A osseointegração é um processo complexo que ocorre durante a inserção de implantes dentários em pacientes que estão passando por reabilitação oral. Este fenômeno desempenha papel vital na restauração da função e estética oral e é fundamental para aqueles que desejam recuperar o sorriso e a qualidade de vida.
Neste artigo, abordaremos com detalhes o processo. Saiba o que é osseointegração e como ela funciona, quanto tempo demora, quais são os fatores que afetam sua eficácia e como lidar com as complicações. Quer entender melhor sobre tudo isso? Então, continue a leitura!
O que é o processo de osseointegração?
Em termos simples, a osseointegração é o nome dado ao processo importante no sucesso de implantes dentários diversos. Ele refere-se à união sólida entre um implante de titânio e o osso da mandíbula ou maxilar, após uma etapa bem-sucedida de cicatrização.
Existem indícios desse processo desde as décadas de 1940 e 1950, porém foi a partir de 1960 que ganhou notoriedade por meio do pesquisador e médico sueco Per-Ingvar Brånemark, conhecido nos tempos atuais como o pai da implantodontia, dando nome também ao protocolo original.
Como funciona a osseointegração?
Um dos passos mais importantes no sucesso de qualquer implante osseointegrado é a colocação cirúrgica dos pinos de titânio que sustentarão as restaurações. Isso porque o pino cumpre a função de substituir a raiz do dente natural, oferecendo suporte à prótese dental.
Para que isso ocorra, é preciso que o processo de osseointegração seja bem sucedido. Como a peça é composta por material biocompatível, o osso circundante passa a reconhecê-lo como parte do corpo, impulsionando o desenvolvimento de células ósseas na superfície do pino.
A partir daí, ocorre o crescimento gradual do osso ao redor do pino, criando uma ligação sólida entre as estruturas. Essa integração é o que cria a base para a fixação da restauração dentária, tornando o implante tão eficaz quanto os dentes naturais em termos de funcionalidade, estética e conforto.
Quais são as três fases do processo de osseointegração?
Podemos dizer que existem três fases da osseointegração. De modo simplificado, são:
- Primeira fase: também chamada de osteocondução; acontece quando as células osteogênicas migram para a superfície do implante e depositam matriz óssea, formando a base para as outras fases.
- Segunda fase: identificada pela formação óssea; ocorre a formação e adesão do tecido ósseo à superfície do implante, indispensável para a fixação da peça.
- Terceira fase: conhecida como remodelação óssea; na qual o implante dentário adquire resistência à remoção devido às características de sua superfície, garantindo estabilidade e funcionalidade.
Quanto tempo demora a osseointegração do osso?
Em geral, a osseointegração em implantes é um processo que ocorre ao longo de várias semanas a meses. No entanto, é importante notar que o tempo exato pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a localização do implante, qualidade óssea, situação do paciente e a técnica cirúrgica.
Em média, a maioria dos pacientes pode esperar que o processo leve de três a seis meses. No entanto, o período de cicatrização necessário será determinado pelo profissional de saúde bucal, sendo essencial que cada pessoa seja avaliada individualmente.
Qual o tempo de osseointegração para carga imediata?
Uma das formas de como acelerar a osseointegração é por meio da técnica de carga imediata. Trata-se de uma abordagem inovadora que permite uma restauração mais rápida após a cirurgia de implante. Nesse método, os dentes artificiais podem ser anexados ao implante logo após a cirurgia.
Embora a osseointegração para carga imediata seja uma opção atraente para muitos pacientes, é importante entender que nem todos são candidatos ideais para essa abordagem. A adequação depende de vários fatores, como os citados acima, além do tipo de implante utilizado.
Fatores que afetam a osseointegração
Como já adiantamos, existem alguns fatores que contribuem para a osseointegração ser um sucesso, com menor tempo de cicatrização do osso em torno do implante, ou em alguns casos até fazer com que demore mais. Confira uma lista completa com os critérios que mais influenciam durante o processo.
