Arquivos Universitários - Surya Dental https://blog.suryadental.com.br/category/universitarios/ Fri, 26 Sep 2025 18:16:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://blog.suryadental.com.br/wp-content/uploads/2022/08/cropped-surya-1-e1652876833917-180x180-1-80x80.png Arquivos Universitários - Surya Dental https://blog.suryadental.com.br/category/universitarios/ 32 32 Quanto custa a faculdade de odontologia: guia dos custos e dicas https://blog.suryadental.com.br/quanto-gasta-um-estudante-de-odontologia/ https://blog.suryadental.com.br/quanto-gasta-um-estudante-de-odontologia/#comments Fri, 12 Sep 2025 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=5184 Ingressar na faculdade de odontologia é um passo importante para quem deseja atuar na área da saúde, mas esse caminho envolve desafios financeiros e de organização. Saber quanto custa a faculdade de odontologia, quais são os principais gastos, os materiais indispensáveis e como economizar é essencial para evitar surpresas e garantir uma formação tranquila.

Este guia detalha os investimentos necessários, traz dicas práticas de organização financeira e mostra estratégias para lidar com as despesas ao longo da graduação. Compartilhe o conteúdo com colegas, planeje-se com antecedência e torne sua jornada acadêmica mais segura e produtiva.

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Custos médios da faculdade de odontologia no Brasil

O curso de odontologia é reconhecido pela qualidade técnica e pela valorização no mercado, mas também exige um investimento elevado. Desde o processo seletivo até as atividades práticas, o estudante enfrenta despesas que precisam ser previstas com cuidado.

Mensalidades, taxas administrativas, compra de livros e materiais, transporte, alimentação e moradia compõem o orçamento. Em universidades públicas, apesar da gratuidade da mensalidade, custos com aluguel e deslocamento se tornam mais evidentes. Já nas privadas, o valor da mensalidade pesa mais, embora as demais despesas também devam ser consideradas.

A formação inclui atividades práticas que exigem instrumentos individuais e insumos descartáveis, o que torna o gasto recorrente. Assim, é importante analisar não apenas o valor das mensalidades, mas todo o conjunto de despesas que acompanha a graduação. Veja uma média do resumo dos gastos:

  • Mensalidades: variam entre R$ 1.500 e R$ 3.500 por mês;
  • Materiais básicos e instrumentais: estimativas indicam entre R$ 500 por semestre e até R$ 3.000 a R$ 6.000 por ano com livros e insumos;
  • Total mensal estimado: entre R$ 2.000 e R$ 4.000, podendo ultrapassar essa faixa a depender da instituição de ensino escolhida e se será necessário arcar com custos de moradia.
estudante de odontologia
Curso de odontologia: quanto custa? Em universidade pública, o curso é gratuito; nas particulares, a mensalidade é a partir de R$ 1,8 mil.

Planejar-se, conversar com veteranos, pesquisar valores em diferentes regiões e entender a rotina do curso são atitudes que ajudam a evitar imprevistos e tornam a experiência acadêmica mais equilibrada. A seguir, detalhamos as informações relacionadas à média de custos para cursar odontologia, então, continue sua leitura e confira:

1. Valores médios em faculdades públicas e privadas

A diferença de custos entre instituições públicas e privadas é grande. Nas públicas, o curso é gratuito, mas o estudante precisa considerar despesas com moradia, alimentação, transporte e materiais. O aluguel, por exemplo, pode variar de R$ 700,00 a R$ 2.000,00 mensais, dependendo da cidade.

Nas privadas, a mensalidade é o maior peso no orçamento. Em grandes centros, o valor pode superar R$ 3.500,00, chegando a R$ 8.000,00 em instituições de referência. No interior, os valores tendem a ser menores, mas ainda exigem organização financeira.

Infraestrutura, quantidade de aulas práticas, conceito no MEC e oportunidades de estágio também influenciam a escolha da instituição. Por isso, comparar propostas e conversar com alunos matriculados ajuda a tomar uma decisão mais segura.

2. Custos variáveis: moradia, transporte, alimentação e vida acadêmica

A vida universitária envolve gastos que vão além das mensalidades. Para muitos, mudar de cidade é inevitável, o que inclui despesas com aluguel, condomínio, contas básicas e mobiliário. O transporte, seja por transporte público, aplicativos ou veículo próprio, representa outro impacto significativo.

Na alimentação, equilibrar praticidade e economia é essencial. Muitos estudantes recorrem a restaurantes universitários, lanchonetes ou cozinham em casa. Fazer compras em mercados, aproveitar promoções e dividir despesas com colegas são formas eficientes de reduzir custos.

Além disso, há gastos com papelaria, roupas acadêmicas, estágios, congressos e eventos. Manter um controle detalhado das finanças, registrando receitas e despesas, é a melhor forma de evitar surpresas.

Para quem deseja atuar no setor público, veja as 12 dicas de como se preparar para um concurso para dentista.

O preparo de lanches em casa ajuda a economizar dinheiro, além de serem mais saudáveis.

3. Materiais obrigatórios em cada semestre da graduação

Durante o curso, o estudante precisa adquirir materiais que mudam a cada semestre, essenciais para práticas em laboratório e clínicas. No início, são exigidos jaleco, luvas, máscaras, kit anatômico, instrumentos básicos, fichários e caixas organizadoras.

O investimento inicial pode ultrapassar R$ 2.000,00, dependendo da instituição e da escolha de marcas. Com o avanço do curso, cresce a necessidade de instrumentos específicos para clínicas e estágios. Priorizar materiais de qualidade garante durabilidade e evita reposições constantes.

Alguns itens podem ser reaproveitados, desde que estejam em bom estado e sigam normas de biossegurança. Outros, como descartáveis, precisam de reposição frequente.

Manter os materiais organizados, identificados e higienizados contribui para a segurança e o bom desempenho. Para dicas práticas, veja como organizar materiais de odontologia da faculdade.

Para saber quanto custam os materiais do curso de odontologia, é preciso pesquisar.

4. Lista de materiais do 1º semestre e custos estimados

O primeiro semestre costuma surpreender pelo valor dos materiais. Entre os principais itens estão jalecos, luvas, máscaras, kit anatômico, instrumentos básicos e materiais de papelaria.

A estimativa de custos é:

  • Jaleco: R$ 100,00 a R$ 200,00;
  • Kit anatômico: R$ 250,00 a R$ 400,00;
  • Luvas e máscaras: R$ 80,00 a R$ 150,00;
  • Instrumentos clínicos iniciais: R$ 400,00 a R$ 600,00;
  • Cadernos e fichários: R$ 50,00 a R$ 100,00;
  • Caixa organizadora: R$ 80,00 a R$ 150,00.

Optar por fornecedores confiáveis e produtos certificados é fundamental para garantir durabilidade e segurança.

5. Kit acadêmico odontológico: funções, custos e critérios de escolha

O kit acadêmico odontológico reúne instrumentos indispensáveis, como peças de mão, espelhos, pinças, sondas e espátulas. Trata-se de um dos maiores investimentos do início da graduação, com valores que variam de R$ 2.200,00 a mais de R$ 3.500,00, conforme a marca e as exigências da instituição.

Na hora da escolha, é importante verificar se os itens atendem às normas acadêmicas, priorizar instrumentos de aço inoxidável, avaliar kits completos pelo custo-benefício e buscar orientação de professores ou veteranos.

Para quem deseja se preparar para a carreira, confira as 12 dicas para dentistas recém-formados.

Quanto custam os materiais de odontologia? O kit acadêmico tem valores de início de quase R$ 2 mil.

Jaleco e EPIs: importância, normas de uso e valores

O jaleco é obrigatório em laboratórios e clínicas, atendendo normas da Anvisa e garantindo segurança para estudantes e pacientes. O valor inicial varia conforme o modelo, mas é essencial optar por peças confortáveis, resistentes e fáceis de higienizar.

Além dele, outros EPIs são indispensáveis, como toucas, óculos de proteção, máscaras e luvas, que devem ser adquiridos em fornecedores confiáveis e sempre dentro do prazo de validade. A durabilidade depende dos cuidados de uso e da frequência de higienização.

Materiais descartáveis e insumos: frequência de reposição e custos

Itens como luvas, máscaras, algodão, gaze e descartáveis plásticos são utilizados rotineiramente, especialmente nos semestres mais avançados, quando aumentam as práticas clínicas.

O gasto depende da frequência de reposição e da carga horária de atendimentos. Buscar fornecedores que ofereçam qualidade e preços justos garante a biossegurança exigida pelas instituições.

Principais formas de ingresso e opções de financiamento estudantil

O acesso ao curso pode ocorrer por vestibulares tradicionais, muito comuns em instituições públicas e privadas, ou por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que permite a entrada pelo Sisu e possibilita bolsas pelo ProUni.

O ProUni concede bolsas integrais e parciais em faculdades privadas, reduzindo significativamente os custos. Já o FIES permite financiar as mensalidades e iniciar o pagamento após a conclusão do curso, o que amplia o acesso, mas exige planejamento para o futuro.

Além desses programas, muitas universidades oferecem bolsas próprias, descontos por desempenho ou convênios com entidades, o que pode tornar a graduação mais acessível.

Consultar editais, acompanhar prazos e reunir a documentação necessária são etapas fundamentais para definir a melhor forma de ingresso, sempre levando em conta o perfil familiar e a disponibilidade de recursos.

Para organizar os estudos e alcançar bons resultados, confira as 8 dicas para alunos de odontologia irem bem na faculdade.

Como economizar nos custos da graduação de odontologia

Economizar é possível com organização e planejamento. Comprar kits promocionais, aproveitar períodos de oferta, realizar compras coletivas e participar de programas de descontos são estratégias que reduzem o impacto financeiro.

Além disso, cuidar bem dos instrumentos, usar insumos de forma racional e planejar as compras de cada semestre contribui para evitar gastos excessivos.

Para se destacar em trabalhos acadêmicos, confira as 5 dicas para apresentação de trabalhos no curso de odontologia.

Com a lista de materiais para odontologia em mãos, o ideal é pesquisar por boas marcas.

Investimento total e planejamento para o futuro profissional

Ao longo dos cinco anos de curso, o investimento pode ultrapassar R$ 100.000,00, considerando mensalidades, materiais, insumos e custos de vida. O valor varia conforme a instituição e a cidade escolhida.

Preparar-se para esse compromisso exige disciplina, controle do orçamento familiar e visão de longo prazo, já que o retorno aparece nas oportunidades de carreira, especializações e concursos públicos.

Entender quanto custa a faculdade de odontologia vai além das mensalidades. Avaliar cada etapa, organizar as finanças e conhecer os principais gastos são atitudes que tornam a experiência acadêmica mais tranquila e produtiva.

Antes de iniciar sua formação clínica, confira também como fazer o primeiro atendimento no curso de odontologia e comece sua trajetória com mais segurança e confiança.

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Overjet e overbite: entendendo o significado de más oclusões https://blog.suryadental.com.br/overjet-e-overbite/ https://blog.suryadental.com.br/overjet-e-overbite/#respond Tue, 09 Sep 2025 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=21368 No campo da odontologia, uma má oclusão pode apresentar desafios tanto estéticos quanto funcionais. Duas condições que frequentemente surgem são overjet e overbite: esses malefícios podem impactar negativamente a saúde sistêmica e bucal do paciente, como a respiração e a mastigação.

Embora esses termos possam parecer complexos à primeira vista, compreender o que significam é essencial para a prática clínica odontológica. Neste artigo, portanto, vamos explorar as diferenças entre overjet e overbite, além dos fatores que os causam, como realizar medições e as consequências dessas más oclusões. Confira todos os detalhes a seguir!

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Diferenças entre overjet e overbite

Overjet e overbite são termos usados para descrever a posição dos dentes superiores em relação aos inferiores, identificados como classe II de Angle. A principal diferença está na direção e no tipo de projeção. O overjet refere-se à distância horizontal dos superiores aos inferiores. Em outras palavras, é o espaço entre os incisivos quando a arcada dentária está em oclusão. Normalmente, o afastamento mais adequado varia de 2 mm a 3 mm.

Por outro lado, overbite é a medida vertical de sobreposição dos superiores quanto aos inferiores quando a arcada está fechada. Calcula-se pela porcentagem entre os incisivos de cima sobre os de baixo. Os valores ideais estão entre 10% e 15%. Vale dizer que os números podem mudar caso a caso, em razão do tamanho dos dentes dos pacientes ou por conta da espessura das cristas marginais.

Fatores contribuintes para má oclusão

Quando se trata da ocorrência de overjet e overbite, vários motivos podem colaborar para o desenvolvimento dessas condições. Veja quais fatores mais influenciam:

1. Diferenças no desenvolvimento ósseo

Discrepâncias esqueléticas entre a mandíbula superior e inferior possibilitam a ocorrência das más oclusões, principalmente em variações de crescimento e posicionamento.

2. Genética

Traços hereditários aumentam a probabilidade de impactar o desenvolvimento das posições dos dentes superiores e inferiores.

overjet e overbite pode ser uma condição genética
As más oclusões podem ter origem genética.

3. Hábitos

Certos costumes presentes na infância, como chupar o dedo, fazer uso prolongado de chupeta ou empurrar a língua contra os dentes (língua presa), podem contribuir para a formação de overjet e overbite. Esses hábitos exercem pressão sobre os dentes e as mandíbulas, fazendo com que se desloquem ao longo do tempo.

