Durante o período de troca de dentição, é comum que as crianças acreditem na fada dos dentes e na lenda de que, colocando-os debaixo do travesseiro, seriam trocados por moedas ou presentes.
Mas será que essa história é saudável para as crianças? Como os cirurgiões-dentistas devem trabalhá-la no consultório? Continue a leitura e descubra!
Como surgiu a fada do dente
Incentivar as crianças a fazerem algum ritual com dentes de leite que caíram está presente em diversas culturas. Cada país tem sua própria tradição, seja enterrá-los, jogar no telhado, engolir ou esconder debaixo do travesseiro.
No entanto, a história que provavelmente originou a fada do dente chama-se “La Bonne Petite Souris” e data do século 18, na França. Nesse conto, uma rainha é aprisionada por um rei e, no intuito de se libertar, pede ajuda a um ratinho em sua cela.
O roedor era, na verdade, uma fada disfarçada, que se encarrega de ajudar a moça. Como vingança, a fada-rato se esconde no travesseiro do rei, atormentando-o pelo resto da vida.
A fada do dente, porém, só apareceu no meio do século 20, e a mídia teve um grande papel na sua popularização, assim como em mitos como Papai Noel e coelhinho da Páscoa.
Curiosamente, na Espanha e em outros países que falam espanhol, ao invés de uma fada, a criança coloca os dentes debaixo do travesseiro para que o Ratoncito Perez, um ratinho, possa trocá-los por moedas, doces ou outros presentes.
Como trabalhar a fada do dente no consultório
Para os pais e odontopediatras, a história da fada do dente pode ser muito útil durante a troca de dentição. Isso porque a criança ficará empolgada e lidará com esse fato com mais facilidade.
O lúdico é um importante artifício durante as primeiras fases da infância como meio dos pequenos assimilarem o mundo. Portanto, utilizar um personagem pode facilitar o entendimento do crescimento.
Como profissional da Odontologia, lembre-se de conversar com os pais e reafirmar essa importância. É essencial que eles não se esqueçam de substituir o dentinho por algum presente ou moedinha.
Uma ideia no consultório é trabalhar a fada do dente como um incentivo à escovação e à higiene bucal. Você pode usar o pretexto que ela só troca o dente quando ele está bem cuidado.
Não subestime seu paciente! Mesmo sendo criança tem autonomia. É indispensável ter uma conversa e saber o que ele pensa a respeito da fase que está vivendo.
A partir daí personalize o atendimento e o tratamento. Se você achar que a criança tem mais dificuldades para lidar com a troca de dentição, reforce a ideia da fada. Se ela já não acredita tanto, auxilie na mudança de mentalidade.
Como contar a verdade
O processo de troca de dentição geralmente dura dos 5 aos 11 anos. Naturalmente, com o passar do tempo, a criança sentirá necessidade de saber a verdade sobre a fada do dente. Nesse caso, os pais terão que contar a verdade.
Como dentista, instrua os pais a não fugirem de conversas sobre o assunto. Quando perguntarem algo, os adultos devem incentivar as crianças a pensar a respeito, devolvendo perguntas e fazendo-as buscar suas conclusões. Cedo ou tarde, elas perceberão a verdade.
Nesse momento, pode ser necessário trocar a abordagem como dentista. Portanto, sempre converse com o paciente e perceba qual a melhor forma de tratá-lo.
A história da fada do dente é muito comum entre as crianças na fase de troca da dentição. Para profissionais da Odontologia, ela pode ser muito útil para lidar com os pacientes durante esse processo.
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