Odontologia integrativa: tudo sobre a área de atuação

Odontologia integrativa

A odontologia integrativa é uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e mais uma opção de área para quem deseja atuar com práticas alternativas. Ela foca no tratamento como um todo, ou seja, considera o bem-estar emocional, psicológico e físico do paciente e acredita que esses pilares devem estar em equilíbrio. 

Ficou curioso? Continue a leitura deste post e entenda melhor do que se trata a odontologia integrada. 

O que é odontologia integrativa?

A odontologia integrativa é a especialidade apta a trabalhar com acupuntura, homeopatia, fitoterapia, entre outras terapias, dentro do consultório. O uso dessas ferramentas têm o objetivo de cuidar do paciente de forma integral, ou seja, desde o motivo pelo qual ele buscou o atendimento até questões emocionais e psicológicas. 

Além do uso das terapias alternativas, o entendimento do paciente como um todo e a escuta acolhedora (considerar não só aspectos físicos, como também da mente, da rotina do paciente etc.) são duas características fundamentais para quem deseja trabalhar nesta área.

Um artigo publicado na revista Fitos explica que esta abordagem visa o indivíduo como alguém que pertence a um ecossistema, participa de grupos sociais e possui um corpo físico onde se encontra o sistema estomatognático, que é afetado por questões mentais, espirituais, emocionais e pelo meio em que vive. 

A odontologia integrativa une a tecnologia e o conhecimento científico da área com os saberes ancestrais disponíveis pela medicina tradicional chinesa, tibetana, ayurvédica, indígena e da floresta.

A especialidade atua de forma preventiva, para melhorar a qualidade de vida do paciente e auxiliar em tratamentos odontológicos. 

Panorama da odontologia integrada

Desde 2008, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconhece e regulamenta o uso das práticas integrativas pelo cirurgião-dentista. Anterior a esse ano, outras ações para a difusão do ramo já haviam sido implementadas, como a criação da Comissão de Práticas Integrativas e Complementares à Saúde Bucal pelo Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal, em 2007.

Em 2015, foram anunciadas oficialmente a acupuntura e a homeopatia como especialidades odontológicas pelo CFO por meio da resolução 160/2015.

Atualmente, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo conta 728 dentistas especializados em terapias alternativas — desse número, 504 atuam com acupuntura e 224 com homeopatia. 

Desde 2008, os dentistas são autorizados a fazer uso das terapias integradas. 

As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) são recursos terapêuticos também aprovados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo Ministério de Saúde. A lista das terapias reconhecidas pelo órgão são:

  • Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura
  • Medicina antroposófica
  • Homeopatia
  • Plantas medicinais e fitoterapia
  • Termalismo Social/Crenoterapia
  • Arteterapia
  • Ayurveda
  • Biodança
  • Dança circular
  • Meditação
  • Musicoterapia
  • Naturopatia
  • Osteopatia
  • Quiropraxia
  • Reflexoterapia
  • Reiki
  • Shantala
  • Terapia Comunitária Integrativa
  • Yoga
  • Apiterapia
  • Aromaterapia
  • Bioenergética
  • Constelação familiar
  • Cromoterapia
  • Geoterapia
  • Hipnoterapia
  • Imposição de mãos
  • Ozonioterapia
  • Terapia de florais

Apesar da lista ser grande, o CFO só certifica como especialidade a acupuntura e a homeopatia. Entretanto, o cirurgião-dentista é habilitado para atuar com a fitoterapia, a terapia floral, hipnose e laserterapia, de acordo com a resolução de 2008.

Benefícios

Os benefícios da odontologia integrada são inúmeros para o paciente. Confira!

  • Alívio de dores
  • Redução de medo e ansiedade
  • Tratamento da odontofobia
  • Fortalecimento dos vínculos entre paciente e dentista
  • Redução do uso de medicamentos
  • Melhora na qualidade de vida
  • Fortalecimento do sistema imunológico
  • Contribuição para a saúde mental

Tratamento integrativo no consultório odontológico

E como seria, na prática, incluir essas terapias dentro do consultório? As resoluções de 2008 e 2015 deixam bastante claro quais são as limitações e o que é permitido. Conheça, abaixo, cada prática autorizada e como deve ser o trabalho com elas. 

Acupuntura

A acupuntura é uma prática milenar da Medicina Tradicional Chinesa com o objetivo de prevenir, tratar e manutencionar o estado de saúde do paciente. A terapia utiliza de agulhas que são inseridas no indivíduo em áreas estratégicas, os chamados pontos anatômicos, que têm conexão com órgãos e sistemas do corpo humano. 