4. Perda de dentes

Um dos fatores para a presença do overjet acentuado é a falta de dentes inferiores, uma vez que gera desequilíbrio na relação entre superiores e inferiores.

5. Desgaste do esmalte

Já o desgaste excessivo do esmalte nos pontos de contato dos dentes pode levar a uma diminuição da sobreposição vertical e contribuir para o aumento de overbite.

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Como dentistas fazem a avaliação clínica

Para avaliar o overjet, o profissional de odontologia mede a distância horizontal entre a borda incisal do incisivo superior mais proeminente e a borda incisal do incisivo inferior correspondente.

Já para classificar o overbite, é preciso aferir a distância vertical entre a borda dos dentes de cima em relação aos de baixo, quando estiverem oclusos. Além disso, o ortodontista pode avaliar a relação vertical dos dentes posteriores e a mordida cruzada posterior.

No entanto, é importante notar que essas medidas são apenas uma parte da avaliação. O dentista também examina visualmente outras características, como a posição dos dentes anteriores e posteriores, a relação entre superiores e inferiores, a oclusão e a mordida transversal. O uso de radiografias e a produção de modelos fazem parte do diagnóstico para determinar o plano de tratamento adequado.

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Como aferir as distâncias?

No YouTube, a dentista Taciana Drumond explica como realizar a medição da distância do overjet e da angulação do overbite. Ela orienta que é preciso ter uma régua que comece a medir do 0 (zero) desde a extremidade.

Com os modelos montados no articulador odontológico, é possível executar as aferições. Veja no vídeo os locais que devem ser marcados e como posicionar a régua:

Para medir diretamente no paciente, a dentista instrui que a aferição seja feita da mesma forma, mas é preciso que a régua ou o paquímetro esteja devidamente esterilizado.

Consequências do overjet e overbite

Ambos os casos podem implicar em consequências significativas na vida de um paciente, já que afetam a mordida e, consequentemente, a mastigação adequada dos alimentos, acarretando adversidades digestivas. Fisicamente, também é aumentado o risco de lesão nos dentes inferiores em caso de traumas, como quedas ou impactos.

Além disso, a protrusão dos dentes (overjet) pode interferir na estética do sorriso e afetar questões relacionadas à autoestima da pessoa. 

Já quando o overbite é acentuado, uma das consequências é a possibilidade de sobrecarga na região durante a mastigação, levando ao desgaste anormal, além de problemas na articulação temporomandibular (ATM), dores musculares, dificuldades na fala e na alimentação. Confira outras consequências dessas duas condições:

  • Bruxismo;
  • Apneia do sono;
  • Disfunção de ATM;
  • Alterações na mastigação e deglutição;
  • Problemas periodontais;
  • Trauma dental;
  • Desgaste de esmalte e dentina;
  • Dor muscular;
  • Respiração bucal;
  • Alterações na fonação.

1. Relações com a estética facial

Uma consequência estética da má oclusão é o desequilíbrio no posicionamento dos lábios. Em casos de overjet aumentado, os incisivos superiores ficam posicionados muito à frente dos inferiores, o que resulta em um aspecto facial desarmônico, impactando a estética geral do sorriso.

Overlays Indiretas de Compósitos Nano-Híbridos nas correções oclusais classe II de Angle

Outra complicação é o impacto no perfil facial. Como são casos de classe II de Angle, ambos contribuem para o deslocamento da mandíbula, impactando no delineamento do rosto. Compreender o significado e as consequências das más oclusões, entre elas o overjet e o overbite, é de extrema importância durante a graduação em odontologia.

Tratamentos para overbite

De forma geral, a sobremordida acentuada (também conhecida como overbite profundo) pode resultar em desgaste excessivo dos dentes da arcada inferior, distúrbios na articulação temporomandibular (ATM) e comprometimento da função mastigatória.

No entanto, a abordagem terapêutica varia conforme a gravidade do caso clínico apresentado pelo paciente. Confira as intervenções mais frequentes:

1. Ortodontia fixa com bráquetes

Atuam no reposicionamento vertical dos dentes superiores e/ou inferiores, sendo recomendados para casos de sobremordida de média a alta complexidade.

2. Alinhadores estéticos (Invisalign)

Oferecem correção em situações leves ou intermediárias de overbite. Utilizam placas transparentes personalizadas para promover movimentação dentária progressiva.

3. Aparelhos de estimulação funcional

Indicados durante a fase de desenvolvimento ósseo em crianças e adolescentes. Dispositivos como o Herbst e o Bionator auxiliam no redirecionamento do crescimento mandibular.

4. Modificação da superfície dentária ou reconstrução

Em adultos com sobremordida extrema, técnicas como ajustes mínimos na estrutura dentária ou aplicação de restaurações protéticas podem restabelecer a harmonia oclusal.

5. Cirurgia ortognática

Destinada a pacientes com desproporções esqueléticas significativas. Envolve procedimentos cirúrgicos para reposicionar os maxilares e normalizar a mordida.

Como futuros profissionais, é essencial que os estudantes desenvolvam conhecimento sólido sobre essas condições e sobre as implicações que elas ocasionam na vida dos pacientes. A ortodontia é a especialidade que oferece técnicas e intervenções para corrigir esses casos para visar a reabilitação oral, tanto pela parte funcional quanto pelos pontos estéticos.

Se você é um estudante de odontologia em busca de mais conteúdo acadêmico, confira outros textos como esse no blog da Surya Dental, como restauração indireta em dente posterior Metal Free. Aqui, você encontra diversos artigos e informações relevantes para a sua formação acadêmica. Até lá.

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Classificação de Kennedy: o que é, importância e princípios https://blog.suryadental.com.br/classificacao-de-kennedy/ https://blog.suryadental.com.br/classificacao-de-kennedy/#respond Thu, 04 Sep 2025 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=20814 A perda parcial de dentes continua sendo uma das situações clínicas mais comuns no consultório odontológico. Para lidar com esses casos de forma precisa, é importante contar com sistemas de classificação que ajudem a definir o melhor tipo de prótese a ser indicada. Um dos mais usados nesse processo é a classificação de Kennedy.

Criada para organizar os diferentes tipos de arcadas parcialmente desdentadas, ela divide os casos em quatro grupos principais, com base na localização e na extensão das áreas sem dentes. Isso permite que o profissional tenha um ponto de partida mais claro ao planejar próteses parciais removíveis (PPR).

Neste artigo, você vai entender o que é a classificação de Kennedy, como ela se aplica na prática clínica, quais são suas modificações e como usá-la para indicar a melhor solução para seus pacientes. Continue a leitura e aproveite o conteúdo completo!

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O que é a classificação de Kennedy?

A classificação de Kennedy é um sistema utilizado na odontologia para identificar e categorizar as combinações das arcadas parcialmente desdentadas. O objetivo é facilitar o planejamento e o projeto de próteses dentárias para pacientes que possuem dentes ausentes em apenas algumas áreas da boca.

O sistema divide as arcadas parcialmente desdentadas em quatro grupos principais, baseando-se na localização e extensão dos espaços edêntulos. Essa abordagem permite uma comunicação eficaz entre os profissionais de odontologia, incluindo dentistas, técnicos em prótese dentária e outros especialistas, e auxilia na escolha do tipo de prótese mais adequado para cada caso.

Classe I – Ausência bilateral de dentes posteriores

A Classe I refere-se a arcos edêntulos bilaterais com áreas desdentadas posteriores. Ou seja, não há dentes posteriores em ambos os lados do arco, mas os dentes anteriores estão presentes. Essa configuração é comum em pacientes que perderam os molares e pré-molares posteriores, mantendo os dentes anteriores intactos.

A prótese parcial removível indicada para essa classe geralmente é dentomucossuportada, exigindo cuidados específicos no planejamento para distribuir adequadamente as forças mastigatórias e preservar os tecidos de suporte.

Classe II – Ausência unilateral de dentes posteriores

A Classe II descreve um arco edêntulo unilateral, onde apenas um lado apresenta área desdentada posterior. Nesse caso, os dentes anteriores e os dentes posteriores do lado oposto estão presentes.

Essa configuração requer atenção especial no planejamento da prótese parcial removível, pois a distribuição assimétrica das forças mastigatórias pode impactar a estabilidade, a retenção da prótese e o funcionamento da boca. A utilização de apoios e grampos adequados é fundamental para proporcionar conforto e funcionalidade ao paciente.

Classe III – Espaço edêntulo limitado por dentes adjacentes

A Classe III caracteriza-se por um espaço desdentado unilateral, mas com dentes naturais presentes anterior e posteriormente ao espaço desdentado, criando um limite mais definido. Essa configuração permite a confecção de próteses parciais removíveis dentossuportadas, oferecendo maior estabilidade e retenção.

O planejamento deve considerar a posição e a condição dos dentes adjacentes, garantindo uma distribuição equilibrada das forças mastigatórias e preservando a integridade dos tecidos de suporte.

Classe IV – Ausência de dentes anteriores cruzando a linha média

A Classe IV é usada para descrever arcos com áreas desdentadas localizadas na região anterior, atravessando a linha média e sendo bilaterais. Essa configuração apresenta desafios estéticos e funcionais, exigindo um planejamento cuidadoso para restaurar a estética do sorriso e a função mastigatória.

A prótese parcial removível deve ser projetada para se integrar harmoniosamente com os dentes remanescentes, proporcionando conforto e naturalidade ao paciente.

Cirurgião-dentista atendendo paciente no consultório.
Com a classificação, o dentista consegue fazer o planejamento adequado das próteses.

Importância da classificação no planejamento odontológico

A classificação de Kennedy desempenha um papel fundamental no planejamento odontológico, pois permite uma avaliação sistemática das condições do arco dentário.

Ao categorizar os tipos de edentulismo, os profissionais podem determinar o tipo de prótese mais adequado, avaliar a distribuição das forças mastigatórias, considerar aspectos estéticos e funcionais, simplificar o planejamento e facilitar a comunicação entre os membros da equipe odontológica.

Essa abordagem estruturada contribui para tratamentos mais personalizados, atendendo às necessidades específicas de cada paciente.

Escolha adequada da prótese parcial removível

A classificação de Kennedy auxilia na escolha do tipo de prótese parcial removível mais apropriada para cada caso. Ao identificar a classe do arco edêntulo, o profissional pode decidir entre próteses dentossuportadas, mucossuportadas ou dentomucossuportadas, considerando estabilidade, retenção e conforto para o paciente. Essa decisão impacta diretamente na eficácia do tratamento e na satisfação do paciente com a prótese.

Distribuição eficiente das cargas mastigatórias

A distribuição adequada das forças mastigatórias é essencial para a longevidade da prótese e a saúde dos tecidos de suporte. A classificação de Kennedy permite ao profissional avaliar a posição dos dentes remanescentes e planejar a prótese de forma a equilibrar as cargas, evitando sobrecargas em áreas específicas e prevenindo possíveis complicações, como reabsorção óssea ou mobilidade dentária.

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Equilíbrio entre estética e funcionalidade

A restauração da estética e da função mastigatória é um dos principais objetivos do tratamento protético. A classificação de Kennedy orienta o planejamento da prótese, permitindo ao profissional considerar a posição dos dentes ausentes e remanescentes, a linha do sorriso e a oclusão.

Dessa forma, é possível confeccionar próteses que se integrem harmoniosamente ao sorriso do paciente e restabeleçam a eficiência mastigatória.

Facilidade na comunicação entre profissionais

A classificação de Kennedy facilita a comunicação entre os membros da equipe odontológica. Ao utilizar uma terminologia padronizada, todos os envolvidos no tratamento podem compreender rapidamente as características do caso, discutir opções terapêuticas e colaborar de forma eficiente na confecção da prótese, promovendo um atendimento integrado e de qualidade ao paciente.

Simplificação do planejamento clínico

A utilização da classificação de Kennedy simplifica o processo de planejamento protético, proporcionando uma estrutura clara e objetiva para a avaliação do caso. Com base na classe identificada, o profissional pode seguir protocolos estabelecidos, selecionar os componentes protéticos adequados e antecipar possíveis desafios, otimizando o tempo e os recursos envolvidos no tratamento.

Benefícios da aplicação correta para o paciente

A aplicação da classificação de Kennedy no planejamento protético traz diversos benefícios ao paciente. Ela contribui para:

  • Planejamento adequado do tratamento;
  • Confecção de próteses mais confortáveis;
  • Próteses estáveis e esteticamente agradáveis;
  • Melhora a função mastigatória e a fonética;
  • Preserva os tecidos de suporte e os dentes remanescentes;
  • Proporciona uma experiência de tratamento mais eficiente e personalizada.

Esses fatores impactam positivamente na qualidade de vida do paciente e na saúde bucal, promovendo bem-estar e satisfação com o resultado obtido, além de uma estética natural e harmoniosa.

