A cirurgia ortognática é um procedimento de alta complexidade no campo da odontologia e da cirurgia buco-maxilofacial, projetado para corrigir problemas de alinhamento ósseo que afetam a função e a estética facial dos pacientes. Afinal, o problema afeta não só a saúde, mas também a confiança e a qualidade de vida de muitas pessoas.
Além de promover melhorias funcionais significativas, como o aperfeiçoamento da mastigação, respiração e fala, essa intervenção tem impacto direto na qualidade de vida, oferecendo uma solução permanente para disfunções que vão desde oclusões dentárias incorretas até distúrbios respiratórios, como a apneia do sono.
Então, criamos o texto de hoje para ajudar você, estudante de odontologia ou profissional, a aprender os principais questionamentos e definições que envolvem esse tema sensível. Ao longo do artigo, abordaremos em detalhes o que é a cirurgia ortognática, suas indicações e o processo cirúrgico, além dos benefícios e cuidados que esse procedimento exige. Aproveite!
O que é a cirurgia ortognática?
A cirurgia ortognática é um procedimento cirúrgico corretivo focado no alinhamento dos ossos da mandíbula e da maxila. Trata-se de uma intervenção indicada quando o crescimento ósseo irregular não pode ser corrigido apenas com aparelhos ortodônticos, afetando tanto a estética quanto a funcionalidade do rosto e impactando atividades básicas como mastigação, respiração e até a fala.
Este procedimento é realizado por um cirurgião buco-maxilofacial em colaboração com um ortodontista. Afinal, a principal função da cirurgia ortognática é reposicionar os ossos faciais de forma a garantir uma oclusão dentária saudável e uma estrutura óssea alinhada.
Além disso, a cirurgia melhora a harmonia facial, resolvendo problemas de assimetrias e proporcionando uma aparência mais equilibrada e natural. É uma solução especialmente relevante para pacientes com condições como retrognatismo mandibular (mandíbula retraída) ou prognatismo mandibular (mandíbula proeminente), que comprometem não só a função, mas também a autoestima e o bem-estar geral.
Como é realizada a cirurgia ortognática?
A realização da cirurgia ortognática é precedida por um planejamento minucioso que envolve anamnese odontológica, exames clínicos, mensurações faciais, fotos, radiografias, tomografias e, em muitos casos, modelos 3D para uma simulação precisa do resultado final.
O planejamento inicia-se com a fase ortodôntica, em que os dentes são alinhados de forma a estarem na melhor posição para a cirurgia. Esse período pode durar de 6 a 18 meses, dependendo da complexidade do caso. Também poderão ser solicitados outros exames, como:
- Eletrocardiograma;
- Hemograma completo;
- Coagulograma completo;
- Dosagem de glicose, creatinina e ureia;
- Tipo sanguíneo;
- Outros exames que variam conforme o histórico médico do paciente.
Em seguida, vem a etapa da cirurgia: realizada sob anestesia geral, a cirurgia envolve cortes precisos nos ossos da maxila, mandíbula ou ambos, para reposicionamento. Placas e parafusos são utilizados para fixar os ossos na nova posição, garantindo a estabilidade da estrutura facial. Vale mencionar que o procedimento não deixa cicatrizes na boca do paciente.
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Depois, é o momento da recuperação e acompanhamento pós-operatório. O período de recuperação varia, geralmente durando entre seis semanas a três meses para a cicatrização óssea completa. Durante esse tempo, o paciente deve seguir uma dieta líquida ou pastosa e evitar atividades intensas. O acompanhamento é essencial para monitorar a cicatrização e o posicionamento dos ossos e dentes.
Com isso, o paciente gradualmente percebe os benefícios funcionais e estéticos da cirurgia, com uma melhoria significativa na qualidade de vida e na harmonia facial.
Cuidados e preparação para a cirurgia ortognática
Como mencionamos anteriormente, a preparação adequada é essencial para o sucesso da cirurgia ortognática. Para começar, antes da cirurgia, o médico deve solicitar ao paciente uma série de exames, incluindo tomografia, coagulograma completo, radiografia, eletrocardiograma e exames de sangue. Essas avaliações ajudam a identificar possíveis riscos e a planejar o procedimento.
Na fase que antecede a cirurgia, o indivíduo deve seguir uma dieta balanceada e manter uma boa higiene bucal para reduzir o risco de infecções. Ah, vale dizer que, em muitos casos, o paciente precisa usar aparelho ortodôntico antes e depois da cirurgia para garantir que os dentes estejam alinhados com a nova posição óssea!
