Restauração indireta em resina composta

As restaurações diretas em resina composta constituem-se como uma das técnicas restauradoras mais realizadas pelos profissionais para a resolução estética em dentes anteriores e posteriores. Porém, quando ocorre uma maior destruição coronária nos dentes posteriores que compromete a face oclusal além de 1/3 da distância entre as cúspides, o ideal é que se indique restaurações indiretas em metal, cerâmica ou resina. A técnica restauradora indireta com as resinas compostas microhíbridas constituem-se numa alternativa clínica simples e com excelentes resultados mecênicos e estéticos. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico em que se preparou o dente 46 para confeccionar uma restauração indireta em resina composta com auxílio de um silicone de adição para modelo.

Introdução

Os problemas que acometem os dentes posteriores, na maioria dos casos, estão relacionados às lesões cariosas iniciadas na dentição mista. Dentro deste contexto, o comprometimento dos tecidos dentários, bem como do órgão pulpar é importante e as vezes inviabilizando um tratamento restaurador mais simples.

O desenvolvimento de novas resinas compostas tem proporcionado melhoria nas características mecânicas aumentando a resistência à abrasão e à compressão destes materiais bem como uma baixa contração de polimerização. A estes fatores, somam-se às modificações nas características estéticas, com diferentes graus de opacidade e translucidez conferindo melhores resultados estéticos às restaurações.

As restaurações diretas em resina composta devem seguir um protocolo de execução clínica criterioso, que se inicia com exame clínico, confecção de modelos de estudo e escolha do material restaurador mais adequado à situação clínica específica.

Dentre as possibilidades clínicas para restauração de dentes posteriores com grande destruição coronária, podemos indicar as restaurações indiretas em metal ou cerâmica. Como alternativa, a Odontologia Restauradora tem divulgado uma técnica indireta em resina composta com auxílio de um silicone de modelo, em que se prepara o dente, preparo do tipo onlay, molda-se este preparo com alginato e vaza-se um modelo com silicona de adição para posteriormente confeccionar a restauração em resina composta e para em seguida cimentar.

Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico em que se preparou o dente 46 para confeccionar uma restauração indireta em resina composta com auxílio de um silicone de adição para modelo.

Relato do caso clínico

Paciente 14 anos, gênero masculino, solicitou a restauração do dente 46 com grande destruição coronária. Após anamnese, exame clínico e radiográfico, contatou-se a vitalidade do dente foi sugerido ao paciente a realização de uma restauração indireta em resina composta.

Fig. 1- Aspecto clínico inicial Fig. 2- Aspecto clínico inicial

Inicialmente, realizou-se uma regularização da parede pulpar com cimento de ionômero de vidro modificado por resina e resina composta definindo um núcleo de preenchimento. A seguir, realizou-se o preparo do tipo onlay com ponta diamantada 3131 e 4137.

Fig. 3- Preenchimento e preparo Fig. 4- Preparo onlay

Na mesma sessão clínica, moldou-se o preparo com alginato e vazou-se no molde um silicone de adição monofásico de consistência regular (Variotime Monophase – Kulzer, Alemanha) para obtenção do modelo de trabalho

Fig. 5- Molde em alginato Fig. 6- Vazamento do modelo de trabalho Fig. 7- Modelo em silicona de adição

Seguiu-se com a confecção da restauração indireta em resina composta pela técnica incremental com resina composta micro híbrida (Charisma Classic, Kulzer, Alemanha).

Fig. 8 - Inserção incremental da resina composta Fig. 9- Inserção Incremental da resina Composta Fig. 10- Finalização da restauração indireta em resina composta

Com a restauração concluída, procedeu-se ao isolamento absoluto do campo operatório e prova da restauração no remanescente dental preparado.

Fig. 11- Restauração concluídaFig. 12- Prova da restaiuração

Condicionou-se o preparo com ácido fosfórico a 37%, por 30 segundos em esmalte. Após lavagem com jato de água por 60 segundos e secagem, aplicou-se o sistema adesivo Gluma 2 Bond (Kulzer, Alemanha) e fotoativação por 20 segundos.

Fig. 13 - Preparo dental Fig. 14- Condicionamento ácido do preparo Fig. 15- Aplicação do adesivo no preparo dental

No mesmo ato clínico, condicionou-se a superfície interna da restauração indireta em resina composta com ácido fosfórico 37% por 1 minuto, lavou-se por 2 minutos e secou-se . A seguir, aplicou-se silano e o sistema adesivo sendo fotoativado por 20 segundos .

Fig. 18- Aplicação do adesivo Fig. 19- Inserção do cimento resinoso

Para finalizar o procedimento adesivo, aplicou-se um cimento resinoso dual autoadesivo – MaxCem Elite na cor transparente e inseriu-se a peça mantendo-a em posição por 1 minuto e removendo os excessos. Em seguida, fotoativou-se por 40 segundos em cada face do dente e aguardou-se o tempo total de 5 minutos para completa polimerização do cimento.

Fig. 19- Inserção do cimento resinoso Fig. 20- Adaptação da restauração indireta em resina composta Fig. 21 - Extravazamento dos excessos do cimento Fig. 22- Excessos removidos e restauração finalizada

Após finalizada a restauração, removeu-se o isolamento absoluto do campo operatório e procedeu-se a checagem dos pontos de contato, ajuste oclusal e acabamento com pontas de borracha abrasiva e escova de carbeto de silício.

Fig. 18- Aplicação do adesivo Fig. 19- Inserção do cimento resinoso

Considerações finais

A técnica restauradora indireta com resina composta microhíbrida (Charisma Classic e Gluma 2 Bond) com o auxílio de um silicone de adição para modelo foi efetiva em reestabelecer a morfologia do dente, a função mastigatória e a satisfação do paciente com eficiência clínica e simplicidade.

Fonte: Kulzer

AUTORES:

Francisco Fernandes Pereira de SOUZA

Acadêmico do Nono Período da Faculdade de Odontologia da UFMG – Belo Horizonte-MG.

Frederico dos Reis GOYATÁ

Amália MORENO

Célia Regina Moreira LANZA

Ivan Doche BARREIROS

João Batista NOVAES JR

Professores do Departamento de Clínica, Cirurgia e Patologia da Faculdade de Odontologia da UFMG – Belo Horizonte-MG.

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2 comentários
  1. Oi, por gentileza quanto tempo fica pronto para fazer a peça onlay? Tendo em vista que ja fiz o molde a 15 dias e o meu dentista particular ainda não entrou em contato. Estou em pagamento adiantado e é caríssimo. Outra perg. Se vale a pena trocar minhas amálgama por resina, já que as amálgama não estão me dando problema. Por gentileza, por favor poderia me responder. Aguardo atenciosamente seu contato. Muito obrigado!

    1. Olá, Orlando! Entre em contato com o consultório sobre o prazo. Sobre a troca das restaurações, geralmente elas são feitas por uma questão estética. Leve em consideração que a amálgama é um material que tende a ter maior durabilidade. Converse com seu dentista sobre a melhor opção para o seu caso. Um abraço!

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