Classificação de Kennedy e modificações

A classificação de Kennedy é topográfica, ou seja, analisa apenas a imagem com espaços sem dentes. Assim, quando existem casos diferentes das classes, são consideradas como modificações. Elas são categorizadas da seguinte maneira:

  • Modificação 1 da classe I: ausência de um novo elemento;
  • Modificação 2 da classe I: ausência de dois novos elementos;
  • Modificação 1 da classe II: ausência de um novo elemento;
  • Modificação 2 da classe II: ausência de dois novos elementos; 
  • Modificação 1 da classe III: apresenta uma nova ausência intercalar;
  • Modificação 2 da classe III: apresenta duas novas ausências intercalares;
  • Não há modificações para a classe IV.
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Regras de Applegate

Em 1935, Applegate propôs um conjunto de 8 regras para complementar a classificação de Kennedy, visando maior precisão na categorização dos arcos desdentados. São elas:

  1. O espaço mais posterior é o que determina a classificação; 
  2. Áreas adicionais ao espaço protético são consideradas modificações ou subclasses;
  3. A modificação é determinada pelo número de espaços, não pela extensão;
  4. A classe IV não possui modificações;
  5. As classificações devem ser o preparo da boca para recebimento da prótese;
  6. Quando há ausência de terceiros molares, desconsidera-se a região na classificação. A situação muda em casos de reposição de próteses;
  7. O terceiro molar é considerado para classificação se for dente pilar ou base de suporte;
  8. Na ausência do segundo molar, não se considera o espaço na classificação.

Essas regras proporcionam uma abordagem mais sistemática e consistente no planejamento de PPRs, facilitando a comunicação entre os profissionais e a escolha adequada dos componentes protéticos.

Casos complexos e a necessidade de abordagens complementares

Embora a classificação de Kennedy seja amplamente utilizada, ela apresenta limitações em casos clínicos mais complexos. Situações que envolvem múltiplas áreas edêntulas não contíguas, dentes remanescentes com comprometimento periodontal ou necessidade de suporte adicional podem não ser adequadamente categorizadas por esse sistema.

Nesses casos, recomenda-se a utilização de classificações complementares ou abordagens individualizadas que considerem fatores anatômicos e funcionais específicos, proporcionando um planejamento protético mais abrangente e personalizado.

Você pode gostar também: Implantodontista: guia sobre o especialista em reabilitação oral

Integração com outras classificações e sistemas protéticos

Para superar as limitações da classificação de Kennedy, diversos sistemas complementares foram desenvolvidos, como as classificações de Cummer, Wild e ACP. Esses sistemas consideram aspectos adicionais, como o tipo de suporte (dental, mucoso ou misto), a relação dos dentes pilares com o rebordo alveolar e a complexidade do caso clínico.

A integração dessas classificações permite uma análise mais detalhada das condições do paciente, auxiliando na escolha da prótese mais adequada e na previsão de possíveis desafios durante o tratamento.

Compreender a classificação de Kennedy e suas modificações é fundamental para o planejamento eficaz de próteses parciais removíveis. Esse sistema facilita a comunicação entre profissionais e contribui para a elaboração de tratamentos mais precisos e personalizados.

Ao aplicar corretamente essa classificação, é possível otimizar a distribuição de cargas, melhorar a função mastigatória e atender às expectativas estéticas dos pacientes.

Para aprofundar seus conhecimentos e oferecer uma melhor experiência aos seus pacientes, convidamos você a explorar a classificação de Black e o que significa cada uma das classes.

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Conheça as doenças na boca mais comuns e como tratá-las https://blog.suryadental.com.br/problemas-na-boca-indicam-doencas-graves/ https://blog.suryadental.com.br/problemas-na-boca-indicam-doencas-graves/#comments Wed, 13 Aug 2025 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=456 Tratar e prevenir doenças na boca é responsabilidade dos dentistas. Por isso, é funda

Tratar e prevenir doenças na boca é responsabilidade dos dentistas. Por isso, é indispensável que os profissionais estejam preparados para realizar diagnósticos precisos, saibam tratá-las e também educar os pacientes a respeito das formas de prevenção e tratamento de diversas doenças, como gengivite e periodontite.

Neste post da Surya Dental, vamos abordar doenças periodontais, endodônticas, cáries, câncer bucal, além das patologias bucais com manifestações orais mais comuns na odontologia. Confira todos os detalhes a seguir e boa leitura:

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O que são doenças periodontais?

A doença periodontal é um grupo de condições inflamatórias crônicas de origem bacteriana que inicialmente afetam a gengiva. Com o tempo, essa inflamação pode progredir, comprometendo os tecidos que dão suporte aos dentes, como o cemento, o ligamento periodontal e o osso alveolar, o que pode resultar na perda dentária.

Os microrganismos presentes na placa bacteriana dental são os principais agentes causadores dessa doença. O processo inflamatório leva à perda da inserção do ligamento periodontal e à destruição do osso adjacente. A progressão dessa condição, impulsionada pelo acúmulo de tártaro e pela ação bacteriana contínua, cria bolsas periodontais, que são espaços entre o dente e a gengiva.

Essas bolsas favorecem a proliferação bacteriana e aprofundam a destruição tecidual, levando à mobilidade dentária e, eventualmente, à perda dos dentes. Fatores como diabetes, imunossupressão e tabagismo podem acelerar o desenvolvimento e a progressão da doença periodontal, tornando-a ainda mais agressiva em pacientes com essas condições. Entenda abaixo mais sobre as doenças periodontais:

1. Gengivite

A gengivite é uma inflamação da gengiva causada pelo acúmulo de placa bacteriana nos dentes, caracterizada por vermelhidão, inchaço e sangramento gengival durante a escovação e o uso de fio dental.

O dentista pode fazer um exame clínico, em que são avaliados aspectos como a consistência e o formato das gengivas, além do índice de placa bacteriana, profundidade de sondagem e a presença de sangue. Outra ferramenta para identificação é o exame radiográfico para detectar possíveis perdas ósseas.

Como é uma das doenças causadas por falta de higiene na boca, o profissional deve explicar sobre a importância da limpeza adequada, com o uso de escovação correta e frequente e fio dental. Em casos mais graves, pode ser necessário realizar raspagem e alisamento radicular.

No entanto, vale salientar que a gengivite também pode ser ocasionada por fatores genéticos, tabagismo, diabetes, mudanças hormonais, estresse, uso de alguns medicamentos, má alimentação e até mesmo a presença de aparelhos ortodônticos, dentaduras mal ajustadas ou pontes dentárias que não se encaixam corretamente.

2. Periodontite

Já a periodontite é uma doença mais avançada e grave em comparação com a gengivite. Entre os sintomas, está a inflamação crônica dos tecidos, resultando em perda de inserção periodontal e destruição do osso alveolar que suporta os dentes.

As gengivas também ficam avermelhadas, inchadas e sensíveis, ocorre retração gengival, mobilidade dentária, mau hálito persistente, sensibilidade ao frio ou ao calor e presença de pus. A identificação da periodontite requer uma avaliação clínica detalhada, com medição da profundidade das bolsas e análise da radiografia.

periodontite doença na boca
A periodontite é uma das doenças na boca que tem como sintoma a inflamação da gengiva.

O tratamento requer uma limpeza profissional com raspagem radicular e remoção do acúmulo de placa bacteriana e tártaro das raízes dos dentes. Além disso, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para reduzir a inflamação e, até mesmo, uma cirurgia para restauração da saúde das gengivas e do osso.

3. Cárie dentária 

As cáries dentárias são uma das doenças na boca causadas por bactérias. Ocorrem quando a placa bacteriana produz ácidos que corroem o esmalte dentário. Os sintomas variam de acordo com o tipo, mas geralmente incluem sensibilidade ao frio ou ao calor, dor ao mastigar e manchas escuras ou cavidades nos dentes.

O dentista consegue identificá-la por meio da radiografia e do exame clínico que demonstra o processo de desmineralização do esmalte. Para tratá-la, é preciso removê-la e restaurar o dente com resina composta ou amálgama. Se o caso for avançado, pode ser necessário fazer tratamento de canal com um endodontista.

A prevenção envolve cuidados diários de higiene oral, como uso de fio dental, limitação da exposição a alimentos ricos em açúcar e visitas regulares ao dentista para exames e limpezas.

O que são doenças endodônticas?

A doença endodôntica engloba diversas condições patológicas que afetam a polpa dentária e os tecidos ao redor da raiz do dente (periapicais). Geralmente, essas enfermidades são provocadas por infecções bacterianas, que podem surgir de cáries profundas, traumas nos dentes ou de procedimentos odontológicos realizados de forma inadequada.

É importante que haja uma identificação e um tratamento precoce dessas condições para evitar complicações mais sérias, como a formação de abscessos e a eventual perda do dente comprometido. Pulpites e lesões periapicais são as condições endodônticas mais comuns. Vamos abordar mais detalhes sobre cada uma na sequência:

1. Pulpite

A pulpite é uma inflamação da polpa, tecido localizado no interior do dente e que possui vasos sanguíneos e nervos. Os principais sintomas incluem sensibilidade ao calor, ao frio e a alimentos doces, além de dor intensa que piora com a mastigação ou com a ingestão de bebidas e alimentos.

Essa doença na boca pode ser identificada por exame clínico realizado pelo dentista, que vai avaliar os sintomas relatados pelo paciente, a resposta aos estímulos térmicos e a presença de cáries ou lesões.

O tratamento da pulpite envolve a remoção da causa da inflamação e a realização de tratamento de canal. A higiene oral é fundamental para a prevenção da doença.

3. Lesões periapicais

As lesões periapicais são alterações que ocorrem na região ao redor da raiz, conhecida como ápice dentário. As causas são processos inflamatórios ou infecciosos na área, que podem surgir devido à necrose pulpar, trauma dental, cáries não tratadas ou infecções que se espalham a partir do canal radicular. 

Os sintomas incluem dor localizada, inchaço na região afetada, sensibilidade ao toque e presença de abscessos ou fístulas na gengiva próxima ao dente. O dentista faz a identificação com a palpação da região afetada, radiografias periapicais para visualizar a estrutura óssea e testes de vitalidade da polpa dental.

O tratamento de canal é a solução, pois remove o tecido danificado, desinfeta o canal radicular e previne a progressão da infecção. Em casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia periapical para drenar o abscesso ou remover o tecido inflamado.

tratamento de canal
O tratamento de canal é uma das opções de tratamento para as lesões periapicais.

Patologia bucal comum: entenda quais são!

Além das condições já mencionadas, a cavidade bucal pode ser afetada por uma variedade de outras patologias comuns, cada uma com suas características distintas e que exigem abordagens de tratamento específicas. Dessa forma, é importante reconhecer que a saúde bucal vai muito além da ausência de cáries ou doenças gengivais e engloba um espectro de condições que podem impactar significativamente o bem-estar dos pacientes.

A identificação precoce e o manejo adequado da patologia bucal é o que faz diferença para prevenir complicações, aliviar sintomas e garantir a manutenção de uma boca saudável, pois essas patologias podem ter diversas origens, que incluem fatores infecciosos, inflamatórios, autoimunes, traumáticos e até mesmo manifestações de doenças sistêmicas. Veja abaixo:

1. Bruxismo

O bruxismo é uma disfunção caracterizada pelo ato de ranger ou apertar os dentes de forma involuntária, principalmente durante o sono. É considerado um problema multifatorial, podendo ser causado por estresse, ansiedade, desordens neuromusculares, questões na oclusão dentária, entre outros fatores.

Os sintomas mais comuns do bruxismo incluem desgaste excessivo dos dentes, dores de cabeça frequentes, dores na mandíbula e nos músculos faciais, sensibilidade, problemas na articulação temporomandibular (ATM), além de possíveis distúrbios do sono.

Para identificar o bruxismo, geralmente é realizado um exame clínico pelo dentista para avaliação dos desgastes na arcada dentária, presença de mordida desalinhada e tensão muscular na face. Durante a anamnese, também será investigado se existe consumo excessivo de alimentos duros.

O tratamento pode variar de acordo com a causa e a gravidade do problema. Geralmente, o dentista recomenda o uso de placa de mordida para proteger os dentes do desgaste durante o ranger ou apertar. Quando há danos significativos nos dentes ou na ATM, pode ser necessário um tratamento multidisciplinar.

bruxismo
As placas podem protegem os dentes das pessoas com bruxismo.

A prevenção do bruxismo tem relação com as possíveis causas. Por isso, é importante orientar medidas para redução do estresse e da ansiedade, como técnicas de relaxamento mental, evitar consumir cafeína e álcool em excesso, além de manter uma boa higiene do sono. E, claro, recomenda-se acompanhamento com dentista regularmente para avaliação das ações.

2. Disfunção temporomandibular (DTM)

A disfunção temporomandibular (DTM) é um conjunto de condições clínicas que afetam a ATM, os músculos da mastigação e as estruturas associadas. É uma das disfunções mais comuns do sistema estomatognático e pode se manifestar de várias formas.

Os pacientes podem apresentar dor facial, em músculos da mastigação, de cabeça e de ouvido, dificuldade para abrir a boca e para mastigar, ruídos articulares, sensação de que a mandíbula está “trancada” ou fora do lugar, desgaste dentário, entre outros sintomas.

O diagnóstico da DTM pode ser realizado com a avaliação clínica do cirurgião-dentista. Geralmente, é feito após a exclusão de outras patologias bucais que possam apresentar sintomas semelhantes. Alguns exames complementares, como radiografias, ressonância magnética, tomografia e análise de oclusão, podem auxiliar o profissional.

Quanto aos tratamentos, eles variam de acordo com a causa do problema. No entanto, podem incluir desde medicamentos para alívio da dor, terapia com laser, infiltrações na musculatura, até a realização de processos odontológicos para ajuste oclusal.

