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De bebês a idosos, a candidíase oral é uma infecção frequente, sobretudo em pacientes imunocomprometidos ou com cânceres que possuem necessidade de radioterapia na cabeça e no pescoço.
O cirurgião-dentista deve conhecer as variações e os tipos da manifestação para realizar um bom diagnóstico e um tratamento de sucesso de acordo com as demandas de cada indivíduo.
Neste conteúdo, trazemos informações cruciais para dentistas sobre candidíase oral: tratamento, etiologia, causas, manifestações clínicas e outras. Continue a leitura e confira!
É claro que a maioria dos dentistas já conhece candidíase oral desde o tempo da universidade, entretanto, sempre vale rever a parte teórica sobre a manifestação, para que o dia a dia não seja sempre tão mecânico.
A candidíase oral é uma infecção fúngica comum e está relacionada ao crescimento excessivo de espécies Candida spp, sobretudo a C. albicans, que é a mais frequente entre os humanos.
É importante destacar, sobretudo para informar o paciente, que a Candida spp. está, naturalmente, presente na flora oral de pessoas saudáveis. Torna-se um problema quando ocorre um desequilíbrio gerado por uma série de fatores.
A candidíase oral pode ser encontrada nos tipos agudo e crônico ou mucocutâneas. O primeiro, é caracterizado pela formação de pseudomembrana esbranquiçada que, ao ser removida, torna-se uma base eritematosa. Já a segunda forma está bastante relacionada ao uso de próteses. Mais adiante, explicaremos detalhadamente cada uma.
De acordo com o artigo “Candidíase oral: manifestações clínicas e tratamento”, a Candida spp. é o principal agente fúngico patogênico nos seres humanos e que traz consequências, como infecções superficiais da mucosa e infecções sistêmicas disseminadas, que em grande parte são fatais.
Ela é um microrganismo comensal (ou seja, se beneficia do organismo humano sem causar danos) que é encontrado na boca e nos tratos digestivos, respiratório e vaginal — o que é normal, até em indivíduos saudáveis.
Uma informação importante é que a candidíase não aparece em pacientes saudáveis, e sim naqueles em que os membros da flora microbiana estejam com baixa capacidade competitiva favorecendo o crescimento do fungo, como explica o artigo “Candidíase bucal: revisão de literatura”.
Como já explicamos, a C. albicans é o tipo mais comum, entretanto, o parasitismo acontece quando há um desequilíbrio na relação hospedeiro-fungo. Portanto, é necessário haver fatores predisponentes.
O artigo “Candidíase oral: manifestações clínicas e tratamento” explica que a “virulência é atribuída a sua capacidade de expressar estruturas que mediam a adesão epitelial, proporcionando uma proteção contra a ação do fluxo salivar. As hifas de C. Albicans são importantes não só na penetração dos tecidos epiteliais, como também no escape de células fagocitárias”.
A candidíase oral está relacionada ao desequilíbrio na relação entre hospedeiro e fungo.
Apesar da Candida spp. não ser tão agressiva em pacientes imunocompetentes, as infecções podem acontecer em grupos específicos, como veremos abaixo. Portanto, pode-se afirmar que existe um grande leque de fatores predisponentes e que podem, até mesmo, acontecer mutuamente.
Dessa forma, os pacientes dos seguintes grupos estão mais vulneráveis:
Outros fatores que aumentam os riscos são fumo, higiene precária, uso de prótese dentária e doenças pré-existentes na mucosa oral.
Muitas vezes, a manifestação é assintomática, o que faz com que os pacientes possam demorar a perceber a presença da infecção. Por outro lado, alguns relatam sensação de ardência e alterações no paladar, assim como dor, aversão aos alimentos e disgeusia.
Como foi explicado, existem tipos diferentes de candidíase e, dessa forma, características distintas, como veremos em seguida.
Segundo o artigo “Candidíase bucal: revisão de literatura”, o tipo agudo pseudomembranoso é a forma mais comum da infecção e pode atingir qualquer idade, embora a preferência seja a candidíase oral em bebês recém-nascidos e em crianças de baixa idade.
Clinicamente, é possível observar placas ou nódulos branco-amarelados com consistência mole ou gelatinosa. Os locais mais comuns em que a forma aguda se situa é no fundo de saco vestibular, na orofaringe, mucosa jugal, nas partes laterais do dorso lingual e no palato.
Atenção: entre os pacientes com HIV/aids, esse é o tipo mais comum, acometendo principalmente jovens adultos do sexo masculino.
Outra categoria da forma aguda é a candidíase atrófica ou eritematosa, que pode ser causada pela recorrência do tipo pseudomembranoso — embora sua manifestação clínica seja apenas uma lesão vermelha generalizada.
O artigo “Candidíase bucal: revisão de literatura” explica que esse é um tipo difícil de diagnosticar, justamente por não ter a aparência esbranquiçada da infecção. Porém, é sintomático e deixa o paciente com bastante sensibilidade por conta das erosões causadas pela mucosa.
Ao contrário da forma anterior, esta não é tão presente em pacientes com HIV e é comumente associada ao uso de próteses removíveis em mulheres a partir dos 40 anos.
A candidíase oral em adultos com idade avançada também pode estar relacionada ao uso de próteses removíveis.
Começamos pela candidíase atrófica ou estomatite por dentadura, que atinge 65% das pessoas que usam prótese, como indica a revisão de literatura “Candidíase bucal”.
A candidíase atrófica apresenta-se com uma superfície vermelha viva, aveludada ou pedregosa, com pouca ceratinização.
Outro tipo é a candidíase hiperplásica, assintomática e com características clínicas lisa, nodular ou fissurada, com consistência dura e coloração branca ou avermelhada.
Geralmente, fica localizada no dorso da língua, à frente das papilas circunvaladas, bordo lateral da língua, mas também pode acontecer em outras partes da cavidade bucal.
A revisão de literatura “Candidíase bucal” explica que a infecção pode ser diagnosticada por meio de dados clínicos e de exames laboratoriais, sendo os mais comuns: exame micológico de material obtido por raspagem superficial das lesões, citologia esfoliativa e biópsia.
O tratamento acontece por meio de medicamentos antifúngicos poliénicos, azóis e equinocandinas, de acordo com o artigo . É fundamental analisar o caso do paciente a fundo, para indicar os fármacos que fazem mais sentido de acordo com as necessidades do indivíduo.
Com este conteúdo, esperamos ter ajudado você a identificar as diferentes manifestações de candidíase oral, uma vez que ela pode ter características distintas a depender do tipo. Lembre-se de que o cirurgião-dentista sempre deve buscar aprofundar-se sobre temas relacionados a patologias para proporcionar os melhores resultados aos pacientes.
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