Durante o período da pandemia, muito se ouviu falar sobre o aparelho de oxímetro. Esse pequeno instrumento é essencial para medir a saturação do oxigênio no sangue e, dessa forma, tornou-se um auxiliar para monitorar pacientes infectados pelo coronavírus.
Mas a utilidade do aparelho vai muito além dos cuidados com pessoas com covid-19: ele é essencial para acompanhar outras doenças e pode ser usado não só em ambientes hospitalares, como também dentro do consultório odontológico.
Quer saber mais sobre o oxímetro e como usá-lo no dia a dia da clínica? Siga a leitura e confira mais informações sobre o assunto.
O que é oxímetro?
O oxímetro é um pequeno aparelho para monitorar o nível de saturação do oxigênio presente no sangue (abreviado como O2sat ou SaO2) de forma não invasiva — processo denominado oximetria.
Isso significa que o SaO2 é o equivalente à porcentagem de oxigênio que o sangue está transportando em comparação com a capacidade máxima de transporte. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o ideal é que 89% das células vermelhas façam esse processo.
E como funciona o aparelho de oxímetro? Não há dúvidas de que esse material conta com muita tecnologia, uma vez que ele faz o monitoramento por meio da análise da cor da hemoglobina presente em determinadas partes do corpo.
Talvez agora você esteja se perguntando “como assim analisa a cor?” e a explicação é a seguinte: quando a hemoglobina se liga ao oxigênio, ela tem um tom avermelhado. Quando isso não acontece, o sangue fica azulado.
O oxímetro, que tem dois lados, conta com pequenos LEDs em uma das partes (um deles vermelho e o outro infravermelho), e nas demais, um detetor de luz. O seu formato é semelhante ao de um pregador de roupas e envolve a ponta do dedo que será utilizado no processo de monitorar o oxigênio.
No processo de oximetria, o primeiro LED a ser acionado é o vermelho e, em seguida, o infravermelho. O aparelho capta a incidência de luz que passa através do sangue — quanto mais oxigênio, menos luz passa — e, com essas informações, o oxímetro faz o cálculo dessa razão.
Oxímetro de pulso ou dedo?
Talvez você tenha ouvido falar dessas duas variações do produto e, por isso, vamos explicar as diferenças. O oxímetro de dedo é a versão portátil e pequena do aparelho. Já o de pulso, também conhecido como estacionário, é a opção mais completa, que pode salvar dados, fazer o monitoramento de forma contínua, configurar sons, entre outros.
Por que ter um aparelho de oxímetro no consultório?
Explicamos no início deste post que, além de ocupar os espaços hospitalares, o oxímetro pode ser um aliado dentro do consultório odontológico por diversos motivos. Vamos conferir!
Diagnóstico pulpar
Ter o máximo de ferramentas ao dispor do cirurgião-dentista é crucial para realizar um diagnóstico mais preciso e que, de fato, ofereça informações essenciais para traçar um plano de tratamento.
Quando o assunto é condição pulpar, é comum relacionarmos o tema com os testes térmicos e elétricos, já que são os mais comuns. Além deles, pesquisas mostram que avaliar a vascularização do tecido pulpar é eficaz para tratamentos endodônticos e, portanto, também acreditam no uso de recursos menos invasivos para fazer isso, como a oximetria e a fluxometria laser Doppler.
Entretanto, enquanto a fluxometria necessita de um aparelho mais sofisticado e caro, o oxímetro é mais acessível e serve muito bem para o propósito. Isso porque uma polpa saudável tem grande porcentagem de oxigênio, que mantém a vitalidade da região e as necessidades metabólicas, como explica a pesquisa “Avaliação da saturação de oxigênio em polpas humanas de molares rígidos”.
Dados apontam que a saturação de oxigênio da polpa dentária em casos de pulpites reversíveis é de 87,4%, em pulpites irreversíveis, de 83,1%, e em quadros de necrose pulpar, de 74,6%, como explica o artigo “Oximetria de pulso na avaliação da vitalidade pulpar”.
Como vimos, o oxímetro tem grande utilidade para profissionais que atuam na área de endodontia e, portanto, vale a pena o investimento.
Monitoramento de pacientes sedados
Para trabalhar com anestesia intravenosa ou sedação consciente com óxido nitroso de forma segura, é muito importante contar com o oxímetro, especialmente para garantir a recuperação clínica do paciente que é submetido a esses processos.
Isso porque o uso desses medicamentos reduz a frequência respiratória e, portanto, é crucial verificar se o paciente não está com a saturação prejudicada. Além disso, o oxímetro possibilita o acompanhamento dos batimentos cardíacos, que alteram conforme o fármaco vai fazendo efeito.
Distúrbios respiratórios do sono
A odontologia tem papel importante no diagnóstico e tratamento de distúrbios respiratórios do sono, já que é uma das primeiras áreas que pode identificar a presença desses transtornos no paciente.
O artigo “A Odontologia na síndrome da apneia obstrutiva do sono: diagnóstico e tratamento” explica que, entre as diversas ferramentas que podem ser utilizadas para o diagnóstico dos distúrbios relacionados à hora de dormir, está a oximetria de pulso.
Como usar oxímetro?
Agora que você já sabe para que serve o oxímetro, chegou o momento de compreender como ele funciona na prática.
Primeiro, vamos entender o painel LED e como interpretar as informações. Ao ligar, o aparelho rapidamente calcula a saturação do oxigênio e, em segundos, mostrará alguns números, que são os batimentos cardíacos e o O2sat ou SaO2.
A ordem dessas informações podem mudar de acordo com a marca do seu oxímetro. Pode ser que os batimentos estejam no lado superior, enquanto a saturação no inferior — ou vice-versa. A dica é ler com atenção as instruções que acompanham o produto para não haver erros de interpretação. Na hora de medir a saturação, o valor de referência deve ser entre 95% e 100%.
Dicas de uso
O aparelho de oxímetro é bastante sensível e, por isso, é necessário tomar alguns cuidados antes do uso, para que a leitura dos resultados não seja alterada. Primeiramente, higienize bem as mãos. Em segundo lugar, se as pontas dos dedos estiverem geladas, é essencial aquecê-las para não modificar as informações.
Outros fatores que podem influenciar são unhas postiças ou esmaltadas, luz forte do ambiente, tabagismo e mau posicionamento do aparelho.
Por último, vale lembrar que o oxímetro pode ter margem de erro de 2% para cima ou para baixo. Se o número estiver em 96%, ele pode ser 94% ou 98%.
Agora que você já sabe tudo sobre o aparelho de oximetro, que tal investir em um? Essa é uma forma de tornar o seu consultório mais seguro durante os procedimentos, além de melhorar a capacidade de diagnosticar.
Gostou deste conteúdo? Acesse o blog da Surya Dental para ficar por dentro de assuntos da odontologia.