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Paciente usuário de droga na odontologia: cuidados ao atender
Marketing Surya publicado em 3/mar/2022 e atualizado em 6/maio/2022

Paciente usuário de droga na odontologia: cuidados ao atender

Falar sobre atendimento odontológico ao usuário de droga pode ser algo ainda distante de muitos profissionais. A verdade é que todos os dentistas já receberam esse perfil de paciente e muitas vezes não sabem como lidar, justamente por criar um estereótipo dessas pessoas ou por não ter conhecimento suficiente sobre o assunto.

Neste post, iremos ajudá-lo a compreender melhor os conceitos relacionados ao uso de drogas, assim como explicaremos os malefícios para a saúde bucal e como o cirurgião-dentista deve lidar com esse paciente. Continue a leitura e saiba mais!

Drogas: o que são, de fato, essas substâncias?

Todos nós temos um conceito básico sobre drogas. Esse é um assunto popular, do qual ouvimos falar desde criança na escola, na televisão e em diversos ambientes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como “qualquer entidade química ou mistura de entidades que altere a função biológica e possivelmente a estrutura do organismo”.

Outro ponto importante é que as substâncias são divididas por categorias, conforme a com a produção, como podemos ver na tabela abaixo.

Tipos de drogas
Naturais Semisintéticas Sintéticas
Totalmente provenientes de plantas, como cogumelos, ópio, maconha, chá de trombeteira etc.  Também são de origem natural, mas a diferença está no processamento. Exemplos são o tabaco e o álcool.  Esse grupo são as substâncias totalmente produzidas em laboratório, como cocaína, heroína, LSD, ecstasy etc.

Além da classificação por tipo, há outras que estão relacionadas aos efeitos, à legislação, ao padrão de uso etc.

Tipos de drogas de acordo com a lei
Ilícitas Lícitas
Drogas com produção, comercialização e uso proibido, como maconha, LSD, cocaína e outros.  Substâncias sem restrições em relação à produção e comercialização, como  cigarro, álcool, solventes etc. Pode-se dizer que são socialmente aceitas, exceto os solventes cujo objetivo é serem utilizados para realização de alguns trabalhos em obras, marcenaria etc.

As anfetaminas, por exemplo, entram nessa lista. Mas vale lembrar que ela está associada à compra com receita médica. 

Outro aspecto importante é em relação ao padrão de uso, que existem cinco, de acordo com a OMS. Isso significa que as pessoas podem consumir para experimentar ou apenas em ocasiões sociais e não necessariamente ser alguém dependente de drogas.

  • Experimental: Como o nome indica, este tipo de padrão está relacionado à experimentação. Ou seja, tem relação com usar uma única vez na vida ou ocasionalmente, mas com pouquíssima frequência (uma vez ao ano, ao mês — no último caso, não pode passar de três vezes).
  • Recreativo: O uso recreativo é quando o indivíduo faz uso das drogas em contextos de festas, sociais ou para relaxar, sobretudo em grupo. Apesar de estar relacionado às substâncias ilícitas, não necessariamente vai prejudicar a saúde do paciente, uma vez que é um consumo pontual.
  • Controlado/Social/Funcional: Neste caso, o uso é feito em situações socialmente aceitas, como em festas, bares, jantares etc. Não é o tipo de consumo que traz dependência ou outros problemas mais graves à saúde.
  • Nocivo/abusivo: De acordo com o artigo “Padrões de uso de drogas, vulnerabilidade e autonomia”, define-se como o modo de consumo de uma substância psicoativa que é prejudicial à saúde, com complicações físicas ou psíquicas.
  • Dependência: Quando a pessoa faz uso nocivo de substâncias e já apresenta síndrome de abstinência e compulsão.
usuário de droga

Em dúvidas de como lidar com usuário de droga? Uma dica é começar por entender conceitos relacionados ao uso das substâncias.

Atendimento e tratamento para usuários de drogas

Lidar com pacientes usuários de drogas é uma tarefa bastante complexa, especialmente quando pensamos em pessoas que sofrem por dependência. Primeiramente, é essencial deixar o preconceito de lado e ideias ultrapassadas de que esse indivíduo é mau-caráter e, por isso, faz o consumo das substâncias.

É importante ter uma postura humanizada e compreender que existem diversos fatores associados ao uso, como o social, psicológico, familiar, socioeconômico, comportamental etc. O vício é uma doença e o consumo das substâncias podem ser uma forma que o paciente encontrou para lidar com traumas, dificuldades, ansiedade, luto, baixa autoestima, sobrecarga entre outros problemas.

Portanto, não cabe ao cirurgião-dentista julgar, e sim encontrar soluções para estruturar um plano de tratamento e auxiliar o paciente com a ajuda de uma equipe multidisciplinar.

De acordo com o artigo “A importância da equipe multidisciplinar no tratamento da dependência química”, justamente por ser um problema multifatorial, é essencial contar com a presença de profissionais de diferentes áreas, integrados com o propósito de gerar bem-estar físico, emocional e psicológico.

A equipe pode ser composta por médico, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, assistente social, educador físico e cirurgião-dentista, por exemplo.

O plano de tratamento multidisciplinar será estruturado pelos profissionais responsáveis pelos cuidados com esse paciente, embora seja essencial a presença de um cirurgião-dentista para lidar com as ocorrências de saúde bucal, que falaremos mais adiante.

Diante disso, é muito importante que dentistas estejam dispostos a estudar mais sobre o assunto para entender os efeitos bucais de cada substância, assim como identificar o uso de drogas feito pelo paciente e ajudá-lo a encontrar tratamento, caso ele ainda não o faça.

