Grávidas podem aumentar em 60% a 70% casos de gengivite ao longo dos nove meses
A saúde bucal pode ser uma das principais causas que levam ao parto prematuro, isso porque os cuidados odontológicos durante o pré-natal não são incluídos no calendário das gestantes. A gestação é o período em que a mulher se torna mais suscetível a doenças bucais, como a cárie e inflamações da gengiva.
Entre os problemas na busca por fazer um tratamento odontológico durante a gestação está o medo da anestesia e possíveis radiografias, um mito entre as gestantes que perdura durante todo o pré-natal. O obstetra Alberto Monteiro Júnior existe uma relação muito grande entre a saúde bucal da mãe e a saúde geral do bebê.
“Muitos são os problemas bucais que podem afetar a gestação, por exemplo um processo inflamatório na gengiva que pode levar a um quadro de parto prematuro, o nascimento de uma criança com baixo peso e até pré-eclâmpsia, já que a inflamação é provocada por uma bactéria que pode cair na corrente sanguínea e estimular contrações uterinas”, observa Alberto Monteiro.
A presença de problemas periodontais pode dificultar até mesmo o controle de algumas doenças que acometem a mãe, como o diabetes, já que nesse período a alimentação da gestante muda e passa a realizar várias refeições ao longo do dia e muitas vezes não realiza a limpeza correta da boca.
“Um dos motivos ocasiona a criação de caries é o conjunto de alterações hormonais típico desta fase, que modifica a saliva e o pH da boca. Ao mesmo tempo, o estômago é comprimido pelo útero que está aumentado, e tem sua capacidade diminuída. Assim, a gestante adapta sua rotina alimentar, e pode passar a ingerir pequenas quantidades de alimentos diversas vezes ao dia”, explica o obstetra.
O odontólogo, Lúcio Alberto, as modificações fisiológicas no corpo da grávida podem aumentar em pelo menos 60% a 70% casos de gengivite ao longo dos nove meses. “Durante a gestação ocorre muitas mudanças no corpo da mulher, isso inclui a boca, as alterações hormonais facilitam o desenvolvimento de inflamação. As mulheres também vomitam mais nessa fase e a saliva pode acabar ficando mais ácida”, explica Lúcio.
A administradora Gláucia Gonçalves preferiu retirar o aparelho ortodôntico durante a gestação, mas realizou os tratamentos bucais necessários durante a gestação. “Fiquei muito atenta a saúde da minha boca durante a minha gravidez, tive medo de ter algum problema e fui resolver logo nos primeiros meses”, conta.
A orientação do obstetra Alberto Monteiro é que logo ao pensar em ter um filho a gestante busque fazer um tratamento bucal, assim como o pré-natal, para não ter nenhum risco durante a gestação.
Fonte: www.capitalteresina.com.br