Associação de post e core de fibra de vidro (Exacto e Reforcore) para reconstrução imediata de dentes anteriores extremamente destruídos

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Associação de post e core de fibra de vidro (Exacto & Reforcore) para reconstrução imediata de dentes anteriores extremamente destruídos

A restauração de dentes anteriores fraturados sempre foi um grande desafio na odontologia restauradora. Essa situação se torna ainda mais desafiadora quando o dente está com comprometimento biológico e mecânico.

Muitas vezes a situação clínica implicam em se restaurar dentes fraturados que também estão comprometidos em novel pulpar e periodontal, quando a fratura rompe o feixe vásculo-nervoso e invade o espaço biológico.

Conhecer a real situação clínica e estado biomecânico do ou dos dentes a serem reabilitados e integrar técnicas e materiais restauradores é essencial para o sucesso do tratamento reabilitador.

Sendo assim, o objetivo desse post é relatar clinicamente os procedimentos clínicos e terapêuticos para se reabilitar incisivos centrais 11 e 21, com extensa fratura e amplo comprometimento pulpar e periodontal.

Caso clínico

Paciente, sexo masculino, 25 anos, procurou atendimento odontológico, com dentes 11 e 21 extensamente fraturados devido a um acidente (figs. 01 e 02).

Durante a anamnese exame clínico, percebeu-se a fratura do terço médio do dente 21 sem maiores comprometimentos, porém no dente 11 verificou-se uma fratura extensa, em nível cervical, com rompimento do feixe vásculo-nervoso e invasão do espaço biológico (fig. 03).

Nesse momento inicial e emergencial, decidiu-se reposicionar o dente 11 e fixar com resina composta. No dente 21 foi feita uma restauração proviria com resina e os dentes 11 e 21 esplintados pela palatina (fig. 04).

Após 15 dias, o paciente retornou para controle, os testes de sensibilidade pulpar ao frio e calor foram feitos e felizmente deram positivo. Porém, alguma preocupação em relação a resistência mecânica dos dentes sempre existiu e por isso a possibilidade de uma endodontia por razões mecânicas sempre foi esclarecida, embora sempre rejeitada pelo paciente.

Resolveu-se aguardar mais tempo de controle biológico e mecânico para estabelecer o procedimento restaurador final. Porém, após uma semana o paciente retornou com a esplintagem e a colagem do dente 11 solta. Ou seja, o dente mecanicamente estava fragilizado (fig. 05).

Associação de post e core de fibra de vidro

Nesse momento, verificamos a necessidade de realizar a endodontia do dente 11 por razões mecânicas, para posterior colocação de um pino de fibra para ancoragem da coroa fraturada, visto que, pelo fato do mesmo estar aderido a seu fragmento apenas pelo esmalte palatino, este não possuía resistência suficiente. Entretanto o paciente se mostrou muito resistente e rejeitou essa possibilidade. Pediu que esplintassemos mais uma vez o dente e aguardássemos mais tempo (fig. 06).

Foi marcado um controle após 15 dias, porém o paciente não retornou. E se passaram 3 meses sem contato até que o mesmo retornou na situação verificada na figura 07.

Segundo relato do paciente, o mesmo viajou e durante a viagem o dente se soltou e ele procurou um serviço odontológico de emergência resultando nessa situação.

Sendo assim, diante da mesma, não se teve mais alternativa. O mesmo foi encaminhado para endodontia (fig. 08).

Após a mesma, foi colocado um pino de fibra de vidro (Exacto – Angelus) (figs. 09 e 10) no interior do conduto associado com um núcleo pré-fabricado também de fibra de vidro (Reforcore – An- gelus) (fig. 11), para ancoragem coronária. Após cimentação de ambos, um preparo foi realizado (figs. 12 e 13).

pino de fibra de vidro (Exacto - Angelus)

O remanescente coronário do dente 11 foi limpo e o conteúdo da câmara pulpar removido para que se adaptasse ao core de fibra de vidro (fig. 14). Este foi, então, cimentado com cimento resinoso (figs. 15 e 16).

Após 3 semanas, para controle gengival, o paciente retornou para o procedimento restaurador final, onde 2 facetas diretas em resina composta foram realizadas nos dentes 11 e 21 (fig. 17).

Discussão

Restaurar e reabilitar dentes anteriores fraturados sempre requer uma análise mecânica e biológica muito precisa13,14.

Dentes com tratamento endodôntico requerem a colocação de post de fibra de vidro para aumentar a resistência à fadiga. Esse procedimento é essencial para evitar fratura cervical dos mesmos.

Além disso, hoje com a evolução dos sistemas core e com a introdução do sistema reforcore – Angelus, ampliou-se o horizonte para ancoragem protética de dentes, com grande confiabilidade mecânica. O exacto e reforcore são sistemas de fibra de vidro de fácil e rápida utilização, permitindo a confecção de cores imediatas para ancoragem protética de dentes anteriores e posteriores, conferindo resistência e estética ao remanescente dentário. Essa integração post e core de fibra de vidro permite a remoção de dúvidas em relação à resistência de cores em dentes extremamente destruídos, como havia na sistemática post de fibra e core em resina composta.

Conclusão

A integração de técnicas restauradoras e o uso do sistema exacto-reforcore permitiu, com extrema segurança biomecânica, a reabilitação imediata com resina composta dos dentes 11 e 21, devolvendo forma, função e estética avançada.

 

Fábio Sene

Graduado pela Universidade Federal de Alfenas-MG. Especialista, Mestre e Doutor em Odontologia Estética e Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP e Periodontia pelo Instituto de Ensino Odontológico-Bauru.

Fonte: Revista Surya News 40ª edição.

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