Classificação de Kennedy: o que é, importância e princípios

Dentista com prótese dentária na mão em consultório odontológico.

A classificação de Kennedy é um tema estudado na graduação de odontologia, com objetivo de categorizar a ausência de alguns dentes em um arco dentário. Criada em 1925 por Edward Kennedy, ajuda a determinar o tipo de prótese dentária mais adequada para cada paciente. 

Continue a leitura para saber, em detalhes, como funciona a categorização, a importância da ferramenta, benefícios aos pacientes, possíveis modificações e regras para compreensão das classes!

Banner fino rotina de estudos.

O que é a classificação de Kennedy?

A classificação de Kennedy é um sistema utilizado na odontologia para identificar e categorizar as combinações das arcadas parcialmente desdentadas. O objetivo é facilitar o planejamento e projeto de próteses dentárias para pacientes que possuem dentes ausentes em apenas algumas áreas da boca.

O sistema divide as arcadas parcialmente desdentadas em quatro grupos principais. Conheça cada um na sequência!

Classe I

Nessa classe, a arcada dentária apresenta o desdentamento bilateral, ou seja, nos dois lados. A área edêntula (sem dentes) está localizada na parte posterior aos dentes remanescentes.

Classe II

A arcada dentária apresenta o desdentamento unilateral, apenas em um lado. Assim como na classe I, a área afetada está localizada na parte posterior aos dentes remanescentes.

Classe III

Nesse caso, o desdentamento é intercalar e unilateral. Isso significa que existem espaços sem dentes tanto em regiões anteriores como posteriores aos dentes remanescentes.

Classe IV 

A ausência de dentes é extensa, afetando tanto a região posterior como a anterior da arcada dentária.

Na prática, a classificação de Kennedy auxilia na determinação do melhor tipo de prótese parcial removível a ser utilizada, com o objetivo de realizar a reabilitação oral.

Cirurgião-dentista atendendo paciente no consultório.
Com a classificação, o dentista consegue fazer o planejamento adequado das próteses.

Importância da classificação no planejamento odontológico

A classificação desempenha um papel crucial no planejamento odontológico, especialmente quando se trata de próteses parciais removíveis. Veja razões pelas suas importância.

Determinação do tipo de prótese adequada

A partir da classificação de Kennedy, o profissional pode identificar o tipo de prótese mais apropriada para cada caso específico. Isso é fundamental para proporcionar boa adaptação, estabilidade e funcionalidade. O sistema guia o planejamento e a execução do trabalho protético.

Distribuição de carga e forças

A classificação também ajuda a determinar a distribuição ideal de carga e forças sobre os dentes remanescentes. Isso é importante para minimizar o estresse excessivo nos dentes naturais e garantir a longevidade da prótese, assim como a saúde bucal do paciente.

Estética e função mastigatória

Ao considerar a classificação, é possível projetar uma prótese que atenda tanto aos aspectos estéticos quanto funcionais. A posição e o número de dentes remanescentes, bem como a localização dos espaços edêntulos, são importantes para um obter sorriso natural e uma mastigação eficiente.

Simplificação do planejamento

Com a classificação de Kennedy, o planejamento do tratamento se torna mais eficiente e organizado. Por meio da categorização das arcadas parcialmente desdentadas, o profissional consegue estabelecer um plano adequado, que inclui desde a seleção dos materiais até a definição das técnicas e procedimentos ideais para cada caso.

Comunicação entre profissionais

A categorização facilita a comunicação entre profissionais da odontologia. Ao utilizar a terminologia padronizada, fica mais fácil e preciso transmitir informações sobre o diagnóstico e o plano de tratamento para outros dentistas envolvidos no caso.

Benefícios ao paciente

Aos pacientes, a classificação inclui alguns benefícios, como:

  • Planejamento adequado do tratamento;
  • Melhor adaptação da prótese;
  • Estética natural e harmônica.

Portanto, a classificação desempenha um papel importante no fornecimento do tratamento odontológico personalizado e de qualidade, promovendo a saúde e o bem-estar da pessoa atendida.

Classificação de Kennedy e modificações

A classificação de Kennedy é topográfica, ou seja, analisa apenas a imagem com espaços sem dentes. Assim, quando existem casos diferentes das classes, são consideradas como modificações. Elas são categorizadas da seguinte maneira:

  • Modificação 1 da classe I: ausência de um novo elemento.
  • Modificação 2 da classe I: ausência de dois novos elementos. 
  • Modificação 1 da classe II: ausência de um novo elemento.
  • Modificação 2 da classe II: ausência de dois novos elementos. 
  • Modificação 1 da classe III: apresenta uma nova ausência intercalar.
  • Modificação 2 da classe III: apresenta duas novas ausências intercalares.
  • Não há modificações para a classe IV. 

Dica: a referência e imagens para as modificações para a classificação podem ser verificadas neste trabalho de conclusão de curso.

Regras de Applegate

Em 1935, Winkler Applegate elaborou um conjunto de regras para controlar a aplicação do método de Kennedy e fornecer diretrizes adicionais para o planejamento das PPRs. São elas:

  1. O espaço mais posterior é o que determina a classificação. 
  2. Áreas adicionais ao espaço protético são consideradas modificações ou subclasses. 
  3. A modificação é determinada pelo número de espaços, não pela extensão. 
  4. A classe IV não possui modificações. 
  5. As classificações devem ser o preparo da boca para recebimento da prótese. 
  6. Quando há ausência de terceiros molares, desconsidera-se a região na classificação. A situação muda em casos de reposição de próteses. 
  7. O terceiro molar é considerado para classificação se for dente pilar ou base de suporte.
  8. Na ausência do segundo molar, não se considera o espaço na classificação. 

O estudante e o dentista formado precisam saber sobre o sistema, suas modificações e as regras com precisão para planejar próteses de forma coerente, além de conseguir se comunicar com outros profissionais da área e traçar as melhores estratégias. 

Porém, vale dizer que existem outros sistemas para classificar os espaços e para estudar no decorrer da graduação, como a classificação de Cummer e Wild, que levam em consideração bases biomecânicas.

E se o seu plano é continuar aprendendo, pensa em se especializar na odontologia, mas ainda não sabe qual área especificamente, confira os conteúdos para acadêmicos aqui no blog da Surya!

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