3. Candidíase oral

A candidíase oral é uma das doenças de boca mais comuns. A infecção é causada pelo fungo Candida albicans, que afeta a mucosa. É popularmente conhecida como “sapinho”.  

Em determinadas situações, o micro-organismo pode se proliferar e causar sintomas, como manchas brancas ou amareladas na língua, no palato e nas mucosas (de aspecto semelhante a leite coalhado), dor e sensação de queimação, assim como inchaço e vermelhidão nas áreas afetadas.

O diagnóstico dessa doença na boca é feito por exame clínico para identificar as lesões características e diferenciá-las de outras condições semelhantes. Além disso, pode ser necessária a realização de exames complementares, como culturas de amostras, para confirmar a presença do fungo.

candidíase oral
A doença sapinho na boca se caracteriza por manchas pela língua.

O tratamento da candidíase oral consiste em eliminar o crescimento excessivo do fungo e aliviar os sintomas. Para prevenir a doença, é preciso:

  • Manter uma boa higiene oral.
  • Evitar o uso excessivo de antibióticos, que podem levar ao desequilíbrio da flora oral.
  • Não consumir açúcar em excesso, que pode favorecer o crescimento do fungo.
  • Evitar o uso de próteses dentárias mal ajustadas.
  • Controlar doenças sistêmicas, como o diabetes, que podem contribuir para o desenvolvimento do fungo.

4. Leucoplasia

A leucoplasia é uma condição clínica que se caracteriza pelo aparecimento na mucosa oral ou no céu da boca de lesões brancas. É considerada uma lesão pré-maligna, ou seja, tem potencial para se transformar em um câncer de boca, principalmente se associada ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool.

A mancha branca na boca costuma ser espessa e bem aderida à mucosa, apresentando resistência ao tentar removê-la com um instrumento. A doença pode ocorrer em qualquer local da boca. 

No diagnóstico da leucoplasia, é importante que o cirurgião-dentista faça o exame clínico e tenha biópsia e exames de imagem, como tomografia computadorizada. Esses laudos vão servir como complemento na avaliação da lesão. 

Para tratar, o ideal é remover a fim de evitar a recorrência da boca branca ou esbranquiçada e impedir a progressão ao câncer.

leucoplastia
Pele branca na gengiva pode ser um dos sinais de leucoplasia.

5. Câncer bucal

O câncer de boca é um tipo de câncer que se desenvolve nas estruturas da cavidade oral, como lábios, gengivas, língua, bochechas e palato. O principal fator de risco para o surgimento é o tabagismo, tanto o ativo como o passivo, mas também está associado ao consumo excessivo de álcool, exposição prolongada ao sol, má higiene bucal e infecções por vírus como o HPV.

O câncer é uma doença que dá feridas na boca. Um detalhe é que elas não cicatrizam. Outros sintomas são dor persistente na boca, dificuldade para mastigar ou engolir, caroços ou inchaços no pescoço, rouquidão contínua, sensação de dormência na boca e perda de peso inexplicada.

Para identificar o câncer, o profissional deve solicitar exames de imagem e encaminhar a lesão para biópsia. O tratamento depende do estágio da doença bucal e pode incluir cirurgia para remoção do tumor, assim como radioterapia, quimioterapia ou uma combinação das abordagens. A prevenção do câncer bucal envolve evitar os fatores de risco.

Doenças sistêmicas e suas manifestações orais

As doenças sistêmicas são condições que afetam múltiplas partes do corpo e podem ter um impacto abrangente na saúde do indivíduo. O que muitas pessoas não sabem é que a cavidade oral frequentemente serve como um importante indicador da presença e progressão dessas doenças. Isso significa que a boca pode apresentar sintomas e manifestações específicas que funcionam como “sinais de alerta” para condições que estão ocorrendo em outras regiões do corpo.

A relação entre a saúde bucal e a saúde sistêmica é bidirecional: enquanto doenças sistêmicas podem se manifestar na boca, a saúde bucal comprometida (como infecções ou inflamações crônicas) também pode influenciar o curso de doenças sistêmicas. Por isso, a avaliação cuidadosa da cavidade oral é indispensável no diagnóstico precoce e no acompanhamento de diversas condições médicas. A seguir, vamos explorar algumas:

1. Sangramento gengival

Níveis altos de glicose no sangue facilitam o crescimento de bactérias na boca, ocasionando o sangramento da gengiva. Primeiro, o tecido fica vermelho e inchado, podendo sangrar durante a escovação dos dentes.

O sangramento gengival pode ocasionar doenças periodontais que, se não tratadas, podem culminar na retração gengival e na exposição da raiz dos dentes. Esse problema na boca é mais comum entre pacientes diabéticos com glicose não controlada. 

2. Boca seca

A boca seca, ou xerostomia, é caracterizada pela falta de saliva. Acontece quando as glândulas não produzem o suficiente para deixar a cavidade oral hidratada, resultando até na bochecha e boca ásperas por dentro.

Esse problema na boca pode ser desencadeado por questões emocionais, como estresse, depressão e nervosismo, assim como por diabetes, câncer e doenças autoimunes, como a Síndrome de Sjögren, em que o corpo ataca as células que produzem lágrimas e saliva. Outras causas são tabagismo, uso de alguns medicamentos e de drogas.

Entre os fármacos que podem diminuir a produção de saliva, estão: anti-histamínicos, antidepressivos, anti-hipertensivos, antipsicóticos e sedativos.

remédios podem causar boca seca
Certos remédios podem causar a boca seca.

O tratamento é voltado para a origem do problema. Se é causada pelo uso de algum remédio, é indicado mudar a dosagem ou encontrar uma fórmula substituta. Caso seja decorrente da Síndrome de Sjögren, é importante que o dentista faça o encaminhamento a um médico especialista. Existem algumas formas de prevenir a boca seca. Veja quais são:

  • Beber bastante água.
  • Evitar bebidas à base de cafeína, como café, chá e refrigerante.
  • Não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso.
  • Diminuir o consumo de açúcar, assim como de alimentos picantes e ácidos.

3. Feridas na boca

Feridas e bolhas estão entre os problemas na boca mais comuns. Na maioria dos casos, são inofensivas, mas funcionam como um sinal de alerta do corpo quando não somem e nem cicatrizam.

A afta (ou úlcera aftosa), por exemplo, surge na língua, nos lábios e na cavidade interna das bochechas e tende a desaparecer em poucos dias. A lesão branca com contorno vermelho não é contagiosa e não tem causa definida.

Podem ser decorrentes de trauma, ingestão de alimentos picantes, salgados e muito ácidos, mas também de deficiência de vitamina B, estresse e problemas hormonais. Outra doença na boca é a herpes simples. As lesões aparecem nos lábios em situações de estresse. São perigosas por serem altamente contagiosas, podendo ser transmitidas, por exemplo, ao beijar. A infecção não tem cura, apenas controle.

herbes bucal
Doença na boca transmissível por beijo: a herpes simples é muito contagiosa.

4. Mau hálito

O problema pode indicar distúrbios gástricos ou infecção nas amígdalas. A origem do mau hálito é geralmente na língua e é decorrente da má higienização e do acúmulo de alimentos. A superfície acumula bactérias e restos de alimentos, formando a saburra, que causa odor desagradável porque libera compostos à base de enxofre.

O mau hálito é facilmente eliminado com a higienização correta da língua. O dentista pode recomendar aos pacientes que usem limpadores (ou raspadores) de língua ou escovas dentais sempre após a escovação. Enxaguantes bucais também são indicados, pois ajudam a reduzir as bactérias e o mau hálito, assim como o fio dental.

Embora a halitose esteja geralmente associada a uma má higiene da língua, o mau hálito também pode ser um sinal de problemas maiores, como diabetes, doenças dos rins, fígado e pulmão, além dos distúrbios gastrointestinais citados. A solução, nesses casos, requer tratamento da doença de origem associada a uma completa higiene bucal.

5. Saburra e placa bacteriana

Boca amarelada por dentro: o que pode ser? Saburra. Ela se caracteriza por uma camada branca, amarela ou marrom formada por bactérias e restos de alimentos que se alojam na língua. 

Pode acontecer ainda em razão da baixa produção de saliva e do descamamento natural da cavidade bucal. Essa secreção branca na boca ao acordar é uma das principais causas do mau hálito. 

Esse problema na boca é prevenido fazendo uma boa higiene bucal. O paciente pode utilizar um limpador de língua para a limpeza das papilas em direção às pontas, até que a camada de saburra desapareça. Instrua para que as pessoas lavem o raspador a cada utilização.

A placa bacteriana, que se aloja nos dentes, também é resultado de má higienização da boca. Ela se caracteriza por saliva e língua amarela e gosto amargo na boca. Causa cáries, problemas gengivais, mas também pode entrar na corrente sanguínea, desencadeando inflamações e infecções.

Principais causas das doenças na boca

Os problemas de saúde bucal podem ter diversas origens, por isso, buscar a avaliação de um dentista ou de um clínico geral é muito importante. Eles são os profissionais mais indicados para identificar os sinais, diagnosticar a causa e recomendar as melhores estratégias de prevenção e tratamento. No entanto, algumas das causas mais frequentes de doenças na boca incluem:

  • Higiene bucal deficiente: a falta de uma rotina adequada de escovação e uso do fio dental permite o acúmulo de resíduos e microrganismos;
  • Infecções fúngicas: a presença de certos fungos pode levar ao desenvolvimento de condições como a candidíase oral;
  • Proliferação bacteriana: bactérias naturalmente presentes na boca, quando em desequilíbrio, podem causar diversas doenças;
  • Acúmulo de placa bacteriana: uma película pegajosa de bactérias que se forma constantemente sobre os dentes;
  • Formação de tártaro: a calcificação da placa bacteriana, formando depósitos duros que aderem aos dentes;
  • Tabagismo: o uso de cigarro é um fator de risco significativo para uma série de problemas bucais, incluindo doenças periodontais e câncer oral.

E não esqueça: além de manter uma rigorosa higiene bucal, a adoção e a eliminação de certos hábitos podem ser cruciais para prevenir essas condições.

O conhecimento sobre as doenças bucais é indispensável no exercício de uma prática odontológica eficaz ao realizar a identificação com os exames clínicos e de imagem. E, claro, para proporcionar um tratamento adequado aos pacientes.

É válido dizer que existem outras doenças na boca e, se você ainda está cursando odontologia e quer ficar por dentro de vários assuntos, continue navegando pelo blog da Surya Dental para descobrir diversos conteúdos exclusivos para acadêmicos e profissionais da área! Agora, que tal conferir nosso post sobre doenças ocupacionais na odontologia? Não deixe de conferir e até lá!

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Síndrome da boca ardente: o que é, causas e tratamentos https://blog.suryadental.com.br/ardencia-na-boca-pode-ser-doenca/ https://blog.suryadental.com.br/ardencia-na-boca-pode-ser-doenca/#comments Fri, 20 Jun 2025 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=3596 Você já atendeu um paciente que sente ardência constante na boca, sem nenhuma lesão visível? Ou queixa-se de queimação na língua, paladar alterado e até sensação de boca seca, mesmo com saliva presente?

Esses sinais podem estar relacionados à Síndrome da Boca Ardente (SBA), uma condição que desafia o diagnóstico clínico e impacta diretamente o bem-estar dos pacientes. Ainda pouco compreendida, a SBA exige atenção e conhecimento atualizado por parte dos dentistas.

Neste artigo, abordaremos o conceito da Síndrome da Boca Ardente, suas possíveis causas, manifestações clínicas, métodos de diagnóstico e estratégias terapêuticas para o alívio dos sintomas. Continue a leitura e aprofunde seus conhecimentos!

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O que é síndrome da boca ardente?

A Síndrome da Boca Ardente (SBA) é uma condição caracterizada por uma sensação persistente de queimação na cavidade oral, sem que haja lesões visíveis ou causas aparentes. Essa sensação pode afetar a língua, lábios, gengivas, palato e outras áreas da boca.

A Síndrome da Boca Ardente apresenta maior prevalência em mulheres, particularmente no período pós-menopausa, podendo manifestar-se de maneira súbita ou progressiva. A intensidade da dor varia entre os indivíduos, podendo ser leve ou grave.

Em muitos casos, a sensação de queimação aumenta ao longo do dia, interferindo nas atividades cotidianas, como alimentação e fala. Embora a SBA não cause danos físicos visíveis, o desconforto constante pode impactar significativamente a qualidade de vida.

O diagnóstico da SBA é desafiador, pois não existem exames específicos para confirmá-la. Geralmente, é necessário excluir outras condições que possam causar sintomas semelhantes, como infecções, deficiências nutricionais ou distúrbios hormonais. O tratamento é direcionado para aliviar os sintomas e pode incluir abordagens farmacológicas, terapias comportamentais e mudanças no estilo de vida.

Tipos de síndrome da boca ardente

A SBA pode ser classificada em diferentes tipos, com base nos padrões de sintomas apresentados pelos pacientes. Essa classificação auxilia os profissionais de saúde a compreender melhor a condição e a personalizar o tratamento.

  • Tipo 1: os sintomas estão ausentes ao acordar, mas aumentam progressivamente ao longo do dia. Esse padrão é frequentemente observado em pacientes sem distúrbios psicológicos associados;
  • Tipo 2: a dor está presente desde o início do dia e persiste durante todo o período de vigília. Esse tipo é comumente associado a distúrbios de ansiedade;
  • Tipo 3: os sintomas são intermitentes e podem ocorrer em locais atípicos da boca. Esse padrão pode estar relacionado a reações alérgicas a alimentos ou materiais dentários.