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Já a fase de recuperação exige repouso e uma dieta líquida ou pastosa. É importante evitar esforços físicos e seguir as orientações médicas para uma recuperação bem-sucedida. Viu só? Não precisa ser complicado. Esses cuidados prévios e posteriores são essenciais para que o paciente obtenha os melhores resultados da cirurgia ortognática e minimize qualquer risco de complicações.
Quais as possíveis complicações da cirurgia? Como minimizar os riscos?
Embora a cirurgia ortognática seja um procedimento amplamente seguro quando realizado por profissionais especializados, há algumas complicações que podem ocorrer, como em qualquer intervenção cirúrgica. Entre as possíveis complicações estão:
- Complicações não frequentes da anestesia: náuseas e vômitos ou depressão pós-operatória;
- Inchaço e dormência: é comum um inchaço significativo na face após a cirurgia, que pode durar semanas. Dormência temporária no rosto, lábios e gengivas também é esperada devido ao impacto nos nervos faciais;
- Limitação da mastigação resolvida com exercícios específicos;
- Alteração na sensibilidade da face, dentes ou língua, mas que tende a desaparecer em até 6 meses;
- Infecção: embora raro, o risco de infecção existe e geralmente está relacionado aos cuidados pós-operatórios e à higienização;
- Dificuldade na adaptação funcional: alguns pacientes podem levar tempo para se adaptar ao novo posicionamento ósseo e dentário, especialmente para mastigação e fala.
Além dos exemplos que citamos acima, podem ocorrer, também, complicações durante a cirurgia que afetam o seu sucesso. A reabsorção condilar em casos de avanço mandibular, por exemplo, pode ser percebida após 6 meses de cirurgia por meio de radiografia e está associada a fatores de risco pré-existentes, como disfunção têmporo-mandibular (como o bruxismo) e osteoartrose.
Outro fator que também pode ocorrer é a mudança na posição do côndilo, que pode causar prejuízo aos músculos da mastigação e à articulação têmporo-mandibular.
Para minimizar esses riscos, é essencial seguir as recomendações médicas, incluindo o uso adequado de antibióticos, a realização de cuidados higiênicos rigorosos e o acompanhamento ortodôntico e cirúrgico. Um planejamento detalhado e o respeito ao período de recuperação são fundamentais para reduzir o desconforto e promover uma cicatrização eficaz.
Recuperação e resultados esperados da cirurgia ortognática
O processo de recuperação da cirurgia ortognática varia conforme o paciente e a complexidade do caso, mas, em média, o tempo inicial de recuperação leva de 6 a 12 semanas. Durante este período, é fundamental seguir uma dieta líquida ou pastosa e evitar movimentos bruscos que possam comprometer a cicatrização óssea.
A recuperação completa, incluindo o retorno à dieta normal e às atividades de rotina, geralmente ocorre após seis meses, quando os ossos já estão totalmente integrados. Vale dizer também que os resultados da cirurgia se tornam mais evidentes conforme o inchaço diminui e os pacientes costumam relatar melhorias significativas na qualidade de vida.
Além da melhor função mastigatória, aprimoramento estético e alívio de problemas respiratórios, o impacto positivo na autoestima é um dos resultados frequentemente citados, especialmente em pacientes que conviviam com assimetrias faciais marcantes.
Orientações legais aos cirurgiões-dentistas
Os profissionais envolvidos no tratamento devem estar atentos a diversas questões para garantir sua segurança. Em primeiro lugar, é necessário saber que, de acordo com a Resolução 22/2001 do Conselho Federal de Odontologia, o dentista apto a realizar cirurgias ortognáticas é aquele especializado em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial.
Além disso, para que um paciente possa se submeter a um procedimento cirúrgico invasivo, é fundamental que sua saúde esteja em condições adequadas. Assim, qualquer distúrbio fisiológico deve ser tratado previamente, garantindo que o procedimento ocorra em um estado de saúde ideal.
Não obstante, o Código de Defesa do Consumidor estabelece que o dentista tem a obrigação de informar os custos do tratamento e o paciente não deve arcar com despesas adicionais que não estejam especificadas no orçamento.
Por último, após o cirurgião dentista explicar detalhadamente cada etapa do procedimento, é necessário elaborar um Consentimento Livre e Informado. A assinatura desse documento por parte do paciente ou de seu representante legal serve para confirmar que todas as informações sobre o tratamento foram fornecidas, além de alinhar as expectativas em relação ao procedimento.
A cirurgia ortognática é uma solução poderosa para pacientes que buscam não apenas harmonizar a aparência, mas também melhorar aspectos fundamentais da saúde, como a mastigação e a respiração. Então, é indispensável saber tudo sobre o assunto para não incorrer em erros que podem resultar no descontentamento do cliente e, no pior dos casos, na suspensão do CRO.
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