A transição da dentição decídua, ou de leite, para a dentição permanente é um marco no desenvolvimento odontológico. Isso porque o estágio final da troca é responsável por acompanhar o indivíduo durante a maior parte de sua vida adulta. Portanto, compreender esse processo é fundamental para qualquer estudante que deseja se tornar um dentista.
A dentição adulta é composta por 32 dentes, incluindo os quatro terceiros molares, popularmente conhecidos como “sisos”. Os dentes desempenham papéis essenciais nas funções de mastigação, fonação e estética.
Durante a transição, é comum que ocorram problemas, como retenção, má oclusão e até mesmo anomalias de desenvolvimento. Por isso, é fundamental que o profissional de odontologia esteja preparado para diagnosticar e tratar essas questões de forma adequada.
Neste texto, você vai encontrar mais detalhes sobre a dentição permanente, como ordem de troca, anatomia, problemas ortodônticos comuns e procedimentos realizados durante a troca. Boa leitura!
Qual a ordem de troca dos dentes?
À medida que a criança vai crescendo, ela cria mais espaço na cavidade oral e, assim, torna-se possível a troca de dentes de leite pelos permanentes. Quando pequenos, nascem 20 dentes, com tamanhos menores e raízes mais finas. São eles:
- Oito incisivos.
- Quatro caninos.
- Oito molares.
Com o desenvolvimento, ocorre a erupção dos dentes. Confira a sequência da dentição permanente com a idade em que ocorre. Vale ressaltar que é uma ordem comum, mas que pode variar de pessoa a pessoa:
- Primeiros molares superiores e inferiores (6 a 7 anos).
- Incisivos centrais inferiores (6 a 7 anos).
- Incisivos centrais superiores (7 a 8 anos).
- Incisivos laterais inferiores (7 a 8 anos).
- Incisivos laterais superiores (8 a 9 anos).
- Caninos inferiores (9 a 10 anos).
- Primeiros pré-molares superiores (10 a 11 anos).
- Primeiros pré-molares inferiores (10 a 12 anos).
- Segundos pré-molares superiores (10 a 12 anos).
- Segundos pré-molares inferiores (11 a 12 anos).
- Caninos superiores (11 a 12 anos).
- Segundos molares inferiores (11 a 13 anos).
- Segundos molares superiores (12 a 13 anos).
- Terceiros molares superiores e inferiores – siso (17 a 21 anos).
Confira a animação divulgada no canal do Leo Augusto, demonstrando a erupção e a dentição permanente em cronologia:
Quando se completa a dentição permanente?
Com a erupção do primeiro molar, inicia-se a dentição mista, ou seja, nesse período os dentes permanentes começam a nascer e os decíduos a cair. Desta maneira, a dentição se completa em torno dos 17 a 21 anos, quando ocorre a erupção do terceiro molar.
Anatomia da dentição permanente
Cada dente tem características anatômicas diferentes. A dentição permanente é composta por:
- Oito incisivos.
- Quatro caninos.
- Oito pré-molares
- 12 molares.
Confira na imagem abaixo a localização de cada dente:
Com relação à estrutura geral, a coroa é a parte visível do dente acima da linha da gengiva coberta pelo esmalte, que é a substância mais resistente do corpo humano. A raiz é a parte inserida no osso da mandíbula ou maxila, proporcionando suporte e estabilidade.
As características anatômicas de um dente incluem a câmara pulpar, que contém vasos sanguíneos e nervos, e o canal radicular, que se estende até a ponta da raiz. O cemento cobre a superfície da raiz e ajuda a fixar o dente aos tecidos circundantes. O ligamento periodontal o fixa firmemente ao osso da mandíbula ou maxila, proporcionando estabilidade.
Veja detalhes sobre cada tipo de dente na sequência.
Incisivos
Os incisivos são os dentes localizados na parte central da boca (quatro superiores e quatro inferiores). Eles são projetados para realizar a mastigação, além de serem responsáveis pela articulação da fala e por papel estético.
Caninos
Os caninos ou cúspides se caracterizam por serem pontiagudos. Rasgam e fazem a função de prensa de alimentos.
Pré-molares
Os pré-molares ou bicúspides possuem duas pontas ou cumes. Como função, auxiliam na trituração e mastigação.
Molares
Os molares se caracterizam por serem dentes maiores com múltiplas cúspides. Trituram e moem os alimentos.
Confira o formato de cada dente e a dentição permanente com numeração na imagem abaixo!
Problemas ortodônticos comuns
Existem vários problemas ortodônticos que podem afetar a posição e o alinhamento dos dentes, assim como a oclusão (encaixe) entre as arcadas superior e inferior. Vamos conhecer os mais comuns.
Má oclusão
Refere-se a um mau encaixe entre os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada. Pode incluir mordida cruzada, aberta, profunda ou aberta anterior.
Dentes tortos
Quando os dentes não estão alinhados corretamente, podem se sobrepor, estar apinhados ou girados. Isso pode afetar a estética do sorriso e dificultar a higienização adequada.
Diastemas
São espaços entre os dentes, especialmente entre os incisivos centrais superiores. Podem ser causados por uma série de fatores, entre os quais: tamanho desproporcional dos dentes, anomalias de desenvolvimento ou presença de freio labial alto.
Apinhamentos
Ocorre quando há falta de espaço para todos os dentes erupcionarem adequadamente, resultando em dentes sobrepostos e desalinhados.
Mau posicionamento das arcadas
Pode haver diferenças significativas no tamanho e na posição das arcadas superior e inferior, o que pode causar problemas de oclusão e comprometer a estética facial.
Procedimentos de erupção e oclusão
Para que os problemas comuns durante a erupção dentária possam ser corrigidos, existem certos procedimentos realizados pelos dentistas. Entenda mais sobre eles a seguir.
Exodontia
É a remoção de um dente. Normalmente, é feita quando há decíduos que não caíram naturalmente para permitir a erupção dos dentes definitivos, como em apinhamentos.
Alinhamento ortodôntico
Quando há problemas de má oclusão, como dentes tortos, apinhamento ou mordida cruzada, o alinhamento é realizado por meio de aparelhos ortodônticos. É possível movimentar os dentes gradualmente para melhorar a direção de cada um.
Cirurgia ortognática
É um procedimento mais invasivo feito por um cirurgião para corrigir questões mais sérias de má oclusão e desalinhamento maxilofacial. A intervenção envolve reposicionamento da maxila e/ou a mandíbula.
Gengivectomia
Em alguns casos, pode haver excesso de gengiva que cobre os dentes e interfere na correta erupção. A solução pode ser gengivectomia para remover o tecido.
Restauração
Em alguns casos, durante o processo de erupção dentária, pode ser necessário o uso de materiais restauradores, como resina composta, para preencher espaços vazios, corrigir pequenas imperfeições ou reconstruir danos nos dentes.
É importante destacar que cada caso é único e os procedimentos podem variar de acordo com a situação específica do paciente.
Por isso, o dentista precisa compreender os detalhes da dentição permanente para identificar as necessidades de procedimentos mais adequados para que a erupção e a oclusão estejam saudáveis e funcionais.
Essa atenção é válida, principalmente, para os ortodontistas, que são os especialistas responsáveis pelo planejamento e pela realização dos tratamentos para os ajustes necessários.
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Referências bibliográficas:
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