Essa classificação não é absoluta, sendo possível que os pacientes apresentem características de mais de um tipo simultaneamente.

Quais são os sintomas da síndrome da boca ardente?

Os sintomas da SBA variam entre os indivíduos, mas a característica principal é a sensação de queimação na boca. Essa sensação pode afetar diferentes áreas, como a língua, lábios, gengivas, palato e garganta. A dor pode ser constante ou intermitente e, em muitos casos, aumenta ao longo do dia.

Além da queimação, outros sintomas comuns incluem:

  • Alterações no paladar: muitos pacientes relatam um gosto metálico, amargo ou salgado persistente na boca;
  • Sensação de boca seca: mesmo com produção normal de saliva, é comum a sensação de secura na boca;
  • Formigamento ou dormência: algumas pessoas experimentam sensações de formigamento ou dormência na língua ou em outras áreas da boca;
  • Aumento da sede: a sensação de boca seca pode levar a um aumento na ingestão de líquidos.

Esses sintomas podem interferir nas atividades diárias, como comer, falar e dormir, impactando a qualidade de vida do paciente.

Alterações na salivação e paladar

Pacientes com SBA frequentemente relatam alterações na salivação e no paladar. A sensação de boca seca, conhecida como xerostomia, é comum, mesmo quando a produção de saliva está dentro dos padrões normais. Essa sensação pode ser causada por mudanças na composição da saliva ou por fatores neurológicos.

As alterações no paladar, chamadas de disgeusia, incluem a percepção de sabores metálicos, amargos ou salgados, mesmo na ausência de estímulos alimentares. Essas mudanças podem afetar o apetite e o prazer ao se alimentar.

A xerostomia e a disgeusia podem ser agravadas por fatores como estresse, uso de certos medicamentos e condições médicas subjacentes. O manejo desses sintomas pode envolver o uso de substitutos salivares, ajustes na dieta e, em alguns casos, terapias medicamentosas específicas.

Síndrome da boca ardente: diagnóstico

O diagnóstico da SBA é desafiador, pois não existem exames específicos para confirmá-lo. Geralmente, é necessário excluir outras condições que possam causar sintomas semelhantes, como anamnese. Alterações na tireoide ou diabetes também podem causar o menor fluxo de saliva, um dos sintomas da síndrome.

Histórico médico

Durante a conversa, o dentista deve coletar informações sobre sintomas, duração das queixas, intensidade da dor e outras características para que possa ter os dados em mãos e compreender as possibilidades antes de passar às exclusões.

Também é fundamental entender sobre o histórico médico e dentário; uso de medicamentos; estilo de vida; utilização de produtos, principalmente aqueles de contato com a boca, como pasta de dente e maquiagens; além do consumo de determinados alimentos.

Exame físico

Durante a consulta, o profissional examina a boca e a língua em busca de alterações que possam explicar a ardência. São observados sinais como inflamações, lesões, mudanças na cor ou na textura da mucosa.

Também é avaliado se há fatores locais, como próteses mal ajustadas ou atrito constante, que possam estar contribuindo para o incômodo. Mesmo na ausência de sinais visíveis, o exame ajuda a descartar outras condições bucais.

exame físico síndrome da boca ardente
No exame físico, o dentista checa as alterações que levaram a pessoa a estar com a boca assada, coçando, ardendo e ressecada.

Exclusão de outras condições

Com as informações obtidas e observadas, o dentista passa a descartar outras condições com sintomas semelhantes e que possam estar causando a ardência bucal. Entre as possíveis doenças estão:

  • Infecções bucais;
  • Reações alérgicas;
  • Deficiências nutricionais;
  • Alterações hormonais;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Diabetes.

A exclusão deve vir após a realização de exames de sangue, testes alérgicos, biópsias ou encaminhamento para um especialista apropriado.

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Avaliação do nível de dor

O profissional pode utilizar escalas de dor para avaliar a intensidade do desconforto do paciente. Isso pode ajudar no monitoramento dos sintomas ao longo do tempo.

Exames complementares

Para fechar o diagnóstico, podem ser realizados alguns exames complementares. Vejamos:

  • Exames laboratoriais para verificar deficiências nutricionais (vitaminas B12, B9, ferro), diabetes, distúrbios da tireoide, entre outros;
  • Testes de fluxo salivar para avaliar a produção de saliva;
  • Exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, se necessário;
  • Testes de alergia a produtos dentários ou alimentos.

O que causa a síndrome da boca ardente?

De acordo com estudo etiológico, as causas exatas da SBA ainda não são totalmente conhecidas. No entanto, as relações podem ser locais, sistêmicas, emocionais ou idiopáticas. Vamos explorar mais detalhes na sequência!

Causas locais

A sensação de ardência e vermelhidão na região perioral pode ser decorrente do uso inadequado de aparelhos ortodônticos ou de próteses mal ajustadas e sem manutenção adequada. Assim, o metal pode levar à sensação de queimação. 

Mulher com dores da boca por conta da Síndrome da boca ardente
Lábios queimando: o que pode ser? Vermelhidão na boca e ardência podem estar relacionadas a causas locais. Foto: Reprodução/Freepik.

Causas sistêmicas

As causas sistêmicas englobam a alteração das glândulas salivares por certos medicamentos, como anticolinérgicos, anti-histamínicos, antidepressivos, omeprazol, antibióticos específicos e outros que causam xerostomia.

Doenças do tecido conectivo, como a síndrome de Sjögren (autoimune) ou a fibromialgia (de dor crônica), e endócrinas (pacientes com diabetes) também podem apresentar a sensação de boca seca como um dos sintomas.

A hipótese de questões neurológicas não deve ser descartada, principalmente por conta das neuralgias do trigêmeo e do glossofaríngeo. Deficiências nutricionais, como a falta de vitaminas do complexo B, estão associadas à queimação na língua. Já a carência de zinco pode levar à atrofia de papilas bucais.

Causas emocionais

Transtornos como ansiedade, depressão e síndrome do pânico podem estar ligados à síndrome da boca ardente. Situações de estresse intenso, perdas ou mudanças bruscas na rotina também costumam ser relatadas por pessoas com o quadro. A saúde emocional influencia diretamente a percepção da dor e pode contribuir para o aparecimento ou agravamento dos sintomas.

Mulher com sintomas de boca sensível
Os sintomas de boca sensível podem estar relacionados às questões emocionais.

Causas idiopáticas

Quando todas as possíveis causas conhecidas são descartadas e ainda assim os sintomas persistem, o quadro pode ser classificado como idiopático. Isso significa que a origem da ardência não foi identificada. Essa situação é comum na SBA e mostra a complexidade da condição, exigindo acompanhamento e foco no alívio dos sintomas mesmo sem um diagnóstico definitivo.

Fatores de risco

Diversos fatores podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento da SBA. Entre os principais estão:

  • Sexo feminino: a SBA é mais comum em mulheres, especialmente após a menopausa, sugerindo uma possível ligação com alterações hormonais;
  • Idade avançada: a prevalência da SBA aumenta com a idade, sendo mais frequente em indivíduos com mais de 50 anos;
  • Histórico de distúrbios psicológicos: condições como ansiedade e depressão estão frequentemente associadas à SBA;
  • Uso prolongado de próteses dentárias: próteses e implantes mal ajustados ou o uso prolongado podem contribuir para o desenvolvimento da SBA;
  • Estresse crônico: o estresse contínuo pode afetar a saúde bucal e contribuir para o aparecimento dos sintomas;
  • Consumo de alimentos irritantes: alimentos picantes, ácidos ou muito quentes podem irritar a mucosa bucal e desencadear os sintomas.

Reconhecer esses fatores de risco pode auxiliar na prevenção e no diagnóstico precoce da SBA.

Quem pode ter SBA?

Em teoria, todas as pessoas podem apresentar os sintomas da síndrome de ardência na boca. O quadro pode aparecer por uma condição alérgica ou devido ao uso de algum medicamento, como já explicamos. 

Conforme mencionado anteriormente, a etiologia indica que a incidência é mais elevada em mulheres com idades entre 40 e 60 anos, especialmente durante ou após o período da menopausa.

Abordagem clínica e tratamento

O tratamento da SBA é direcionado para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Como a condição pode ter múltiplas causas, uma abordagem personalizada é fundamental. As opções de tratamento incluem:

  • Terapias farmacológicas: uso de medicamentos como antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, clonazepam e suplementos vitamínicos, dependendo das necessidades individuais;
  • Terapias tópicas: aplicação de substâncias como capsaicina ou uso de enxaguantes bucais específicos para aliviar a dor;
  • Terapias comportamentais: intervenções psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental, podem ser úteis, especialmente quando fatores emocionais estão presentes;
  • Ajustes na dieta: evitar alimentos e bebidas que possam irritar a mucosa bucal, como alimentos ácidos, picantes ou muito quentes;
  • Cuidados com a higiene bucal: manter uma boa higiene oral e utilizar produtos adequados pode ajudar a reduzir os sintomas.

A colaboração entre diferentes profissionais de saúde é importante para um tratamento eficaz.

A síndrome da boca ardente envolve múltiplos fatores, desde causas locais até questões sistêmicas e emocionais. Mesmo sem alterações visíveis, os sintomas são reais e podem afetar o dia a dia do paciente. O papel do dentista é investigar com cuidado, considerar todas as possibilidades e buscar uma abordagem integrada.

A compreensão dos sinais clínicos, a realização de uma anamnese detalhada e a identificação do momento adequado para encaminhamento a outros especialistas são fatores determinantes para o conforto do paciente e a adesão ao tratamento.

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Entendendo os dentes decíduos: função, cronologia e cuidados https://blog.suryadental.com.br/dentes-deciduos/ https://blog.suryadental.com.br/dentes-deciduos/#respond Mon, 23 Sep 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22074 Os primeiros anos de vida de uma criança estão cheios de marcos significativos, e um deles é o surgimento dos dentes decíduos ou “dentes de leite”. Estes pequenos, mas importantes componentes, desempenham papel na nutrição e na fala das crianças, além de auxiliar na formação da estrutura da boca e na orientação do crescimento dos permanentes que eventualmente os substituirão. 

Neste artigo, vamos explorar mais detalhes sobre os dentes de leite para entender o que são, a cronologia, os eventuais problemas e os cuidados necessários por pais e filhos para garantir uma boa saúde bucal desde cedo! 
 

O que são dentes decíduos? 

Os dentes decíduos, também conhecidos como dentes de leite, são a primeira dentição que uma pessoa possui na vida. Começam a nascer antes de a criança completar um ano de vida e o conjunto é geralmente completo por volta dos três anos de idade. 

No total, uma criança tem 20 dentes decíduos, incluindo: 

  • 4 incisivos centrais. 
  • 4 incisivos laterais. 
  • 4 caninos. 
  • 4 primeiros molares. 
  • 4 segundos molares. 

Eles desempenham um papel fundamental no desenvolvimento, facilitando a mastigação e a fala enquanto preparam o espaço para os futuros dentes permanentes. Os decíduos começam a ser substituídos em uma fase posterior na infância. 

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Cronograma de erupção e troca dos dentes decíduos 

Os dentes de leite nascem e, ao passar do tempo, caem para que os permanentes erupcionem. Veja mais detalhes a seguir! 

Quando os primeiros dentes devem aparecer? 

Os primeiros dentes de leite que devem aparecer são os incisivos centrais inferiores, entre seis e 10 meses de idade. 

Sequência de erupção 

A cronologia de erupção dos dentes decíduos é a seguinte: 

  • Incisivos centrais inferiores: são geralmente os primeiros a erupcionar, por volta dos seis aos 10 meses de idade. 
  • Incisivos centrais superiores: seguem-se depois, erupcionando por volta dos oito aos 12 meses. 
  • Incisivos laterais: tanto superiores quanto inferiores aparecem geralmente entre nove e 13 meses. 
  • Primeiros molares: estes tendem a surgir em ambos os maxilares entre os 13 e 19 meses. 
  • Caninos: geralmente despontam entre os 16 aos 23 meses. 
  • Segundos molares: por fim, estes são os últimos a aparecer, por volta dos 23 aos 33 meses. 

É importante lembrar que a idade pode variar e ainda ser considerada normal. 

dentes decíduos
Dentes decíduos: a cronologia começa com os incisivos centrais, passa para os laterais e segue para primeiros molares, caninos e segundos molares.

Quando os dentes decíduos caem? 

Os dentes de leite começam a cair para dar lugar aos permanentes mais ou menos a partir dos seis anos de idade. O processo pode se estender até por volta dos 12 anos.  

A sequência de queda geralmente segue a ordem de erupção dentária, começando pelos incisivos centrais inferiores e seguindo um padrão similar: 

  • Incisivos centrais: os inferiores caem entre 6 e 7 anos de idade; superiores aos 7 a 8 anos. 
  • Incisivos laterais: seguem os centrais superiores e geralmente caem aos 8 anos. 
  • Caninos: os inferiores geralmente caem entre 9 e 12 anos; os superiores, entre 10 e 12 anos. 
  • Primeiros molares: começam a cair aos 9 a 11 anos, com pouca diferença entre a linha inferior e superior. 
  • Segundos Molares: são normalmente os últimos dentes decíduos a cair, por volta dos 10 aos 12 anos. 

