Cães e gatos têm problemas dentários como nós, seres humanos
O principal deles está relacionado ao acúmulo de placa bacteriana, que leva à inflamação da gengiva, retração gengival, perda do osso que sustenta o dente e consequente perda do dente.
O Dr. Herbert Corrêa, Médico Veterinário do Odontovet, mestre em cirurgia veterinária e especializado em odontologia veterinária pela USP dá dicas importantes de como cuidar da saúde bucal dos pets, confira:
1. Cães e gatos são parecidos com os seres humano
Além dos problemas relacionados ao tártaro, existe ainda uma série de ocorrências comuns à sua rotina profissional.
“Outros problemas que encontramos na boca dos pets são os dentes quebrados, dentes desalinhados, abscessos dentários, tumores de boca, fraturas de mandíbula e maxila, dentre outros”, afirma Herbert Corrêa.
Gatos contam, ainda, com doenças algumas doenças particulares. “Os gatos têm problemas específicos da espécie como reabsorções dentárias (o dente ou a raiz vão sumindo) e estomatites generalizadas (como se fossem aftas generalizadas)”, comenta.
2. Sintomas e sinais de que a saúde bucal não está legal
Sobre as doenças periodontais, que são as doenças que atingem os tecidos de suporte e sustentação, Corrêa afirma: “Os sinais mais frequentes são mau hálito, gengivas inflamadas, acúmulo de tártaro, dentes com mobilidade, sangramento, dificuldade para mastigar e perda de dentes”.
Mas apesar destes fatores serem um alerta, o veterinário faz uma observação: “Nem todos os sinais estão presente ao mesmo tempo e nem sempre são facilmente notados pelos donos de cães e gatos, que devem saber que o principal sinal da doença é o mau hálito”.
3. Mau hálito é sinônimo de alerta máximo
Herbert destaca que mau hálito jamais pode ser considerado algo normal, como sempre achamos.
“Sempre que notar mau cheiro na boca, o dono deveria levar seu pet a um veterinário especializado em odontologia. O mau hálito é sinônimo de infecção na boca porque ele é causado pela proliferação das bactérias da placa que fermentam resíduos de alimentos e liberam componentes que têm enxofre, daí o mau cheiro”.
Lembrando que usar produtos para melhorar o hálito é um erro grave comumente cometido pelos tutores de animais.
4. Problemas bucais podem colocar a vida do seu pet em risco
De acordo com o médico veterinário, problemas de saúde bucal em pets devem ser levados a sério.
“O conceito importante que precisa ser entendido é que as doenças da boca de cães e gatos, além de dor, levam a outros problemas de saúde quando as bactérias da boca e suas toxinas vão para a corrente sanguínea. E isto ocorre diariamente durante a mastigação quando a boca não está saudável”, explica.
Portanto, se você está desconfiado que algo não está legal com a boca do seu animal, não deixe de levá-lo ao veterinário assim que possível, pois isso pode se tornar um problema ainda maior.
5. Você pode procurar ajuda especializada diretamente
Há alguns anos, era comum que veterinários especialistas, tais como odontologistas veterinários, só atendessem animais encaminhados de veterinários clínicos.
6. Dentista para animais não é luxo
O número de proprietários que procuram por informação ainda é pequeno. Muitos acham que os tratamentos odontológicos são apenas para ‘cachorros de madame’.
De cada 10 cães e gatos que entram em uma clínica veterinária, pelo menos oito têm algum problema odontológico, mesmo que aparentemente pareça estar tudo bem.
Se seu pet tem forte mau hálito, é possível que ele tenha tem um problema odontológico que precisa ser avaliado por um profissional especializado!
7. O que você pode fazer pelo seu pet
“O ideal é minimizar o acúmulo de placa bacteriana, que é inerente também aos animais. A escovação diária é a principal ferramenta, assim como para nós. Mas nem sempre esta é uma tarefa fácil. Existem produtos no mercado para mastigar que ajudam na remoção da placa e até mesmo aditivos que são colocados na água de beber com esta finalidade”, conta o veterinário.
Mas fique atento, pois variedade pode não ser sinônimo de qualidade. “O proprietário pode ficar perdido na hora de escolher o que deve utilizar, pois vários são os produtos e os preços também variam bastante e nem sempre os resultados são os prometidos.”
8. Escovar os dentes é essencial também para o seu pet
Vale lembrar que a escovação deve ser iniciada logo após a troca dos dentes que ocorre até o quinto ou sexto mês de vida.
Antes disso, o filhote pode ser condicionado a deixar mexer na boca. Agora, se seu pet já for adulto, ele deveria primeiro passar por uma avaliação de um especialista, pois em muitos casos a doença da gengiva já pode estar instalada e precisa primeiro ser tratada.
Uma vez que a saúde bucal estiver restaurada, faz-se a manutenção com os cuidados em casa.
Fonte: www.bonde.com.br