O fio ortodôntico é parte importante do aparelho dental, tratamento que vêm evoluindo e se diversificando ao longo dos anos. Hoje, é possível encontrar uma grande variedade de tipos no mercado, e cada um é ideal para uma finalidade.
Listamos os principais tipos de fio ortodôntico e quais as funções de cada um. Leia até o fim para descobrir!
O primeiro fio ortodôntico
No início do desenvolvimento dos tratamentos ortodônticos, por volta de 1880, muitas ligas de metal foram testadas graças às suas propriedades, como cobre, níquel, zinco, prata e ouro.
Até 1930, as ligas de ouro entre 14 e 18 quilates eram as mais utilizadas por serem resistentes à corrosão e fáceis de moldar termicamente. Porém, é possível imaginar que isso encarecia muito o tratamento.
Aço inoxidável (cromo-níquel)
Por isso, pesquisadores começaram a testar outros materiais que pudessem ter características similares, mas que tornassem o tratamento mais barato. Apesar de ter uma eficácia relativamente menor na época, o escolhido como substituto foi o aço inoxidável.
Sua composição costuma ser de 18% de cromo, 8% de níquel, e de 0,08% a 0,15% de carbono e o restante de ferro. Graças aos seus elementos principais, também é chamada de cromo-níquel ou CrNi.
Até hoje, é muito utilizada por dentistas ortodontistas graças à sua ótima formabilidade, excelente soldabilidade e baixo atrito. Seu custo também é menor em relação a outros materiais.
O fio de aço ortodôntico é recomendado para estágios do tratamento que necessitam de estabilidade, como manutenção das dimensões transversais dos arcos dentários. Seu baixo atrito com relação ao braquete e alta rigidez garantem essas características.
Ligas de cobalto-cromo
A partir da década 1940, passaram a ser desenvolvidas as ligas mistas, que misturavam mais de um material para aliar algumas propriedades, como resistência à corrosão, potencial de resposta, elasticidade e maleabilidade.
Esta liga começou a ser utilizada na Odontologia na década de 1960, e é composta por cobalto (40%), cromo (20%), prata (16%) e níquel (15%). Fisicamente, é muito similar ao aço inoxidável, porém é mais difícil de manipular, exigindo um tratamento térmico antes de dobrá-la.
Ligas de beta-titânio
Também chamadas de TMA (titanium molybdenum alloy), começaram a ser usadas logo após o cobalto-cromo, nos idos de 1980, e é possível encontrá-las no mercado até hoje.
Sua principal desvantagem é a alta fricção com a canaleta do braquete. Isso faz com que seu uso seja mais recomendado para a confecção de molas para a verticalização de molares, intrusão dentária segmentada e correção de torque.
Ligas de níquel-titânio (NiTi)
Sua composição é feita de 55% de níquel e 45% de titânio. Começaram a ser utilizadas por obter forças leves sobre grandes ativações, mesmo que não possuíssem memória de forma.
Hoje, é recomendada sua utilização durante as fases de nivelamento e alinhamento dos dentes. É importante ressaltar que o níquel-titânio (NiTi) apresenta maior atrito combinado a braquetes de aço inoxidável, podendo retardar os movimentos dos dentes, portanto, preste atenção a esse fator.
Ligas superelásticas de níquel-titânio
Como evolução do NiTi, surgiram em meados de 1980 as ligas superelásticas, também conhecidas como Chinese NiTi. A partir de poucas modificações na fórmula, o novo material apresenta maior recuperação elástica e menor rigidez que o convencional.
Ligas termodinâmicas de níquel-titânio
Assim como a anterior, foi desenvolvida a partir da liga níquel-titânio convencional. Elas possuem as mesmas características de recuperação elástica que a Chinese NiTi, porém também podem ser ativadas pela temperatura bucal do paciente.
A vantagem em sua utilização é que, com um fio de níquel-titânio termodinâmico você consegue atingir as mesmas propriedades que um fio termoativado convencional de maior espessura.
Ligas de níquel-titânio com adição de cobre
Abreviadas como CuNiTi, são compostas de níquel, titânio, cobre e cromo. Além das características comuns aos fios ortodônticos desse tipo, possuem propriedades fotoativas mais definidas que suas similares.
Como podemos observar, os fios ortodônticos são diferentes entre si. A escolha por qual tipo utilizar em um tratamento deve depender dessas características, bem como as necessidades de cada paciente e seu custo-benefício.
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