Além disso, é necessário estruturar uma boa anamnese e saber como encaminhar o paciente que precisa de ajuda, sobretudo se você atua na atenção primária à saúde.

Anamnese: o que não pode faltar

Não há dúvidas de que a anamnese é um documento fundamental para conhecer melhor qualquer paciente antes de iniciar algum tratamento. Nela, é crucial ter perguntas relacionadas ao consumo de substâncias — como já explicamos, nem sempre será perceptível que alguém faz uso de drogas, especialmente se for de perfil recreativo, experimental ou social.

Usuário de droga

A anamnese é fundamental para compreender o comportamento do usuário.

Antes de dar início, vale ter uma conversa com o paciente sobre a importância de responder com sinceridade todas as perguntas. Explique que, enquanto profissional da saúde, esse é um espaço seguro e que a pessoa pode sentir-se confortável para falar sobre os hábitos e/ou vícios.

Caso o seu modelo de anamnese ainda não tenha nada relacionado ao uso de drogas, vale inserir as seguintes perguntas:

  • Já usou ou faz uso de drogas?
  • Que droga usa ou usava?
  • Com qual frequência?
  • Se usa, faz quanto tempo?
  • Quando foi a última vez que usou?
  • Faz uso compartilhado?

Encaminhamento de pacientes usuários de drogas

Ao perceber que o seu paciente faz uso nocivo das substâncias, mas que ainda não recebe qualquer tipo de atendimento, incentive-o a buscar ajuda de profissionais.

Aconselhe a fazer uma visita à Unidade Básica de Saúde, onde ele será atendido pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), que propõe atendimento de atenção básica. Dentro desse grupo, o médico clínico geral poderá analisar e encaminhar o paciente para o atendimento multidisciplinar.

Não deixe também de incentivar a encontrar apoio em grupos específicos. Para isso, informe-se onde esses serviços são oferecidos na sua cidade e sempre tenha o contato deles para entregar ao paciente.

Efeitos das drogas na saúde bucal

É possível observar diferentes manifestações de acordo com o uso das substâncias. Segundo o artigo “Repercussões bucais do uso de drogas na adolescência”, são elas:

  • Álcool: xerostomia transitória, modificação da flora microbiana, manchamento dentário, aumento do volume das gengivas, dificuldades de coagulação, mau hálito, ressecamento das mucosas da boca, aumento das chances de doenças periodontais, cáries e câncer bucal.
  • Tabagismo: manchamento dos dentes, redução do pH bucal, aumento de cálculo dentário, cárie, gengivite, periodontite, câncer bucal, perdas dentárias etc.
  • Maconha: xerostomia, cárie, doenças periodontais, queimaduras na mucosa bucal, estomatite canábica, candidose e outras.
  • Cocaína: perfurações no septo nasal e palato duro, xerostomia, ressecamento de mucosa, descamação gengival, formação de cálculo, periodontite, desmineralização dentária cervical, cárie rampante, perdas dentárias, bruxismo, candidose etc.
  • Crack: perdas dentárias ocasionadas por doenças periodontais, repercussões negativas no sistema estomatognático e outras.
  • Ecstasy: xerostomia, cárie, periodontite, sensibilidade dentária, apertamento e bruxismo.
Usuário de droga

As drogas geram consequências negativas para a saúde bucal.

Outras ocorrências que surgem por consequência do uso da droga são maior vulnerabilidade para infecções, hemorragias pós-operatórias, hábitos precários em relação à saúde bucal e dieta pouco nutritiva e que não corresponde às necessidades do corpo.

  • Leia também: Gengivite ulcerativa — o que dentistas precisam saber

Além desses quadros, há riscos de desgaste da estrutura dental e queimaduras.

Cuidados com o paciente

Além dos procedimentos padrões, é importante que o cirurgião-dentista esteja atento a outras ações necessárias para esse perfil de paciente. A orientação e a motivação devem ser reforçadas, com o intuito de preservar o máximo possível a saúde bucal da pessoa.

Após relatado que o paciente é usuário de drogas, é muito importante solicitar exames laboratoriais — no mínimo, um hemograma. Isso porque, muitas vezes, essa pessoa pode ter uma alimentação incorreta e, consequentemente, apresentar anemias e outros problemas.

Sobre pacientes que fazem uso de crack e cocaína, é preciso ter alguns cuidados específicos, uma vez que é comum notar arritmia e angina nesses grupos. Dessa forma, é preciso investigar se a pessoa sofre de um desses males para evitar situações de risco durante o atendimento.

Em relação aos anestésicos para pacientes que fazem uso de psicoestimulantes (crack, cocaína, LSD, heroína etc.), é necessário evitar a aplicação daqueles com adrenalina ou noradrenalina. Isso porque o usuário dessas drogas já costumam ter a adrenalina alta e, ao haver uma sobrecarga, pode piorar a arritmia e angina.

Quando houver dúvidas, a dica é ter contato próximo com o médico que atende o paciente usuário de droga. Especialmente para aqueles que já fazem acompanhamento, vale investigar e entender quais são as limitações dessa pessoa, quais remédios podem ser receitados ou não, além dos cuidados durante os procedimentos.

Enquanto cirurgião-dentista, é essencial manter-se sempre atualizado sobre o assunto, sobretudo se você atua em instituições que atendem especificamente esse grupo de pacientes. Nunca deixe de buscar informações e de estar a par de todas as novidades sobre o tema.

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