Cigarro pode causar alteração de voz?

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, esta data  foi estabelecida em 1986 pela Lei Federal 7.488 que normatizou o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva e desta forma reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.

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O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável . São aproximadamente 2 bilhões de fumantes e isso equivale a um terço da população adulta existente no planeta. Mundialmente, cerca de 5 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência do tabagismo.

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Ao fumar, você permite que mais de 4500 substâncias químicas tóxicas entrem pela boca e afetem todo o corpo. Uma vez que é consumido via oral, o tabaco provoca diversas alterações na flora bucal, onde também causa graves prejuízos à saúde oral, como o câncer bucal, manchas nos dentes, língua e mucosas, deixando a boca com manchas escuras denominadas melanose do fumante. As defesas do organismo ficam diminuídas, tanto sistêmicas quanto locais, prejudicando a cicatrização de feridas e a ossointegração de implantes dentários.

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Outro agravante é a diminuição do fluxo salivar (boca seca) causada por essas substâncias, diminuindo a “limpeza” fisiológica do próprio organismo, aumentando a halitose do paciente. Vários estudos comprovam a associação hábito de fumar com a doença periodontal que é um processo inflamatório crônico da gengiva e/ou dos tecidos de suporte dos dentes, podendo levar à reabsorção óssea alveolar, ao aumento da mobilidade dental, à exposição das raízes e perda dos dentes.

Isso acontece porque, quando passam pela boca, os gases tóxicos do cigarro colocam o sistema imunológico imediatamente em alerta, causando irritação e agressão às mucosas bucais e respiratórias. Em seguida, seguem para a traquéia e os pulmões, infiltrando-se no sistema circulatório, onde “percorrem” todo o corpo, causando diversos problemas de saúde.

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O fumo é altamente nocivo para a voz, pois a fumaça quente agride o sistema respiratório e as pregas vocais, alterando o seu funcionamento e podendo causar ressecamento, irritação, pigarro, edema (inchaço), tosse, além de aumentar a produção de secreções e causar infecções diversas.

“Por questões anatômicas, as pregas vocais funcionam como aparadores das impurezas, e substâncias como a nicotina podem acabar ficando depositadas nelas e na região da laringe causando rigidez, dificultando a sua movimentação e flexibilidade e prejudicando a produção da voz e a qualidade vocal”, diz Perla do Nascimento Martins, fonoaudióloga com especialização em Voz pelo CEFAC/SP.

Essa alteração da voz é ainda mais perceptível nas mulheres que costumam ter naturalmente a voz mais suave e doce. “Se a voz de um homem fica mais grave ela não é percebida como alteração, pois apenas aparenta ser mais forte e confiável”, diz a especialista.

Sem som
Se a pessoa começar a apresentar uma voz mais grossa e não fizer nada a respeito e ainda por cima insistir em continuar com o hábito de fumar, ela pode acabar perdendo a fala. “A perda da voz pode acontecer pela tensão excessiva que o fumante faz em busca da voz ideal. O sistema sofre sobrecarga para produzir uma voz equilibrada e aí o trato vocal perde a competência de funcionar de forma harmônica tendendo a fazer mais esforço com mais gasto de energia, ocasionando cansaço e fadiga”, diz a especialista.

Para tratar o problema é preciso, antes de mais nada, parar de fumar, pois assim muitos sintomas já começam a diminuir ou são eliminados. Vale ressaltar que esse processo tem relação importante com o tempo de tabagismo e a saúde de cada pessoa.

“O tratamento fonoaudiológico consiste na realização de exercícios específicos que visam à adequação do processo fonatório. Os exercícios realizados promovem melhor padrão respiratório, vibração e flexibilidade das pregas vocais, ativam a circulação sanguínea para facilitar as trocas celulares, eliminam das toxinas e reduzem o edema”, diz Perla.

Outros problemas
Além da alteração da voz, é comum os fumantes relatarem dificuldades respiratórias e instabilidade vocal durante a fala, precisando fazer pausas inadequadas para respirar ou para limpar a garganta por causa do excesso de secreção na região da laringe.

“Esse acúmulo de secreções está associado à parada temporária da movimentação das células ciliadas responsáveis pela eliminação de secreções e corpos estranhos do trato respiratório. As células param sua movimentação por uma hora a cada cigarro utilizado”, diz Perla.

O cigarro também pode ocasionar destruição progressiva dos alvéolos pulmonares, como no caso do enfisema pulmonar, lesão que apresenta a formação de “grandes bolhas de ar” no lugar do tecido pulmonar normal. Além disso, o tabagismo está associado a quadros de câncer na região de cabeça e pescoço, cavidade bucal, face, entre outros órgãos e estruturas vitais do nosso corpo.

Fonte: INCA e Terra

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