O que fazer se um dente de leite cair prematuramente? 

A queda prematura de dentes decíduos pode ser causada por vários fatores, incluindo cárie severa, trauma ou doença periodontal. Assim, o dentista pediátrico pode decidir se é necessário algum tratamento para preservar o local para o permanente que ainda não erupcionou.  

Isto pode incluir o uso de um mantenedor de espaço, que é um dispositivo usado para manter o espaço aberto até que o dente permanente esteja pronto para nascer.  

Ignorar a queda prematura pode levar a problemas de alinhamento e espaço para os dentes permanentes. 

Cuidados que pais e crianças precisam saber 

Para manter a saúde oral e física dos pequenos, é fundamental proporcionar uma série de cuidados dentais. Confira o que o dentista deve passar de informações aos pais e crianças! 

Higiene bucal adequada 

Para obter uma saúde bucal adequada, de forma a não prejudicar o crescimento da dentição decídua, é preciso realizar algumas ações de limpeza e prevenção. Confira detalhes na sequência. 

Como escovar os dentes de leite 

Na hora de explicar aos pais e as crianças como deve ser feita a escovação dos dentes de leite, instrua sobre: 

  • Escolha da escova: utilize cerdas macias e cabeça pequena, desenhada especificamente para crianças. 
  • Técnica de escovação: ensine e ajude a criança a escovar os dentes utilizando movimentos suaves e circulares, cobrindo todas as superfícies dos dentes. 
  • Frequência: solicite a escovação pelo menos três vezes ao dia, especialmente após as refeições e antes de dormir. 
  • Creme dental: indique dentifrício com flúor em quantidade adequada à idade da criança. 
  • Supervisão: até que desenvolvam habilidade e responsabilidade, recomende que um responsável verifique a ação pela criança ou até mesmo ter seus dentes escovados pelo adulto. 
dentes decíduos

Uso de fio dental 

Além disso, é importante indicar o uso do fio dental assim que os dentes da criança começarem a se tocar. Recomende os seguintes passos: 

  • Use um pedaço de 40 centímetros de fio dental. 
  • Enrole levemente em cada dedo médio. 
  • Passe o fio, cuidadosamente, entre os dentes, para remover partículas de alimentos e placas bacterianas. 
  • Aconselhe que seja passado diariamente, preferencialmente, após a última refeição e antes de escovar os dentes. 

Dieta e saúde dos dentes 

Outro fator importante que os pais devem saber e o dentista deve explicar com mais detalhes é sobre como a alimentação impacta na saúde dos dentes. Confira o que deve ser evitado e o que deve ser introduzido na rotina da criança. 

Alimentos que devem ser evitados 

  • Evite açúcares e carboidratos refinados, pois contribuem para as cáries. 
  • Tome cuidado com alimentos pegajosos que aderem aos dentes, como balas de goma ou caramelos. 

Alimentos que promovem a saúde dental 

  • Frutas e vegetais ajudam a limpar os dentes e a estimular a produção de saliva. 
  • Laticínios são ricos em cálcio e ajudam a fortalecer o esmalte dos dentes. 
  • Água, após as refeições, auxilia a enxaguar os dentes e diluir os ácidos. 

Importância das visitas regulares ao dentista 

É importante mencionar aos pais sobre a relevância das visitas regulares, principalmente na fase de nascimento dos dentes e queda dos decíduos. Assim, o profissional consegue identificar e tratar problemas precocemente, como cáries ou situações de desenvolvimento. 

O dentista pode ensinar na prática como a criança pode fazer a higiene bucal, adaptando-a conforme cada fase do crescimento infantil. Além disso, durante as visitas, podem ser realizados procedimentos preventivos para proteger os dentes contra cáries, como fluoretações e selantes. 

É vital para a saúde bucal das crianças que os pais estejam atentos e participem ativamente da rotina de cuidados com os dentes decíduos, estabelecendo uma base sólida para uma vida de hábitos saudáveis de higiene bucal. 

Problemas comuns com os dentes decíduos 

Os dentes de leite podem passar por problemas da erupção até a troca de dentição. Veja o que deve ser levado em consideração. 

Cáries em dentes de leite 

As cáries dentárias ocorrem nos dentes devido à desmineralização provocada por ácidos produzidos pela placa bacteriana. Nos dentes decíduos, este problema é bastante comum devido ao consumo de açúcares e uma higiene bucal, muitas vezes, insuficiente. 

Apesar de serem temporários, os dentes de leite mantêm espaço para os permanentes e no desenvolvimento adequado da fala e da mastigação. Cáries não tratadas podem levar a dor, infecções e problemas no desenvolvimento dos dentes permanentes. 

Para prevenir, é preciso incluir escovação regular com pasta de dente com flúor, fio dental e visitas periódicas ao dentista. O tratamento pode variar de uma simples restauração até pulpotomias (procedimento similar ao canal, mas em dentes de leite), dependendo da extensão da cárie. 

Má oclusão e problemas ortodônticos 

Má oclusão refere-se ao alinhamento incorreto dos dentes quando as mandíbulas estão fechadas. Problemas ortodônticos em crianças podem surgir devido a hábitos persistentes (como chupar o dedo), perda precoce de dentes de leite ou genética. 

Diagnóstico precoce 

Um ortodontista pode detectar a possibilidade de má oclusão quando a criança tem de seis a sete anos. Um acompanhamento regular permite monitorar o desenvolvimento dos dentes e a possível necessidade de intervenções. 

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Intervenções possíveis 

Entre as ações que podem ser estipuladas pelo profissional estão: 

  • Dispositivos de espaço: usados para manter uma superfície adequada para os dentes permanentes após a perda precoce de um dente de leite. 
  • Aparelhos ortodônticos fixos ou móveis: recomendados para corrigir o alinhamento dos dentes. 

Trauma dental em crianças 

Traumas dentais são comuns na infância, podendo resultar da prática de esportes, quedas ou outros acidentes. Tais lesões podem afetar tanto dentes de leite quanto permanentes e necessitam de avaliação imediata por um profissional. 

Pais ou responsáveis devem tentar conservar o dente em soro fisiológico, por exemplo, até o atendimento ser realizado. Durante a consulta, o dentista vai avaliar a extensão e a necessidade de intervenções para evitar futuras más oclusões. 

Os dentes decíduos são estruturas essenciais para as crianças durante seu período de formação e desenvolvimento e, por isso, os cuidados são muito necessários para promover a higiene oral e criar consciência nos pequenos sobre sua importância, principalmente quando ocorre a troca pelos permanentes. 

Ao dentista, é importante saber se comunicar muito bem com as crianças e com os pais, explicando sobre o que precisa ser feito e como realizar cada ação. Se você é um profissional e quer ler mais conteúdos sobre o mundo da odontologia para estar preparado a lidar com cada tipo de paciente, clique na imagem abaixo e confira mais artigos no blog da Surya Dental

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Pulpite: tudo o que você precisa saber sobre o problema https://blog.suryadental.com.br/pulpite/ https://blog.suryadental.com.br/pulpite/#respond Mon, 09 Sep 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22061 A pulpite, ou inflamação da polpa dentária, é um dos desafios mais comuns enfrentados pelos profissionais da odontologia na prática clínica diária. A doença pode ser o começo de complicações mais sérias, chegando a fazer com que intervenções mais invasivas sejam necessárias, como o tratamento de canal ou a extração dentária. 

Por isso, entender sobre os detalhes desse problema é crucial para lidar com os pacientes. Continue a leitura para compreender os aspectos, a etiologia, a classificação, os sintomas e até as abordagens em diagnóstico e estratégias de tratamento! 

O que é pulpite? 

Pulpite é a inflamação da polpa do dente, parte interna onde se localizam os nervos e os vasos sanguíneos. Esta condição pode levar a uma dor severa e é caracterizada pela sua duração, podendo ser aguda ou crônica.  

O problema pode ser desencadeado por diversos fatores, incluindo cáries profundas, impactos físicos no dente ou surgir após a realização de certos procedimentos odontológicos repetitivos. 

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Tipos de pulpite 

Quando tratamos de pulpite, é vital compreender a diferença entre seus tipos, pois isso vai orientar a abordagem terapêutica adequada. Confira as especificidades de cada um na sequência. 

Pulpite reversível 

Caracteriza-se pela inflamação que ainda não comprometeu a vitalidade pulpar de forma permanente. Geralmente, é desencadeada por estímulos nocivos temporários, como cáries pouco profundas ou traumas leves. 

Neste estágio, os sintomas dolorosos ocorrem principalmente durante a exposição a estímulos (como quente, frio ou doce) e cessam ao término do estímulo. 

Pulpite irreversível 

Indica uma inflamação avançada e persistente que compromete a saúde da polpa permanentemente.  

Esse tipo é caracterizado por dor intensa e prolongada, que pode ocorrer espontaneamente ou continuar após a remoção do estímulo. A dor pode ser tão severa que interfere no sono ou necessita de analgésicos para ser controlada. 

Causas da pulpite 

Várias causas estão associadas ao desenvolvimento da doença. Elas são importantes de se conhecer tanto para prevenção quanto para tratamento apropriado. Vamos abordar as principais a seguir. 

Cáries dentárias 

As cáries dentárias são uma das causas mais comuns de pulpite. Elas ocorrem quando o ácido produzido pelas bactérias da boca decompõe a superfície do dente, formando cavidades. 

Sem tratamento, as cáries podem penetrar mais profundamente no dente, alcançando a polpa e gerando inflamação. Esse processo pode resultar em infecção e dor intensa, caracterizando uma pulpite. 

Dentista realiza tratamento de canal em paciente com pulpite.
O tratamento de canal é uma das opções quando o quadro é irreversível.

Trauma dental 

O trauma dental, resultante de impacto ou lesão nos dentes, também pode causar pulpite. Essa possibilidade ocorre devido a acidentes, lesões esportivas, ou mesmo mordidas muito fortes. 

Quando o dente é lesionado, mesmo sem apresentar uma fratura visível, microfissuras podem permitir a entrada de bactérias na polpa, causando inflamação. 

Em alguns casos, o trauma pode danificar a polpa diretamente, mesmo sem infecção bacteriana, levando à pulpite. 

Procedimentos dentários 

Procedimentos para tratar ou prevenir problemas dentários também podem, ocasionalmente, causar a doença. O processo de remover cáries, de preparar para coroas ou de realizar restaurações profundas, por exemplo, podem inflamar a polpa dentária.  

Embora os profissionais devam tomar todas as precauções necessárias para minimizar o risco da inflamação após procedimentos, a manipulação do dente e a proximidade das ferramentas às áreas sensíveis podem, às vezes, resultar em inflamação. 

Sintomas da pulpite 

Reconhecer os sintomas associados a cada tipo de pulpite é importante para determinar a abordagem de tratamento mais adequada e entender as causas nas situações. Confira as características! 

Pulpite reversível 

É uma fase inicial de inflamação, em que o dano ainda não é grave e pode ser revertido com tratamento apropriado: 

  • Dor desencadeada por estímulos específicos: geralmente associada ao contato com alimentos doces, quentes ou frio. 
  • Dor de curta duração: cessa poucos momentos após o estímulo ser removido. 
  • Nenhuma dor espontânea: geralmente não ocorre sem o fomento. 
  • Sensibilidade elevada: localizada e específica ao dente com pulpite. 
Paciente com mão no rosto com dor de dente.
Um dos sintomas da pulpite é a sensibilidade elevada no dente inflamado.

Pulpite irreversível 

Inflamação grave e persistente da polpa dentária, indicando que os danos são extensos e não podem ser revertidos. Os sintomas incluem: 

  • Dor espontânea: ocorre sem qualquer estímulo externo. 
  • Dor prolongada: persiste mesmo após a remoção de qualquer estímulo desencadeante. 
  • Dor intensa: podendo irradiar para outros dentes, a mandíbula ou até ao ouvido no lado afetado. 
  • Reação a estímulos de maneira diferente: alimentos e bebidas quentes podem agravar a dor, quando estão frios podem proporcionar alívio temporário. 
  • Possível formação de abcesso: indicando que a infecção se espalhou para fora da polpa em estágios avançados. 

Diagnóstico da pulpite 

O diagnóstico da inflamação envolve um processo detalhado para entender a extensão da doença e determinar o tratamento adequado. Vamos detalhar esses elementos. 

Exame clínico 

O exame clínico é a primeira etapa na avaliação da saúde dental do paciente e na identificação de sinais de pulpite. Durante este processo, o dentista vai:  

  • Avaliar a história do paciente: identificar os sintomas relatados, como a natureza da dor, sua duração e intensidade. 
  • Examinar visualmente a cavidade oral: em busca de sinais visíveis que possam indicar a origem da inflamação. 
  • Teste de mordida: pode ser realizado para verificar se a dor é desencadeada ao morder ou aplicar pressão. 
Paciente reclama de dor de dente no dentista.
É comum o desenvolvimento da inflamação a partir das cáries.

Exames complementares 

Outros exames podem ser necessários para confirmar o diagnóstico da pulpite, como a radiografia e os testes de sensibilidade. 

Radiografia 

As radiografias dentárias permitem visualizar a extensão das cáries, avaliar a perda óssea, verificar a presença de qualquer inchaço ou abscesso na ponta da raiz e observar a forma e o tamanho dos canais radiculares. 

