O silano na odontologia tem um papel importante quando o assunto são compósitos, afinal, os componentes desses materiais devem ser de qualidade para que, consequentemente, as restaurações tenham maior durabilidade.
Neste post, você vai entender melhor quando e como usar silano em odontologia, assim como a importância desse elemento. Boa leitura!
O que é silano?
Trata-se de uma molécula bifuncional derivada do silício e que, na odontologia, é utilizada como agente de união. Por meio de reação química, é capaz de unir a porção orgânica do cimento resinoso à inorgânica da cerâmica.
O uso de silano é indispensável para que a adesão aconteça de forma eficiente em cimentações adesivas, assim como proporcionar melhores propriedades mecânicas, por exemplo, de resistência à flexão e tração, tenacidade à fratura e módulo de elasticidade.
O silano também pode reduzir a degradação por hidrólise e, assim, evitar a penetração de água na interface carga/matriz quando comparado a compósitos não formulados com silano, segundo a revisão Silanização de partículas de carga de compósitos odontológicos.
Antes de empregá-lo, porém, é necessário prestar atenção à composição dos produtos que serão unidos.
Além de ser comercializado à parte, para ser utilizado na hora de fazer a adesão, ele integra a composição de muitos produtos odontológicos. Ou seja, os fabricantes tratam as partículas de carga com silano para que se liguem de forma eficaz.
Tipos de silano
Na hora de comprar silano, você encontrará dois tipos: os hidrolisados, comercializados em uma embalagem, e os não hidrolisados, que vêm separados em dois frascos (um contém silano, e o outro, ácido) e precisam ser misturados.
E qual a melhor opção? A resposta é simples: não há diferença. A única coisa que realmente importa é que ele seja novo, com o líquido transparente. Caso contrário, se estiver com uma coloração esbranquiçada, isso significa que o elemento não está bom para uso e deve ser descartado.
Os silanos hidrolisados têm menor tempo de vida útil. Se você não utiliza essa substância com frequência, pode não ser o tipo ideal para o seu consultório.
Indicações de uso
O silano pode ter diversos fins quando aplicado na odontologia, e isso faz com que esse produto torne-se tão essencial no consultório e, cada vez mais, ganhe destaque. Segundo o artigo “Tratamento térmico do silano para melhorar a cimentação adesiva de restaurações cerâmicas odontológicas”, o elemento pode ser utilizado para:
- Pré-tratamento de superfícies — é agente de acoplamento para aderir a cerâmica a um compósito em restaurações dentárias.
- Reparos intra-oral de superfícies cerâmicas ou de resinas.
- Para acoplar uma camada bio-inerte sobre implantes de titânio.
Ainda de acordo com o artigo, isso acontece porque o silano é “o agente que garante a adesão química dos componentes inorgânicos da cerâmica à porção orgânica do cimento resinoso”.
Apesar do silano atuar perfeitamente com todos os tipos de resina, isso não acontece com todas as opções de cerâmica: para que ocorra a união, é necessário que haja sílica em sua composição. Materiais de alumina e zircônia, portanto, não são indicados.
O silano reage melhor em contato com superfícies cerâmicas que contenham sílica, como as feldplásticas, dissilicato de lítio e as leucísticas.
Como aplicar silano?
Para começar a utilização de silano, faça nas resinas ou nas cerâmicas o tratamento superficial, tornando sua superfície áspera. Dessa forma, a sílica ficará mais exposta e o produto terá maior adesão. Em seguida, seque e lave bem a superfície para que não sobre nenhum sedimento da preparação.
Depois, aplique o silano. O recomendado é que isso seja feito em duas camadas, com o intervalo de um minuto entre cada aplicação. Após terminar, é importante esperar novamente por 60 segundos e, agora sim, chegou o momento de injetar ar quente. Isso vai acelerar a evaporação dos outros elementos e elevar a resistência adesiva em até 40%.
O tratamento térmico também proporciona a remoção de películas externas e deixa apenas a camada mais interna, que proporciona mais estabilidade e é quimicamente unida à cerâmica. O silano que passa por essa etapa melhora a união entre resinas compostas e a sílica das cerâmicas vítreas.
Voltando à aplicação, nessa etapa pode utilizar um secador de cabelo ou, então, um soprador térmico. O processo deve ser feito por dois minutos. Dica: evite que a sua peça voe com o ar e proteja-a com uma gaze em um pote.
Finalizada essa tarefa, suas peças já vão estar silanizadas e você pode dar andamento à cimentação.
Se você já trabalhou com essa substância em seu consultório, reparou que trata-se de algo muito fluido. Basta aplicar uma pequena quantidade para que se espalhe por toda a superfície.
O silano é fabricado dessa maneira justamente para que possa penetrar nas superfícies de forma eficaz. Para aumentar sua fluidez, são adicionadas substâncias, como álcool, ácido acético e água, que, após algum tempo, evapora, restando apenas o agente de união.
Cuidados ao usar silano
Antes de utilizar o produto leia sempre, com atenção, as indicações do fabricante, o modo de uso e os cuidados recomendados. Atualmente, existem muitas opções no mercado e isso significa que pode haver diferença de um produto para outro. Portanto, veja as instruções e siga-as cuidadosamente.
Outro cuidado importante é que o silano é um solvente volátil, como o álcool e a acetona. Isso significa que, após o uso, o frasco nunca deve permanecer aberto.
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Referências:
GUIMARÃES, L. F. et al. Silanização de partículas de carga de compósitos odontológicos – revisão de literatura. RFO UPF, v. 18, n. 2, p. 254–260, 1 ago. 2013.