A prática é muito bem vista para controle de ansiedade e estresse, insônia, alívio de dores de cabeça, relaxamento muscular, entre outros.

Dentro da odontologia, o profissional deve estar bem alinhado às práticas da Medicina Tradicional Chinesa e de evidências científicas sobre o assunto. Exemplos do uso da acupuntura na área são o tratamento de dor orofacial e no tinido, analgesia e bruxismo.

Fitoterapia

A fitoterapia é o uso de plantas medicinais em diferentes preparações com o objetivo de curar, prevenir ou atuar de forma multidisciplinar na odontologia. 

É muito importante que o cirurgião-dentista não trabalhe sem conhecimento na área e, portanto, ele deve buscar cursos para aplicar a fitoterapia no consultório. Outros saberes necessários são o uso e manejo das plantas medicinais, o desenvolvimento de habilidades para identificar a espécie botânica e, também, conhecer as fórmulas farmacêuticas utilizadas.

A fitoterapia é muito eficiente. 

O artigo “Uso de plantas medicinais na odontologia” explica que a fitoterapia chama atenção dentro da área justamente por se tratar de produtos naturais com altíssima atividade terapêutica, menor toxicidade, melhor biocompatibilidade quando comprovado cientificamente e comparado com medicamentos convencionais. 

Alguns exemplos do uso da terapia na odontologia são no tratamento de cárie dentária, gengivite, herpes simples, estomatite aftosa e candidíase. 

Terapia floral

A terapia floral acontece por meio do uso de essências florais com foco no indivíduo por inteiro, ou seja, a doença não é o principal fator nesse tipo de prática. Dessa forma, qualquer pessoa pode fazer uso, sem restrições de idade ou outras contraindicações. 

Na odontologia, essa é uma ótima forma de humanizar ainda mais o atendimento, já que o profissional vai buscar entender melhor o estilo de vida do paciente, a origem das doenças do sistema estomatognático e ter uma visão integral da situação.

A terapia floral ainda acalenta discussões na área da ciência, isso porque muitos pesquisadores desconfiam se a prática é, de fato, eficaz ou se é apenas um placebo. De todas as formas, alguns artigos relatam bons resultados ao fazer uso desses produtos e boa aceitação por parte do paciente. 

O uso dos florais de Bach é o pilar dessa terapia e acredita-se que as flores têm o poder de auxiliar nos sentimentos negativos e a remover energias negativas que geram estresse, medo e ansiedade, como explica o artigo “Terapia floral na odontologia no controle de medo e ansiedade”.

No consultório, o dentista pode fazer uso dos florais para ajudar o paciente a lidar com a odontofobia e a dor. 

Hipnose

A hipnose é o estado modificado da consciência, que a deixa próxima da vigília, ou seja, a pessoa mantém-se desperta e presente. A técnica pode ajudar dentistas a deixarem os pacientes mais relaxados e, consequentemente, ter um atendimento melhor e com menos ansiedade, medo e outras características da odontofobia. 

Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, é importante ressaltar que a hipnose não tem nada a ver com aquela imagem criada pelos filmes, em que alguém usa um relógio de bolso e induz a pessoa a um estado de controle. A verdadeira técnica acontece por meio de palavras suaves, do foco fixo e de um objeto, até que o paciente é conduzido ao relaxamento.

A hipnose é uma prática com comprovação científica. 

Também vale ressaltar que o método não tem relação com misticismo ou ocultismo — na verdade, há comprovações científicas da eficácia. 

Na odontologia, a hipnose pode substituir ou reduzir a quantidade de anestesia aplicada, mas atenção: isso não significa fazer procedimentos complexos somente com essa prática! O paciente em hipótese alguma deve ser submetido à dor. 

Homeopatia

A homeopatia atua por meio de medicamentos homeopáticos e, assim como a terapia floral, busca tratar o paciente como um todo, não apenas focando na patologia, e sim nas questões emocionais, psicológicas e sociais. 

Na odontologia, o objetivo é prevenir e tratar doenças bucais e estruturas anexas, mas também auxiliar o paciente quando ele têm alguma patologia sistêmica que pode afetar a saúde da boca. 

Assim como as terapias florais, a homeopatia gera algumas diferenças entre cientistas, já que alguns não acreditam na eficácia do método. Entretanto, dentistas que fizeram pesquisas relataram resultados positivos. 

Chegamos ao fim deste conteúdo e esperamos ter te ajudado a conhecer melhor essa especialidade da odontologia, sobretudo se você deseja alinhar a sua profissão com terapias complementares. 

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