Embora as alterações na polpa geralmente não sejam diretamente visíveis em radiografias, indícios de problemas relacionados podem ajudar no diagnóstico. 

Testes de sensibilidade 

O teste de sensibilidade térmico, aplicando frio ou calor ao dente, avalia a resposta da polpa. Quando for exagerada ou prolongada pode indicar pulpite. 

Tratamentos para pulpite 

Para cada tipo e estágio de inflamação, há possibilidades de manejo que devem ser adotadas. Entenda qual o melhor para seguir. 

Tratamentos para pulpite reversível 

Em pulpites reversíveis, o foco do tratamento é preservar a vitalidade da polpa e promover sua cura. As etapas incluem a remoção de cáries e o uso de medicações. 

Remoção de cáries 

O dentista irá remover a porção cariada que está causando a inflamação na polpa. Isso é feito sob anestesia local, para que o paciente não sinta dor durante o procedimento. 

Uso de medicação 

Após a remoção da cárie, o profissional pode sugerir o uso de medicamentos para promover a cicatrização e aliviar a inflamação. 

Pulpite irreversível: tratamento 

Quando a pulpite é classificada como irreversível, isso significa que a polpa dental está danificada a ponto de não poder mais se recuperar, geralmente acompanhada por dor intensa e contínua. As principais opções de tratamento são o canal e a extração do dente. 

Tratamento de canal 

É a opção mais comum para tratar a pulpite irreversível. O procedimento envolve a remoção da polpa inflamada ou infectada do interior dos canais radiculares. Depois, os canais são desinfetados e modelados.  

Em seguida, são preenchidos com um material biocompatível, para selar o espaço e evitar novas infecções. Finalmente é feita a restauração, podendo até necessitar de uma coroa para proteger o dente enfraquecido pelo tratamento. 

Dentista consulta paciente com dor no dente.
O exame clínico é essencial para o primeiro contato do dentista com o dente inflamado.

Extração dentária 

Em alguns casos, quando o dente está muito comprometido ou quando o tratamento de canal não é viável ou desejado pelo paciente, a extração pode ser a única solução.  

O tratamento resolve a dor, mas implica na perda do dente. Após a retirada, pode-se considerar as opções de substituição, como implantes dentários, pontes ou próteses parciais móveis. 

Prevenção da pulpite 

Para auxiliar os pacientes na prevenção da inflamação, é fundamental orientá-los sobre a importância de certos aspectos, que vamos explorar a seguir. 

Higiene oral adequada 

É importante que os pacientes tenham higiene oral adequada. Por isso: 

  • Instrua sobre a técnica correta de escovação. 
  • Enfatize o uso do fio dental. 
  • Explique a importância dos enxaguantes bucais antissépticos. 

Consultas regulares ao dentista 

Além disso, outro método de prevenção é a regularidade dos check-ups nos dentistas. É recomendado que os pacientes visitem os profissionais a cada seis meses para exames de rotina e limpezas profissionais, em que permitem a detecção e tratamento precoce dos problemas dentários, antes que evoluam para condições como a pulpite. 

A pulpite nunca deve ser tratada com um problema comum, pois é um sintoma de que algo mais sério pode estar se desenvolvendo na cavidade oral do paciente. Por isso, compreender a doença e como realizar o manejo correto é fundamental. 

Melhor ainda se o tratamento for realizado com os equipamentos certos para cada tipo de situação, até mesmo no exame clínico. Para isso, você pode contar com a Surya Dental e adquirir a linha de produtos endodônticos para estar preparado nas situações de pulpite reversível e irreversível!

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Lesões cervicais não cariosas: tipos, etiologias e manejo https://blog.suryadental.com.br/lesao-cervical-nao-cariosa/ https://blog.suryadental.com.br/lesao-cervical-nao-cariosa/#respond Mon, 26 Aug 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22052 Lesão cervical não cariosa (LCNC) é uma condição dental significativa marcada pela perda de tecido dental na região próxima à gengiva, sem presença de cárie. É importante no contexto da saúde bucal devido à natureza multifatorial e por conta do impacto que ocasiona na qualidade de vida do paciente.  

Neste artigo, vamos destrinchar os tipos, causas e manejo como diagnóstico e tratamento das LCNC! 

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O que é lesão cervical não cariosa?  

Lesão cervical não cariosa, ou simplesmente LCNC, são desordens que ocorrem na região cervical dos dentes, que é a área mais próxima da junção dente-gengiva, e não possuem origem por ação de bactérias causadoras de cárie. Em vez disso, podem ocorrer devido a diferentes mecanismos físicos, químicos ou mesmo biológicos. 

Quais os tipos de LCNC e suas etiologias?  

Classicamente, são reconhecidos três tipos principais de LCNC: erosão, abrasão e atrição. Entretanto, existe um mais complexo, a lesão cervical não cariosa chamada abfração.  

Na sequência, entenda sobre a etiologia e os manejos para diagnosticar e tratar de forma ideal! 

Abrasão  

A abrasão dentária refere-se ao desgaste mecânico do esmalte e da dentina, sendo causado por algo que esfrega ou raspa a superfície.  

Etiologia 

Pode ser resultado da escovação inadequada com força, ou ainda hábitos como colocar objetos entre os dentes (clipes, roer unhas, etc) — esses comportamentos são conhecidos como parafunção. 

Diagnóstico 

O profissional deve observar sulcos lisos ou ranhuras em forma de “V” na face cervical do dente, que seguem a direção da escovação. Intensifica-se na região da união amelocementaria. 

diagnóstico lesão cervical não cariosa
O dentista deve observar a região cervical em busca de sulcos ou ranhuras para diagnosticar a abrasão.

Tratamento 

Essa lesão cervical no dente pode ser prevenida com educação sobre higiene bucal, instruindo os pacientes sobre técnicas corretas de escovação com equipamento de cerdas macias. O profissional também deve indicar creme dental com baixos níveis de abrasividade. 

Já no caso de lesões avançadas, o pode restaurar a fim de restabelecer a forma e a função oral. 

Erosão  

A erosão é a forma de desgaste observada quando o tecido duro do dente (esmalte e dentina) é progressivamente desgastado pela ação de ácidos não bacterianos.  

Etiologia 

As substâncias podem se originar de fontes extrínsecas, como alimentos e bebidas ácidas, ou intrínsecas — é o caso de ácido gástrico emergente no contexto do refluxo gastroesofágico ou de transtornos alimentares. 

Diagnóstico 

Para diagnosticar, é comum que o dentista observe uma superfície lisa e lustrosa na área afetada, frequentemente com uma coloração diferente da identificada no restante do dente. A localização das lesões e o histórico alimentar ou de refluxo gastroesofágico do paciente também podem contribuir para decidir sobre a LCNC. 

Tratamento 

Como forma de prevenir a erosão, pode-se citar a redução de consumo de alimentos e bebidas ácidas e a mudança de comportamento, extinguindo o hábito de escovar os dentes imediatamente após a ingestão desses tipos de comidas ou líquidos. 

Para controlar o refluxo, a sugestão é encaminhar o paciente para tratamento médico especializado em doenças gastrointestinais. Além disso, pode ser indicado fazer restaurações diretas com resina composta nas áreas afetadas. 

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Atrição  

Termo usado para o desgaste correspondente ao atrito interdental, dentre outras superfícies. A força é frequentemente exercida de maneira horizontal — o que produz a faceta de desgaste. 

Etiologia 

Esta é uma consequência natural do envelhecimento e da fricção decorrente do contato dos dentes durante a mastigação e, sobretudo, pelo hábito de ranger os dentes (bruxismo). 

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Diagnóstico 

Além do exame clínico, com observação das facetas de desgaste, pode ser confirmado por relatos do do próprio paciente ou do cônjuge sobre ruídos durante o sono, resultantes do ranger dos dentes. Pode levar à perda de esmalte. 

Tratamento 

Para prevenir a atrição, é importante o uso de placas oclusais para evitar o desgaste. Em casos severos, é necessário a reabilitação oral para restaurar a estética, assim como a função dentário. 

Abfração  

A lesão de abfração dentária normalmente se apresenta como entalhes em forma de cunha ou “V” nítidas na junção cemento-esmalte (JCE). 

Etiologia 

Resulta de forças biomecânicas repetidas que levam a microflexões na junção amelocementária (transição entre esmalte e cemento radicular), causando perdas de substância de forma progressiva. 

Diagnóstico 

O cirurgião-dentista pode verificar a presença de facetas de desgaste oclusal e avaliar os contatos dentários que podem causas as forças excessivas no local. A maior ocorrência está nos pré-molares, mas também está presente em molares a caninos. 

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Tratamento 

Em alguns casos para este tipo de lesão cervical não cariosa, o tratamento consiste em fazer o ajuste oclusal para reduzir forças que contribuem com o desenvolvimento das lesões. 

No caso de quem tem bruxismo, é importante utilizar placas oclusais noturnas para proteger os dentes das forças excessivas. Assim como na erosão, é possível restauras os dentes caso haja perda significativa da estrutura ou desconforto pelo paciente. 

Leia também — Conheça as doenças na boca mais comuns e como tratar 

Conhecer quais são as lesões cervicais não cariosas é um passo fundamental no processo de atendimento aos pacientes. Com a prática, a resolução das condições torna-se uma questão mais comum para quem ainda está estudando e começando a ter os primeiros casos clínicos. 
 

Uma das maneiras de tratar as LCNC, principalmente em casos de reabilitação estética, além de funcional, é realizando restaurações. E se você precisar de materiais de dentística e estética para seu consultório odontológico, conte com a Surya Dental! Clique na imagem abaixo e confira as opções para abastecer seu estoque! 

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Referências bibliográficas: 

BVS Atenção Primária em Saúde. Como diferenciar clinicamente abfração e abrasão? [S.l]: [s.n], 10 jan. 2017. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/como-diferenciar-clinicamente-abfracao-e-abrasao/. Acesso em: 29 jul. 2024. 

SILVA, Emilyn Rowe Barbosa da. Lesões Cervicais Não Cariosas: Diagnóstico e Tratamento. 2013. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade do Sagrado Coração, Bauru, 2013. Disponível em: https://repositorio.unisagrado.edu.br/jspui/bitstream/handle/594/1/Lesoes%20cervicais%20nao%20cariosas%20diagnostico%20e%20tratamento%20%28176366%29.pdf. Acesso em: 29 jul. 2024. 

SOUZA, Ana Carla de Freitas et al. A prevalência de Lesões Cervicais Não Cariosas (LCNC) em pacientes bruxistas: revisão de literatura integrativa. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 4, p. 18307-18320, jul./ago. 2023. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/62352/44865. Acesso em: 29 jul. 2024. 

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Doenças na língua: o que são, causas, sintomas e diagnósticos https://blog.suryadental.com.br/doencas-na-lingua/ https://blog.suryadental.com.br/doencas-na-lingua/#respond Mon, 05 Aug 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22019 Doenças na língua são condições que podem afetar a aparência, textura ou função do órgão muscular. São diversas patologias que podem se manifestar de diferentes formas, cada uma com sintomas e causas específicas. Além disso, podem variar em termos de gravidade e tratamento necessário. 

Continue a leitura para conhecer as principais doenças na língua, quando o órgão é considerado saudável e o que os dentistas podem fazer preventivamente para evitar possíveis problemas! 

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Como é uma língua saudável?  

A língua é vital para funções como falar, mastigar e engolir, além de ser um indicador do estado geral de saúde de um indivíduo. Quando saudável, possui características específicas que podem variar ligeiramente, mas, em geral, podemos identificar os seguintes atributos: 

  • Coloração rosa-claro. 
  • Textura suave, mas com papilas gustativas (pequenas saliências na língua). 
  • Úmida. 
  • Sem inchaços ou ulcerações. 
  • Ausência de placa bacteriana ou de cor branca excessiva. 
  • Sem dor ou desconforto. 
  • Flexibilidade. 

Principais doenças na língua  

Conhecer os sintomas, a etiologia (de onde vem) e as características dos tipos de doenças na língua é fundamental para quem está começando e exercendo a profissão.  

Na sequência, confira todos os detalhes das principais patologias! 

Aftas  

Aftas são lesões comuns e dolorosas que ocorrem na mucosa oral. Não são contagiosas e podem variar em tamanho, sendo categorizadas em três tipos: aftas menores, maiores e herpetiformes. Também são conhecidas como úlceras aftosas ou estomatite aftosa. 

Elas se caracterizam por ser redondas ou ovais, com centro branco ou amarelo e borda vermelha inflamada. O principal sintoma da afta é dor, que pode ser intensificada ao falar, mastigar ou escovar os dentes. Em casos bem graves, podem gerar febre, mal-estar e linfadenopatia (inchaço nos gânglios linfáticos).  

A etiologia das aftas inclui diversos fatores, mas os mais relevantes são: traumas devido a mordidas, estresse e ansiedade, alterações hormonais, deficiências nutricionais e consumo de alimentos mais ácidos ou picantes. Também podem estar associadas a condições sistêmicas. 

doenças na língua: afta
A afta é uma lesão comum na língua e na mucosa oral.

Candidíase oral  

A candidíase oral, também conhecida como sapinho, é uma infecção na língua comum, causada predominantemente pelo fungo Candida albicans, embora outras espécies possam também estar envolvidas. Pode ocorrer em toda cavidade oral. 

