Alunos do penúltimo semestre do curso de Odontologia da Ulbra, em Canoas, atenderam pacientes sem esterilizar instrumentos. A descoberta ocorreu em maio, levando a Ulbra a abrir sindicância e a reprovar dois estudantes em três disciplinas. Seis pacientes atendidos sem as condições de higiene adequadas foram avisados pela universidade e terão a saúde monitorada durante os próximos meses.
Ainda está sendo apurado se houve mais casos. A coordenação do curso afirmou que os procedimentos realizados nesses seis pacientes têm baixo risco de contaminação, já que não envolveram cirurgia ou corte de tecidos. A gravidade do assunto fez com que gestores suspendessem as férias de julho para elaborar novas normas de controle e segurança para o atendimento dos 6 mil pacientes cadastrados. Na terça-feira, em reunião preparatória de retorno às aulas, no auditório da Odontologia, o coordenador do curso, professor Adair Luiz Stefanello Busato, falou do problema e das novas regras para cerca de 300 alunos:
E os pacientes? O que vamos fazer com os pacientes que foram atendidos sem material esterilizado? Foram contaminados, não foram? Como vamos tratar disso? Esse é outro problema, gravíssimo. Se o paciente não tinha ou já tinha HIV e diz que não tinha? Isso é muito grave, é muito grave, é gravíssimo. Porque nós estamos contaminando as pessoas, quando, na verdade, numa casa de saúde, de ensino, deveríamos zelar pelo contrário.
A falha foi percebida em 19 de maio por um professor que alertou a coordenação do curso por escrito. Uma comissão de sindicância investigou o caso. A conclusão foi de que dois estudantes (a universidade não revelou os nomes dos alunos) atenderam pacientes sem esterilizar os instrumentos.
O caso foi analisado pelo conselho de administração do curso, que decidiu reprovar administrativamente os dois alunos. Os dois recorreram à Justiça. Uma decisão liminar autorizou que eles seguissem frequentando as três disciplinas para concluí-las no semestre passado. Eles agora cursam o último semestre.
– Para nós, eles seguem reprovados. Não vão se formar se não refizerem as três disciplinas em que foram reprovados – garantiu ontem a Zero Hora o coordenador do curso, Adair Busato.
Segundo o professor, os procedimentos de controle de esterilização estão sendo aprimorados, mas também dependem da conduta de cada aluno:
– É uma falta de responsabilidade, de consciência ética e bioética. Não pode um aluno que está no penúltimo semestre, com todos ensinamentos que foram colocados, negligenciar esse aspecto. Se não existisse o 10º semestre, amanhã ele estaria atendendo no consultório. Como seria?
Uma das novas regras determina que um funcionário da faculdade confira o comprovante de esterilização dos instrumentos antes de cada aluno ingressar nas clínicas para atendimento.
Fonte: www.zh.clicrbs.com.br
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Parabéns ao Professor e a coordenação. “Procedimentos éticos fazem parte da Gestão da Qualidade Total e 5 S”.