Qualidade óssea
Um osso saudável e denso proporciona uma base sólida para o implante. No entanto, em alguns casos, a condição óssea pode estar comprometida devido a doenças periodontais, trauma ou perda de dente prolongada.
Nesses cenários, podem ser necessários procedimentos, como enxertos ósseos para fortalecer a estrutura antes mesmo da colocação dos pinos.
Saúde do paciente
Algumas condições médicas podem afetar a capacidade de cicatrização, como diabetes não controlada, doenças autoimunes e tratamentos de radioterapia na área bucal. Além disso, o tabagismo é outro vilão, conhecido por prejudicar a circulação sanguínea, o que pode afetar negativamente a osseointegração.
Técnica cirúrgica
Uma abordagem cuidadosa e precisa é essencial para evitar complicações e promover uma osseointegração bem-sucedida. Isso inclui a seleção adequada do local de inserção do implante, a minimização de danos aos tecidos circundantes e a utilização de implantes de alta qualidade.
Tipo de implante
Existem diferentes desenhos de implantes e superfícies que podem afetar a taxa de osseointegração. Por isso, o cirurgião dentista estuda criteriosamente o implante mais adequado com base nas necessidades específicas do paciente.
Cuidados pós-operatórios
Os pacientes devem seguir as orientações profissionais para garantir uma recuperação adequada. Isso inclui a higiene oral rigorosa e a prevenção de atividades que possam prejudicar a área cirúrgica.
Complicações da osseointegração e soluções
Embora a osseointegração seja geralmente um processo bem-sucedido, com chances baixas de rejeição em torno de 1% a 3%, podem ocorrer complicações em alguns casos. É importante estar ciente dessas possibilidades e das soluções disponíveis para abordá-las. Listamos algumas abaixo!
Falha na osseointegração
A falha na no processo pode ocorrer quando o implante não se integra completamente com o osso circundante. Isso pode resultar em mobilidade do implante ou desconforto. As causas podem incluir infecções, má qualidade óssea ou falhas na técnica cirúrgica.
Solução: o implante pode precisar ser removido, e a área tratada antes de uma nova tentativa. Tratamentos adicionais, como enxertos, podem ser necessários para melhorar a qualidade óssea antes de uma nova inserção do implante.
Infecções
Existe a chance de que haja infecções na área do procedimento. A causa pode ser as bactérias ou a falta de higiene correta após a cirurgia.
Solução: o tratamento geralmente envolve a prescrição de antibióticos e a limpeza da área afetada. Em casos graves, o implante pode precisar ser removido temporariamente até que a infecção seja controlada.
Má oclusão
A má oclusão refere-se a um desalinhamento ou encaixe inadequado dos dentes artificiais após a colocação da restauração. Isso pode resultar em desconforto ao morder, dor nos dentes ou problemas na mastigação.
Solução: um dos objetivos dos implantes é justamente corrigir casos de má oclusão. Se após o procedimento o paciente ainda sente desconforto, é necessário reavaliar a restauração e fazer os ajustes necessários para garantir o encaixe correto.
Lesões de tecidos moles
Em alguns casos, podem ocorrer lesões nos tecidos moles ao redor do implante, resultando em desconforto, inflamação ou dor.
Solução: dependendo da gravidade da lesão, podem ser necessárias medidas, como suturas para promover a cicatrização adequada. O acompanhamento regular com o dentista é fundamental para garantir que as lesões sejam tratadas apropriadamente.
A comunicação aberta com o dentista e o seguimento de todas as orientações são essenciais para garantir um resultado positivo. Os pacientes devem se sentir encorajados a relatar qualquer dor ou desconforto, pois a negligência pode trazer consequências para o sucesso do procedimento.
Lembre-se de que, embora as complicações possam ocorrer, a osseointegração continua sendo um método eficaz para restaurar a função e a estética oral, proporcionando aos pacientes um sorriso saudável e confiante.
Quer saber mais sobre outros processos essenciais da odontologia? Então, assine o formulário de newsletter da Surya Dental e receba os conteúdos na sua caixa de e-mail!