A pulpite, ou inflamação da polpa dentária, é um dos desafios mais comuns enfrentados pelos profissionais da odontologia na prática clínica diária. A doença pode ser o começo de complicações mais sérias, chegando a fazer com que intervenções mais invasivas sejam necessárias, como o tratamento de canal ou a extração dentária.
Por isso, entender sobre os detalhes desse problema é crucial para lidar com os pacientes. Continue a leitura para compreender os aspectos, a etiologia, a classificação, os sintomas e até as abordagens em diagnóstico e estratégias de tratamento!
O que é pulpite?
Pulpite é a inflamação da polpa do dente, parte interna onde se localizam os nervos e os vasos sanguíneos. Esta condição pode levar a uma dor severa e é caracterizada pela sua duração, podendo ser aguda ou crônica.
O problema pode ser desencadeado por diversos fatores, incluindo cáries profundas, impactos físicos no dente ou surgir após a realização de certos procedimentos odontológicos repetitivos.
Tipos de pulpite
Quando tratamos de pulpite, é vital compreender a diferença entre seus tipos, pois isso vai orientar a abordagem terapêutica adequada. Confira as especificidades de cada um na sequência.
Pulpite reversível
Caracteriza-se pela inflamação que ainda não comprometeu a vitalidade pulpar de forma permanente. Geralmente, é desencadeada por estímulos nocivos temporários, como cáries pouco profundas ou traumas leves.
Neste estágio, os sintomas dolorosos ocorrem principalmente durante a exposição a estímulos (como quente, frio ou doce) e cessam ao término do estímulo.
Pulpite irreversível
Indica uma inflamação avançada e persistente que compromete a saúde da polpa permanentemente.
Esse tipo é caracterizado por dor intensa e prolongada, que pode ocorrer espontaneamente ou continuar após a remoção do estímulo. A dor pode ser tão severa que interfere no sono ou necessita de analgésicos para ser controlada.
Causas da pulpite
Várias causas estão associadas ao desenvolvimento da doença. Elas são importantes de se conhecer tanto para prevenção quanto para tratamento apropriado. Vamos abordar as principais a seguir.
Cáries dentárias
As cáries dentárias são uma das causas mais comuns de pulpite. Elas ocorrem quando o ácido produzido pelas bactérias da boca decompõe a superfície do dente, formando cavidades.
Sem tratamento, as cáries podem penetrar mais profundamente no dente, alcançando a polpa e gerando inflamação. Esse processo pode resultar em infecção e dor intensa, caracterizando uma pulpite.
Trauma dental
O trauma dental, resultante de impacto ou lesão nos dentes, também pode causar pulpite. Essa possibilidade ocorre devido a acidentes, lesões esportivas, ou mesmo mordidas muito fortes.
Quando o dente é lesionado, mesmo sem apresentar uma fratura visível, microfissuras podem permitir a entrada de bactérias na polpa, causando inflamação.
Em alguns casos, o trauma pode danificar a polpa diretamente, mesmo sem infecção bacteriana, levando à pulpite.
Procedimentos dentários
Procedimentos para tratar ou prevenir problemas dentários também podem, ocasionalmente, causar a doença. O processo de remover cáries, de preparar para coroas ou de realizar restaurações profundas, por exemplo, podem inflamar a polpa dentária.
Embora os profissionais devam tomar todas as precauções necessárias para minimizar o risco da inflamação após procedimentos, a manipulação do dente e a proximidade das ferramentas às áreas sensíveis podem, às vezes, resultar em inflamação.
Sintomas da pulpite
Reconhecer os sintomas associados a cada tipo de pulpite é importante para determinar a abordagem de tratamento mais adequada e entender as causas nas situações. Confira as características!
Pulpite reversível
É uma fase inicial de inflamação, em que o dano ainda não é grave e pode ser revertido com tratamento apropriado:
- Dor desencadeada por estímulos específicos: geralmente associada ao contato com alimentos doces, quentes ou frio.
- Dor de curta duração: cessa poucos momentos após o estímulo ser removido.
- Nenhuma dor espontânea: geralmente não ocorre sem o fomento.
- Sensibilidade elevada: localizada e específica ao dente com pulpite.
Pulpite irreversível
Inflamação grave e persistente da polpa dentária, indicando que os danos são extensos e não podem ser revertidos. Os sintomas incluem:
- Dor espontânea: ocorre sem qualquer estímulo externo.
- Dor prolongada: persiste mesmo após a remoção de qualquer estímulo desencadeante.
- Dor intensa: podendo irradiar para outros dentes, a mandíbula ou até ao ouvido no lado afetado.
