A pandemia de Covid-19 fez com que muitos profissionais da saúde readequassem seus hábitos de prevenção contra o novo coronavírus. Isso porque, sem os cuidados preventivos, além do risco de se contaminarem, eles podem tornar-se canais de transmissão da doença.
No caso da Odontologia, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica que limita os atendimentos de cirurgiões-dentistas do SUS a casos de urgência, fazendo com que situações eletivas sejam prorrogadas para após o período de isolamento.
Reunimos, neste post, o que dentistas devem fazer, durante o atendimento, para protegerem a si mesmos e os pacientes de contaminação. Continue a leitura!
Cuidados pré-consulta
Os primeiros cuidados odontológicos devem ocorrer antes mesmo da consulta. Assim que o paciente entrar em contato solicitando atendimento, é importante verificar se ele apresenta algum dos sintomas de Covid-19, e se viajou ou teve contato com alguém que esteve fora nos últimos 14 dias (tempo para a manifestação da doença).
- Os principais sintomas da doença são: febre, cansaço, dor no corpo, tosse e dificuldade para respirar.
Se a resposta for sim para alguma das perguntas, cancele a consulta e aconselhe a procurar ajuda médica. Caso contrário, certifique-se de que a ocorrência do paciente é urgente, e que ele não pode esperar até o fim do período de reclusão para o atendimento.
Para a prevenção do coronavírus, a ADA (American Dental Association) classificou os casos considerados urgentes e eletivos durante a pandemia, e você pode utilizar os critérios como base para seu consultório. Confira abaixo:
Casos urgentes
● Pulpite
● Pericoronite
● Osteíte pós-operatória cirúrgica ou troca de curativos de cavidade seca
● Abscesso ou infecção bacteriana localizada, resultando em dor e inchaço localizados
● Fratura de dente resultando em dor ou causando trauma nos tecidos moles
● Trauma dental com avulsão / luxação
● Confecção de restauração temporária caso a restauração for perdida, quebrada ou esteja causando irritação gengival
● Cárie extensa ou restaurações defeituosas que causam dor
● Remoção de suturas
● Ajustes da dentadura em pacientes com radiação/oncologia
● Ajustes ou reparos da dentadura quando a função mastigatória é impedida
● Substituir o preenchimento temporário nas aberturas de acesso endodôntico em
pacientes com dor
● Corte ou ajustes de um fio ou aparelhos ortodônticos que perfuram ou ulceram a mucosa bucal
Casos eletivos
● Exame odontológico inicial ou de
manutenção
● Radiografias de rotina
● Profilaxias dentárias
● Terapia periodontal de rotina
● Procedimentos ortodônticos diferentes daqueles para tratar de problemas agudos (por exemplo, dor, infecção, trauma)
● Extração de dentes assintomáticos
● Dentística restauradora, incluindo
tratamento de lesões cariosas
assintomáticas
● Procedimentos odontológicos estéticos
Fonte: Amib – Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
Mesmo com a pré-consulta realizada por telefone, examine o paciente no dia do atendimento para certificar-se de que ele não está infectado. Realize novamente uma entrevista sobre os sintomas e, dessa vez, também meça a sua temperatura.
Caso tenha apresentado algum sintoma, ou a temperatura estiver acima dos 37,8º, cancele a consulta e encaminhe o paciente aos serviços de saúde.
Supondo que haja uma situação extrema em que o paciente apresenta sintomas de Covid-19 e, ainda assim, precisa de atendimento urgente, cabe ao profissional avaliar se fará ou não o procedimento.
Se decidir atender o paciente, utilize os EPIs necessários e realize os procedimentos de desinfecção em todo o consultório. Após a consulta, a recomendação é cancelar todos os próximos atendimentos e manter-se em quarentena, evitando tornar-se um canal de contágio.
Cuidados durante a consulta
Para manter a biossegurança em Odontologia, é necessário que você siga rigorosamente todos os protocolos indicados pelo órgãos de saúde e pela Anvisa: a utilização de EPI e a imunização e higienização antes e depois da consulta.
- Os EPIs indicados pela Anvisa são: óculos de proteção ou protetor facial, máscara, gorro descartável, avental impermeável de mangas longas e luvas de procedimento.
Antes de iniciar a consulta, higienize a boca do paciente por meio de escovação e/ou bochecho com peróxido de hidrogênio a 1% antes de cada atendimento. A clorexidina não é indicada, pois é é ineficaz contra o novo coronavírus.
Além disso, por ser transmitido por meio aéreo, sempre que possível, recubra a boca do paciente com diques de borracha e evite aparelhos ultrassônicos, para barrar a emissão de aerossóis.
Por fim, sob hipótese nenhuma reutilize materiais em mais de uma consulta. Todos devem ser limpos, desinfetados e esterilizados. Repasse às instruções à toda equipe, sejam auxiliares de consultório, secretários ou profissionais de limpeza.
Biossegurança na recepção
Para a prevenção na Odontologia, é de extrema importância que o consultório esteja adaptado para receber os pacientes durante a pandemia. Na recepção, não pode haver aglomerações, por isso limite o número de presentes.
Fixe avisos para que as pessoas mantenham distância de um metro entre elas, e para que não toquem a boca, nariz ou olhos. Disponibilize aos pacientes frascos ou dispensers de álcool gel em 70% para que façam a higienização das mãos.
Além disso, realize a desinfecção de áreas e objetos comuns do consultório, como banheiro, recepção, maçanetas e cadeiras. Os produtos mais efetivos para isso são hipoclorito de sódio a 0,1%, peróxido de hidrogênio a 0,5% ou álcool a 70%.
Estar atento à prevenção do novo coronavírus é um dever de todo cirurgião-dentista, especialmente durante esse momento. Por isso, redobre seus cuidados no consultório e evite que a doença se espalhe.
Para saber mais sobre essas e outras recomendações da Anvisa, clique aqui e leia a Nota Técnica nº 04/2020 na íntegra!
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Excelente abordagem sobre a COVID 19.
Obrigada.
Muito obrigado, Sheila! Continue acompanhando nosso blog!