Você tem dúvidas de como precificar um serviço na odontologia? Essa dificuldade é comum em profissionais de diferentes áreas, especialmente para aqueles que estão começando um negócio. De fato, dar o devido valor ao seu trabalho pode ser uma tarefa difícil, primeiro, porque é necessário considerar uma série de fatores que não são simples e, segundo, pelo receio de não ser um preço justo e perder pacientes.
Pensando nisso, criamos este conteúdo com dicas importantes para que você desmistifique a precificação de serviços e possa oferecer o seu trabalho de forma justa para ambas as partes. Boa leitura!
Importância da tabela de precificação
Saber precificar um serviço é essencial para a saúde financeira do seu consultório, pois o objetivo de valores justos é fazer com que você consiga pagar as despesas e tirar o seu salário. Preços desequilibrados com os gastos atingem o seu caixa e até mesmo as chances da sua clínica progredir.
- Leia também: Como cobrar um paciente inadimplente na odontologia?
Com preços que fazem sentido, você não precisará fazer malabarismo com as finanças, ou seja, tirar de um lado para cobrir outro. Muitos cirurgiões-dentistas que não trabalham com a precificação correta deixam de lucrar e receber um salário justo porque precisam utilizar esse dinheiro para manter a clínica.
Além disso, é preciso pensar no paciente. Quando a precificação é bem feita, você poderá negociar descontos, se for necessário. Assim como pode pensar quais tipos de pagamento oferecer para os seus clientes.
Sem falar na questão de ser justo, afinal, os valores cobrados devem ter justificativas, e não serem impostos por achismo ou porque você quer ganhar bem.
Por último, precificar também está relacionado a planejamento. Isso significa pensar em momentos de crise, em investimentos para a sua carreira e para o consultório, assim como estar pronto para situações que possam ocorrer eventualmente.
Quais critérios considerar para precificar serviços odontológicos?
Como vimos no tópico anterior, preços na odontologia não devem ser colocados com base em achismos, pois isso não seria justo com você e nem com o paciente. É preciso considerar uma série de fatores para não prejudicar as finanças do consultório e, até mesmo, caso seja necessário explicar ao cliente o motivo do valor de um procedimento.
Despesas mensais
O primeiro aspecto a ser considerado são as despesas fixas. Entender qual é o total de gastos é muito importante para que você consiga encontrar a porcentagem correta disso para aplicar na precificação de um procedimento.
Comece por listar todas as despesas:
- Água;
- Energia;
- Telefone e internet;
- Aluguel da clínica;
- Salários de funcionários;
- CRO;
- Itens como papel higiênico, café, copo descartável etc;
- Prestações, se houver.
Esses são alguns exemplos de gastos, mas, caso houver mais, anote-os também. Ao final, some tudo e você terá ideia do quanto precisa cobrar nos seus procedimentos para suprir essa parte.
Materiais utilizados
Os materiais, apesar de serem um gasto mensal, merecem atenção especial. Isso porque muitos dentistas optam por comprar os itens mais baratos, o que pode gerar prejuízos para os procedimentos.
A compra de materiais mais acessíveis nem sempre é a melhor opção para tornar os seus preços mais baixos e tentar lucrar mais, afinal, como diz o ditado “o barato sai caro”.
Invista em materiais de qualidade até mesmo para agregar valor ao serviço odontológico prestado.
É interessante ter em mente quais materiais e qual a quantidade que você utiliza para determinados procedimentos. É claro que cada caso é um caso, mas talvez você consiga fazer uma estimativa.
O ideal é ter uma boa planilha de estoque que, rapidamente, vai mostrar o quanto você investe em material para um único procedimento.
Produtividade em cada atendimento
Uma forma de saber como precificar um serviço odontológico é pensar em produtividade. Esse é um método relativamente novo e surgiu como uma oposição à hora-clínica, que é criticada por alguns profissionais como um meio injusto de precificar o trabalho.
