivação e, como consequência, oferece boas condições de trabalho, especialmente ao manusear materiais restauradores.

Em segundo lugar, impede que o paciente engula pequenas peças ou materiais, além de ser um meio de diminuir problemas pós-operatórios por contaminação de fluidos bucais.

Outra vantagem do IA é que ele proporciona visibilidade e acesso à área muito melhor, o que torna o trabalho do cirurgião-dentista mais seguro e preciso.

Desvantagens do IA

Assim como tudo tem o seu lado negativo, o isolamento também tem pontos desvantajosos — mas que não devem ser justificativas para não aplicar a técnica, e sim questões que necessitam de ajuste e melhoramento.

O primeiro ponto é a dificuldade de fazer o IA em dentes pouco erupcionados e em terceiros molares e dentes mal posicionados. Em segundo, o seu paciente pode sentir dor e desconforto durante o uso.

Por último, é preciso estar atento às pessoas alérgicas ao látex — embora, nesses casos, as reações tendem a acontecer não só pelo uso do dique, como também por luvas e outros materiais que contam com o componente.

Dessa forma, fique atento se o paciente começar a ter inchaço na região onde o isolamento está, assim como erupções na pele e coceira. Lembre-se: alergia é um assunto muito sério e pode, até mesmo, tornar-se uma emergência no consultório.

O látex pode causar choque anafilático na pessoa alérgica, que caracteriza-se como uma reação grave em que há riscos de parada cardíaca, dificuldade para respirar e, até mesmo, pode levar à morte.

Isolamento absoluto
Uma das desvantagens do isolamento absoluto na odontologia é que o choque anafilático pode gerar dificuldade para respirar.

Como saber se o paciente é alérgico ao látex?

Nem sempre o seu paciente vai ter essa informação e, portanto, é preciso prevenir-se de qualquer ocorrência. O artigo “Recomendações para o diagnóstico de alergia ao látex” traz alguns pontos que podem ser inseridos na anamnese:

  • Já trabalhou ou trabalhou na área da saúde?
  • Se sim, por quanto tempo?
  • Há quanto tempo faz uso de luvas de látex? Se sim, qual era o material?
  • Já recebeu alimentação por sonda nasogástrica? Se sim, qual era o material?
  • Já fez uso de sonda vesical?
  • Tem contato com produtos com látex (balões de festa, preservativo etc.)?
  • Tem algum hobby que use materiais de borracha?
  • Há familiares com alergia a látex? Qual o grau de parentesco?
  • Tem algum sintoma ao usar materiais com látex?
  • Tem dermatite de contato ou/e asma?

Além do questionário, você pode solicitar um exame laboratorial para confirmar a presença da alergia e eliminar qualquer dúvida sobre o assunto.

Quando utilizamos o isolamento absoluto?

Diversos procedimentos odontológicos podem se beneficiar do IA. Em seguida, listamos alguns deles.

  • Restaurações (o campo úmido prejudica os materiais restauradores);
  • Intervenções operatórias (com o objetivo de manter a região limpa, seca e afastar bochecha, lábio e língua);
  • Procedimentos que gerem aerossóis ou gotículas (reduz significativamente partículas suspensas no ar em um diâmetro de 1 metro);
  • Colagem dos brackets ortodônticos (protege o paciente de engolir peças e reduz o tempo de trabalho);
  • Trabalhos protéticos.

Isolamento absoluto: materiais

O primeiro passo para o procedimento é separar todos os equipamentos necessários. Vamos entender melhor.

Lençol de borracha para isolamento absoluto

Os isolamentos geralmente são feitos com lençóis (ou diques) de borracha, e mesmo que não seja o único material utilizado, é a maneira mais recomendada.

Na hora de escolher a cor, lembre-se de optar por uma que dê contraste com os dentes, pois essa é uma boa forma de melhorar a visibilidade durante os procedimentos.

Dica: alguns dentistas utilizam vaselina para lubrificar os lençóis de borracha, porém, por ser um derivado do petróleo, ela corrói o material após alguns minutos, tornando o campo menos seguro. Ao invés disso, opte por lubrificantes à base de água.

Arco porta dique

Para manter o dique de borracha bem estendido, é preciso utilizar o arco porta dique, que pode ser encontrado nos modelos Young (tem formato de U e pontas metálicas) e Ostby (é circular). Este material é reutilizável.

isolamento absoluto
Para saber como fazer isolamento absoluto, é importante conhecer cada material.

Alicate perfurador

Além disso, será necessário utilizar um alicate Ainsworth para fazer as perfurações, um arco metálico Young, grampos (com e sem asa, dependendo do dente) e uma pinça Palmer. Para fazer as marcações, utilize uma caneta comum para retroprojetor, e para fortalecer a fixação, utilize fio dental.

Pinça porta grampo

Também conhecida como Palmer ou Brewer, ela é responsável por adaptar os grampos aos dentes.

Grampos para isolamento absoluto

Os grampos são itens que podem ser encontrados em diferentes formatos, uma vez que cada um tem um propósito. Com a ajuda deles, o lençol de borracha ficará bem firme e, também, será feita uma melhor retração gengival.

Isolamento absoluto: passo a passo

O primeiro passo para fazer o IA é marcar o lençol de borracha com a caneta. Para isso, prenda-a ao arco metálico Young nas extremidades. Em seguida, peça para que o paciente abra a boca e apoie o lençol sobre os dentes que serão isolados, marcando-os com a caneta sobre a borracha.

Muito importante: utilize luvas durante todo o processo, e dê preferência às pinças para manusear os objetos, utilizando as mãos somente quando necessário.

Dependendo da posição dos dentes, peça para que o paciente incline mais ou menos a cabeça, assim, não haverá desconforto.

Dica: alguns dentistas traçam uma cruz no lençol, dessa forma, fica mais fácil de encontrar seu centro e marcar os dentes.

Em seguida, retire o lençol e fure as marcações com o alicate Ainsworth. Após a perfuração, passe lubrificante sobre os furos para que haja uma maior aderência aos dentes durante a aplicação.

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As marcações são necessárias para encaixar bem os dentes.

O próximo passo é encaixar o grampo que fixará o campo operatório. Para isso, coloque-o sobre o furo correspondente à marcação, expandindo o lençol. Os demais furos servirão para encaixar os outros dentes.

Em seguida, com o auxílio de uma pinça Palmer, abra o grampo e encaixe no dente do paciente. Com o dedo, vá abrindo o restante dos furos para que se adaptem aos demais dentes.

Para um melhor encaixe, você pode passar o fio dental entre os dentes, empurrando o lençol até o final, próximo à gengiva. Em seguida, traga o lençol com uma espátula até a cervical até que esteja bem fixa. Assim, o campo operatório estará pronto para receber o procedimento de forma segura.

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O campo operatório oferece diversas vantagens para o cirurgião-dentista.

Remoção do isolamento absoluto

Após o procedimento, será necessário desfazer o isolamento. Comece utilizando a pinça Palmer para retirar o grampo fixado ao dente. Em seguida, solte o lençol do arco metálico Young.

Com uma tesoura pequena, corte as proximais do lençol, rente à vestibular, sempre com muito cuidado. Após aberta toda a parte de cima, remova a borracha pela parte de baixo, puxando com calma até que se desloque totalmente.

Todo o cuidado é pouco com a boca dos pacientes! Praticar o isolamento absoluto do campo operatório garantirá maior biossegurança e limpeza no seu campo operatório, e consequentemente, maior satisfação de seus clientes.

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