A polissonografia, popularmente chamada de “exame do sono”, é uma ferramenta essencial para o diagnóstico de problemas relacionados ao sono. No contexto odontológico, entender a relação entre os distúrbios do sono e a saúde bucal pode ser crucial para um atendimento mais completo aos pacientes.
Neste post, exploraremos a polissonografia: o que é, como é realizada, as principais condições que ela ajuda a identificar e como os distúrbios do sono afetam a odontologia.
Polissonografia: o que é e qual é a sua função?
A polissonografia é um procedimento não invasivo que ocorre enquanto o paciente dorme, com a finalidade de monitorar e registrar diferentes variáveis fisiológicas durante o sono. Essas informações auxiliam na identificação de distúrbios como apneia obstrutiva do sono, movimentos periódicos das pernas e outros comportamentos, como o sonambulismo.
Além disso, distúrbios do sono podem ter impactos significativos na saúde bucal. Por exemplo, a apneia obstrutiva do sono é frequentemente associada ao bruxismo (ranger dos dentes), uma condição que pode causar sérios problemas dentários, como desgaste excessivo do esmalte dentário e dores na mandíbula.
A má qualidade do sono também pode comprometer o sistema imunológico e a recuperação de procedimentos odontológicos, afetando a cicatrização de implantes, restaurações e até mesmo o tratamento das gengivas.
Quando a polissonografia é indicada?
A polissonografia é recomendada especialmente quando há suspeita de distúrbios do sono, como a apneia obstrutiva, que pode estar relacionada ao bruxismo. O exame é útil para monitorar os padrões respiratórios durante o sono e detectar paradas respiratórias, ronco excessivo, respirar pela boca e outros sintomas relacionados.
Normalmente, os médicos indicam a polissonografia quando o paciente apresenta um ou mais dos seguintes sintomas:
- Sonolência excessiva durante o dia;
- Ronco alto e frequente;
- Dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo;
- Sensação de paralisia ao acordar;
- Pesadelos constantes;
- Perda involuntária de urina durante o sono.
Hoje em dia, muitas pessoas no Brasil enfrentam dificuldades relacionadas ao sono. Infelizmente, os distúrbios do sono costumam ser pouco identificados, pois geralmente se desenvolvem de forma gradual e apresentam sinais que são difíceis de perceber.
Portanto, se surgirem sintomas, é essencial consultar um médico para investigar as possíveis causas que estão afetando o descanso.
Existem restrições para a realização desse exame?
Se o paciente apresentar sintomas de resfriado, tosse ou febre, recomenda-se esperar e realizar o exame posteriormente. Do mesmo modo, quem passou por tratamentos na pele, como peeling, deve aguardar pelo menos 20 dias após o procedimento para realizar a polissonografia.
Como é feito o exame de polissonografia?
A polissonografia é realizada em um ambiente controlado, geralmente em um centro médico especializado ou, em alguns casos, no domicílio do paciente.
Enquanto o exame é realizado, sensores são colocados no corpo do paciente para acompanhar várias funções fisiológicas, como atividade cerebral, respiratória e muscular, além do fluxo de ar nas vias respiratórias e da frequência cardíaca. O exame é feito enquanto o paciente está dormindo, sendo monitorado por um técnico especializado.
Também há a possibilidade de realizar a polissonografia em casa, onde o paciente recebe o equipamento e realiza o teste com a devida orientação. Essa opção é conveniente, pois permite que o paciente realize o exame no conforto de sua casa, o que pode fornecer dados mais naturais sobre o seu padrão de sono.
O exame de polissonografia é doloroso ou desconfortável?
De modo geral, a polissonografia é um exame indolor e que geralmente não causa grandes desconfortos ao paciente. Todavia, algumas pessoas podem ter dificuldade para adormecer em um ambiente desconhecido, como o quarto de um centro médico.
Embora a instalação dos sensores não cause dor, em raros casos, pode haver desconforto devido ao uso das fitas adesivas ou reações alérgicas. No entanto, isso é excepcional.
A polissonografia pode ser realizada em bebês?
Sim, bebês também podem ser submetidos à polissonografia! Nesse caso, é importante enfatizar que o procedimento é adaptado para a faixa etária dos pequenos. Isto é, os equipamentos são alterados de forma que os sensores sejam projetados para o tamanho da criança.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que o exame pode ser feito durante o dia, sendo necessário um sono de, pelo menos, 2 horas.
Como é feito o preparo para o exame da polissonografia?
Assim como outros exames, a polissonografia exige alguns cuidados antes de ser realizada. Essas orientações são dadas para garantir a qualidade do teste. Vale ressaltar que o centro de diagnósticos no qual a avaliação será feita transmite essas informações para o paciente com um certo período de antecedência. De toda forma, veja quais são os direcionamentos:
- Mantenha o cabelo limpo e seco, sem utilizar condicionadores ou gel capilar;
- Evitar o consumo de substâncias que possam afetar o sono, como bebidas alcoólicas e com cafeína;
- Evitar o uso de produtos para a pele, como cremes ou esfoliantes;
- Evitar esmalte de unhas de cores escuras;
- Despertar cedo no dia do exame e evitar cochilos durante o dia.
Essas orientações são importantes para garantir que os dados obtidos durante o exame sejam precisos e reflitam fielmente o padrão de sono do paciente.
Quais doenças a polissonografia detecta?
A polissonografia é capaz de identificar diversos distúrbios do sono, incluindo:
- Apneia obstrutiva do sono;
- Síndrome das pernas inquietas;
- Bruxismo;
- Movimentos periódicos das pernas;
- Sonambulismo;
- Insônia.
Quanto tempo dura o exame de polissonografia?
Logo pela manhã, os eletrodos são removidos e o paciente pode seguir com suas atividades normalmente. A polissonografia costuma ter uma duração de 8 horas, geralmente entre 23h e 7h, mas os horários podem ser ajustados conforme necessidades específicas.
Pela manhã, os fios são retirados e o paciente pode ter um dia normal. A polissonografia dura 8 horas, em geral, entre as 23h e às 7h, mas os horários podem ser adaptados em casos especiais.
A polissonografia é uma ferramenta vital no diagnóstico de distúrbios do sono, e sua importância na odontologia é clara, especialmente quando se trata de identificar condições como o bruxismo. Profissionais de saúde bucal devem estar atentos aos sinais que podem indicar a presença de distúrbios do sono em seus pacientes, buscando colaborar com outros especialistas para oferecer um tratamento integrado.
Agora que você compreende a importância do sono, o que é a polissonografia e a relevância de realizar o exame do sono, continue acompanhando nosso blog e conheça as doenças na boca mais comuns e como tratar.