Provavelmente, você já teve a sensação de trabalhar muito e sentir que não obtém um lucro que, de fato, corresponda ao seu esforço, certo? Essa é uma dor muito comum entre profissionais da odontologia, especialmente porque baseia a precificação dos serviços na hora-clínica.
Considerar a sua produtividade é pensar o quão eficaz você é em um procedimento ou em um atendimento. Você pode fazer uma série de atividades durante um período de tempo que, se for analisar, não necessariamente vai corresponder ao que você cobra por hora-clínica.
Existe um conceito interessante que pode ajudar a esclarecer melhor esse ponto, que é o teto de produtividade, que nada mais é do que a sua capacidade de produção diária.
Se você sabe que, em um atendimento, consegue realizar com destreza um procedimento e ser bastante produtivo, por que não olhar com mais clareza para isso?
O teto de produtividade também considera toda a sua experiência de trabalho porque, afinal, para chegar a um determinado nível é porque, no passado, você estudou, investiu e tem uma carreira construída.
Portanto, antes de pensar exatamente na hora-clínica, considere todos esses fatores e precifique de uma forma que seja justa com todo o seu esforço para chegar no seu atual momento profissional.
Para entender melhor o porquê da hora-clínica não ser a melhor opção, indicamos que assista ao vídeo do canal Odonto Branding.
Investimentos em crescimento profissional
Já que citamos o teto de produtividade, não podemos deixar de fora a importância de ter condições para investir em crescimento profissional. Atenção, não estamos apenas falando do seu, mas o de toda a equipe!
Um time bem preparado, do(a) recepcionista ao cirurgião-dentista é muito mais produtivo e, consequentemente, vai entregar aos pacientes um serviço excepcional. Entretanto, por trás disso, é necessário haver investimento.
No caso dos dentistas, sabemos que os cursos não são nada baratos. Além do valor pago pelo momento de aprendizado, você terá que arcar com transporte, hospedagem e alimentação, o que encarece ainda mais. Entretanto, a atualização, a especialização e o aprofundamento agregam valor ao seu trabalho e, dessa forma, não pode passar batido.
Ao precificar, é importante pensar nisso e incluir no seu planejamento os custos com investimentos em estudo para todo o time.
Reserva de emergência
Ter uma reserva de emergência requer um bom planejamento financeiro. Consequentemente, é necessário que a precificação considere isso e inclua uma porcentagem para a poupança para imprevistos.
Se você ainda não tem esse tipo de reserva, é importante considerar. Em momentos de crises ou quando algo inesperado acontece, é crucial estar preparado para conseguir reduzir os impactos disso para o consultório.
Valores referenciais para procedimentos odontológicos (VRPO)
O VRPO é uma tabela que pode ser utilizada como referência na hora de precificação. Não necessariamente ela deve ser seguida rigorosamente, e sim orientar na hora de estabelecer valores. Até mesmo porque você deve considerar a sua realidade e todos os pontos já citados.
O VRPO é um documento que muda de Estado para Estado, portanto, é importante pesquisar de acordo com a sua localização.
O que diz o Código de Ética?
Além de todas as dicas deste conteúdo, é muito importante que você esteja ciente das exigências do Código de Ética Odontológica, que ficam no capítulo VIII.
De acordo com o artigo 19, a fixação dos honorários devem considerar:
- condição socioeconômica do paciente e da comunidade atendida;
- o conceito do profissional;
- o local;
- a complexidade do caso;
- o tempo utilizado no atendimento;
- a temporariedade, eventualidade ou permanência do trabalho;
- circunstâncias em que foram feitos os atendimentos;
- cooperação do paciente durante o tratamento;
- custo operacional;
- liberdade para arbitrar os honorários, desde que não seja de forma injusta para próprio benefício.
Saber como precificar serviços na odontologia é uma tarefa complexa e, por isso, é muito importante manter as finanças do consultório sempre organizadas, assim como estar atualizado com as mudanças do mercado e os conhecimentos em gestão, para poder conduzir a precificação de forma mais justa.
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