- Reação a estímulos de maneira diferente: alimentos e bebidas quentes podem agravar a dor, quando estão frios podem proporcionar alívio temporário.
- Possível formação de abcesso: indicando que a infecção se espalhou para fora da polpa em estágios avançados.
Diagnóstico da pulpite
O diagnóstico da inflamação envolve um processo detalhado para entender a extensão da doença e determinar o tratamento adequado. Vamos detalhar esses elementos.
Exame clínico
O exame clínico é a primeira etapa na avaliação da saúde dental do paciente e na identificação de sinais de pulpite. Durante este processo, o dentista vai:
- Avaliar a história do paciente: identificar os sintomas relatados, como a natureza da dor, sua duração e intensidade.
- Examinar visualmente a cavidade oral: em busca de sinais visíveis que possam indicar a origem da inflamação.
- Teste de mordida: pode ser realizado para verificar se a dor é desencadeada ao morder ou aplicar pressão.
Exames complementares
Outros exames podem ser necessários para confirmar o diagnóstico da pulpite, como a radiografia e os testes de sensibilidade.
Radiografia
As radiografias dentárias permitem visualizar a extensão das cáries, avaliar a perda óssea, verificar a presença de qualquer inchaço ou abscesso na ponta da raiz e observar a forma e o tamanho dos canais radiculares.
Embora as alterações na polpa geralmente não sejam diretamente visíveis em radiografias, indícios de problemas relacionados podem ajudar no diagnóstico.
Testes de sensibilidade
O teste de sensibilidade térmico, aplicando frio ou calor ao dente, avalia a resposta da polpa. Quando for exagerada ou prolongada pode indicar pulpite.
Tratamentos para pulpite
Para cada tipo e estágio de inflamação, há possibilidades de manejo que devem ser adotadas. Entenda qual o melhor para seguir.
Tratamentos para pulpite reversível
Em pulpites reversíveis, o foco do tratamento é preservar a vitalidade da polpa e promover sua cura. As etapas incluem a remoção de cáries e o uso de medicações.
Remoção de cáries
O dentista irá remover a porção cariada que está causando a inflamação na polpa. Isso é feito sob anestesia local, para que o paciente não sinta dor durante o procedimento.
Uso de medicação
Após a remoção da cárie, o profissional pode sugerir o uso de medicamentos para promover a cicatrização e aliviar a inflamação.
Pulpite irreversível: tratamento
Quando a pulpite é classificada como irreversível, isso significa que a polpa dental está danificada a ponto de não poder mais se recuperar, geralmente acompanhada por dor intensa e contínua. As principais opções de tratamento são o canal e a extração do dente.
Tratamento de canal
É a opção mais comum para tratar a pulpite irreversível. O procedimento envolve a remoção da polpa inflamada ou infectada do interior dos canais radiculares. Depois, os canais são desinfetados e modelados.
Em seguida, são preenchidos com um material biocompatível, para selar o espaço e evitar novas infecções. Finalmente é feita a restauração, podendo até necessitar de uma coroa para proteger o dente enfraquecido pelo tratamento.
Extração dentária
Em alguns casos, quando o dente está muito comprometido ou quando o tratamento de canal não é viável ou desejado pelo paciente, a extração pode ser a única solução.
O tratamento resolve a dor, mas implica na perda do dente. Após a retirada, pode-se considerar as opções de substituição, como implantes dentários, pontes ou próteses parciais móveis.
Prevenção da pulpite
Para auxiliar os pacientes na prevenção da inflamação, é fundamental orientá-los sobre a importância de certos aspectos, que vamos explorar a seguir.
Higiene oral adequada
É importante que os pacientes tenham higiene oral adequada. Por isso:
- Instrua sobre a técnica correta de escovação.
- Enfatize o uso do fio dental.
- Explique a importância dos enxaguantes bucais antissépticos.
Consultas regulares ao dentista
Além disso, outro método de prevenção é a regularidade dos check-ups nos dentistas. É recomendado que os pacientes visitem os profissionais a cada seis meses para exames de rotina e limpezas profissionais, em que permitem a detecção e tratamento precoce dos problemas dentários, antes que evoluam para condições como a pulpite.
A pulpite nunca deve ser tratada com um problema comum, pois é um sintoma de que algo mais sério pode estar se desenvolvendo na cavidade oral do paciente. Por isso, compreender a doença e como realizar o manejo correto é fundamental.
Melhor ainda se o tratamento for realizado com os equipamentos certos para cada tipo de situação, até mesmo no exame clínico. Para isso, você pode contar com a Surya Dental e adquirir a linha de produtos endodônticos para estar preparado nas situações de pulpite reversível e irreversível!