Este fugo é um componente normal da flora microbiana da boca. Porém, sob certas condições, pode proliferar excessivamente, levando à candidíase. Entre os fatores etiológicos estão: 

  • Uso de antibióticos de amplo espectro. 
  • Imunossuprimidos. 
  • Higiene oral deficiente. 
  • Uso de próteses dentárias mal ajustadas. 

Tipos de candidíase oral 

A candidíase pseudomembranosa pode causar desconforto leve e sensação de queimação. Caracteriza-se por ser lesões brancas sobre uma mancha vermelha. 

A atrófica é associada ao uso de próteses dentárias. Apresenta-se como manchas eritematosas em locais de contato com a mucosa. O paciente pode relatar sensação de queimação. 

Já a candidíase oral hiperplástica raramente é dolorosa, caracterizada por conter manchas brancas que não podem ser removidas por raspagem. 

Síndrome da boca ardente  

A síndrome da boca ardente é uma condição caracterizada principalmente pela sensação de queimação na boca sem uma causa dental ou médica identificável. Por isso, a patologia é considera um diagnóstico de exclusão, uma vez que os fatores podem ser múltiplos, envolvendo componentes físicos, psicológicos e até neurológicos. 

Além da sensação de queimadura ou ardência na língua, lábios, gengivas ou na boca como um todo, a patologia pode incluir sintomas de boca seca (xerostomia), alterações no paladar, dor constante, dificuldade para comer ou falar, assim como sensibilidade a alimentos quentes, ácidos ou condimentados. 

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Língua pilosa  

É uma condição que afeta a superfície do órgão, caracterizada pela elongação anormal das papilas filiformes, dando uma aparência pilosa ou peluda. Embora possa parecer preocupante, costuma ser mais um incômodo na língua do que um sinal de algo grave. 

Não há uma causa exata para o aparecimento, mas pode ocorrer de uma associação de fatores, como tabagismo, higiene oral precária, alterações na microbiota, desidratação ou uso prolongado de antibióticos. 

As características e sintomas da língua pilosa são: 

  • Língua com aspecto peludo ou felpudo. 
  • Coloração branca, preta ou marrom. 
  • Pode ter a sensação de irritação. 
  • Mau hálito. 
doenças na língua: língua pilosa
A língua pilosa se caracteriza pelo aspecto peludo.

Câncer de língua  

O câncer de língua é uma forma de câncer oral que começa nas células da língua. Vários podem ser os causadores, como tabagismo e consumo de álcool, infecção por HPV (vírus do papiloma humano) e exposição a carcinógenos químicos (tabaco, solventes químicos, substâncias químicas industriais, etc). 

As características e os sintomas são: 

  • Possibilidade de lesões, manchas vermelhas e brancas. 
  • Dor prolongada. 
  • Sangramento espontâneo. 
  • Dificuldade para mastigar, engolir ou falar. 
  • Formigamento ou dormência na língua. 
  • Mau hálito. 
  • Perda de peso por dificuldade de se alimentar. 

Para diagnosticar, primeiramente o dentista precisa fazer um exame oral minucioso. A anamnese detalhada ajuda a direcionar para exames. Fazer uma biópsia também é essencial para obter uma resposta definitiva, assim como exames de imagem para avaliar a extensão. 

Língua geográfica 

A língua geográfica, ou glossite migratória benigna, é uma inflamação que afeta a superfície do órgão. Embora sua etiologia exata seja desconhecida, acredita-se que possa envolver fatores genéticos, ambientais e possíveis desencadeantes imunológicos. 

A patologia se caracteriza pela presença de lesões vermelhas brilhantes, rodeadas por um limite branco ou amarelado, devido à perda de papilas filiformes. Um dos sintomas comuns é a mudança de tamanho, forma e localização ao longo do tempo. 

Geralmente, pacientes não relatam desconforto, mas há casos que ocorrem sensação de queimação após o consumo de alimentos. 

doenças na língua: língua geográfica
Um dos problemas na língua, a glossite é formada por lesões vermelhas, rodeadas por partes esbranquiçadas.

Microglossia  

A microglossia é uma rara anomalia congênita caracterizada por uma língua anormalmente pequena quando comparada ao tamanho da cavidade oral. Esta condição pode impactar diversas funções orais, incluindo fala, mastigação e deglutição. 

Sendo assim, entre os sintomas associados estão as dificuldades na alimentação, problemas da fala, dependendo do grau da anormalidade, e questões dentárias, como más oclusões e desalinhamentos. 

Líquen plano oral  

O líquen plano oral (LPO) é uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida, mas que pode estar envolvida a um processo autoimune em que há uma resposta imunológica contra as células epiteliais da mucosa oral.  

Embora a causa exata seja incerta, é considerada uma doença mediada por células T. Fatores como estresse, medicamentos, infecções virais e alergias a materiais dentários podem estar associados ao desenvolvimento dessa condição. 

A patologia pode ocorrer de várias formas, tais como: 

  • Reticular: a mais comum, com estrias brancas reticuladas. 
  • Papular: pequenas elevações brancas. 
  • Tipo placa: lesões brancas planas e homogêneas que parecem placas. 
  • Bolhosa: forma menos comum que apresenta bolhas. 
  • Atrófica: mucosa fina e frágil que pode ser avermelhada. 

Os pacientes podem sentir ardência, dor, sensibilidade aumentada, hemorragia ao escovar os dentes, além de disfagia e xerostomia. 

Língua fissurada  

A língua fissurada é caracterizada por sulcos ou fissuras na superfície dorsal da língua. A condição é assintomática e, por vezes, o paciente só percebe quando informado pelo dentista. 

Sua etiologia pode ser genética, apesar de não haver consenso sobre a questão. Outros fatores associados incluem condições sistêmicas como a síndrome de Down e a de Melkersson-Rosenthal, bem como algumas formas de xerostomia. 

Leucoplasia  

Leucoplasia é uma condição benigna e idiopática (surge espontaneamente) que afeta a mucosa e que possui potencial de malignização. Pode ser associado ao consumo de tabaco, ingestão excessiva de álcool, dentes fraturados, próteses mal ajustadas, deficiência de vitamina A, assim como predisposições genéticas. 

A patologia se caracteriza pelas manchas ou placas brancas que não podem ser removidas ao serem esfregadas. A superfície pode ser áspera ou irregular com tonalidades vermelhas. São indolores, a menos que seja erosiva. Na língua, aparecem principalmente nas laterais. O paciente pode relatar sensação de aspereza e desconforto durante a alimentação. 

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Eritroplasia  

A eritroplasia é uma condição pré-maligna rara e grave que se apresenta na mucosa oral. Caracteriza-se por manchas ou lesões na língua vermelhas bem definidas, planas ou ligeiramente elevadas, que aparecem em partes da boca como a borda da língua. São normalmente macias ao toque e possuem superfície aveludada ou lisa. 

É considerada a forma mais crítica de displasia epitelial (lesão pré-cancerígena), com alto potencial de transformação em carcinoma de células escamosas (câncer que começa nas células escamosas da pele). Embora as causas exatas sejam desconhecidas, os fatores de risco pode ser o consumo de tabaco, álcool, presença do vírus do papiloma humano, além de fatores genéticos e imunossupressão. 

O paciente identifica a eritroplasia pela sensação de queimação ou desconforto na área, assim como pelo sangramento ao toque. Em fases mais avançadas, pode sentir dor. O diagnóstico envolve exame clínico e biópsia.  

Qualquer indicativo da doença na língua deve ser investigado com seriedade por sua alta taxa de malignização. 

Intervenções preventivas nas doenças da língua 

Entre as ações preventivas que os dentistas podem atuar estão: 

  • Enfatização da higiene oral apropriada. 
  • Exames clínicos durante visitas regulares. 
  • Educação sobre saúde oral. 
  • Ajuste correto de próteses dentárias. 

Os pacientes podem prevenir-se dessas doenças ao evitar o consumo de álcool e tabaco em excesso, mas também ao manter uma dieta balanceada, beber bastante água e ao maneirar na ingestão de alimentos e bebidas muito quentes, ácidos ou picantes que podem causar desconforto ou inflamação na língua. 

Além disso, precaver-se contra traumas é essencial, principalmente utilizando protetores bucais durante esportes de contato. 

higiene para prevenir doenças na língua
A higiene da língua é fundamental para prevenir doenças na língua.

As condições que afetam a língua são diversas. Algumas indolores, outras incômodas. O principal é que o paciente possa alertar o dentista o quanto antes sobre alguma situação incomum. Mais importante ainda é que o profissional saiba averiguar e antecipar o possível diagnóstico durante exames de rotina. A anamnese é fundamental nesse processo de identificação. 

Se você é universitário, está conhecendo e entendendo todos os detalhes sobre as patologias que envolvem a língua e outras regiões da boca, você vai adorar ler os conteúdos do blog da Surya Dental. Clique na imagem abaixo e descubra mais artigos como este que você acabou de conferir! 
 

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Classificação de Black: o que significa cada uma das classes https://blog.suryadental.com.br/classificacao-de-black/ https://blog.suryadental.com.br/classificacao-de-black/#respond Mon, 29 Jul 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=21986 Para que dentistas possam diagnosticar e determinar os tratamentos mais adequados para cáries, é fundamental que haja uma categorização que simplifique a linguagem e estabeleça parâmetros para reconhecimento das lesões. Pensando nisso, Greene Vardiman Black desenvolveu um sistema denominado classificação de Black. 

Neste texto, você vai compreender o que é, como essa divisão surgiu, o que cada classe indica para os diagnósticos, quais são os critérios adotados, os prós e contras, além de como identificar erros comuns dos profissionais na prática. Boa leitura! 

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O que é a classificação de Black?  

A classificação de Black, na odontologia, é um sistema utilizado para detectar e tratar diferentes tipos de lesões dentárias. A categorização é fundamental para que cirurgiões-dentistas possam diagnosticar, planejar o tratamento e escolher materiais restauradores de acordo com cada situação. 

Como surgiu a classificação de Black?  

A categorização surgiu no final do século XIX, criada pelo dentista americano Greene Vardiman Black (1836-1915). Ele revolucionou a forma como se entendia e tratava cáries dentárias e estabeleceu normas para o desenvolvimento de amalgamas dentárias e técnicas de restauração. 

A necessidade dessa classificação surgiu a partir da observação de que as cáries não se manifestavam de maneira uniforme nos dentes, mas sim em padrões específicos que dependiam de sua localização e do tipo de dente afetado. Até então, não existia um sistema padronizado que ajudasse os dentistas a diagnosticar e tratar as lesões dentárias de maneira eficaz e sistemática. 

De acordo com material “Nomenclatura e classificação das cavidades”, da Universidade de São Paulo (USP), Black determinou dois tipos de classificações: etiológica e artificial. A primeira aponta áreas dos dentes suscetíveis à cárie; a segunda, categoriza as cavidades em classes que requerem o mesmo tipo de instrumentação e restauração. 

Originalmente, a classificação artificial de Black incluía cinco categorias, conhecidas como classe I a classe V. Cada uma especifica a localização diferente e orienta os dentistas sobre a melhor abordagem de tratamento. Mais tarde, foi adicionada uma sexta categoria, a classe VI de Black, para contemplar os casos de desgaste dos pontos de contato naturais dos dentes, como bordas incisais e cúspides, que não foram originalmente considerados pelo dentista. 

Ao definir essa classificação, Black também estabeleceu fundamentos para a prática da odontologia restauradora, incluindo princípios para: 

  • Preparo de cavidade. 
  • Técnicas de restauração. 
  • Desenvolvimento de materiais dentários. 

Entretanto, vale ressaltar que as contribuições de Greene à odontologia não se limitaram à classificação das cáries; ele também foi um pioneiro em promover a prática baseada em evidências, reforçar a importância da prevenção e a adoção de uma abordagem científica no campo da odontologia. 

classificação de black
Black dividiu as classificações em etiológica e artificial.

Classificação etiológica 

A partir dos estudos clínicos, existem cavidades provocadas por patologias ou acidentes. Assim, Black menciona alguns tipos, tais como: 

  • Cárie: deterioração dentária causada por bactéria. 
  • Fratura: quebra ou rachadura que pode ir do esmalte à dentista ou até à raiz. 
  • Abfração: desgaste não carioso na parte vestibular do dente por tensões biomecânicas. 
  • Abrasão: comprometimento devido a forças mecânicas. 

Classificação artificial de Black  

A partir dos quadros clínicos e das cavidades encontradas nos dentes, são feitas classificações para que possam ser reconhecidas. Vamos entender cada uma na sequência. 

Classe I  

A classe I de Black é caracterizada pelas cáries em fossas e fissuras de todas as superfícies dos molares e pré-molares, além das faces linguais dos incisivos superiores

Esse tipo de cárie é geralmente encontrado nos pontos de difícil acesso da higiene dental, mais suscetíveis à acumulação de placa bacteriana. Para tratar as lesões, a recomendação é retirar o tecido cariado e restaurar, seja com resina composta ou amálgama. 

Classe II  

A classe II de Black contempla cáries em superfícies proximais dos molares e pré-molares, áreas que estão mais próximas do dente adjacente.  

Para tratá-las, muitas vezes é necessário remover uma porção saudável do dente para garantir acesso e visibilidade adequados. Isso pode incluir a colocação de restaurações mais complexas, como inlays ou onlays

Classe III  

A classe III de Black é designada às cáries que afetam as superfícies proximais dos incisivos e caninos, mas que não interferem nas bordas incisais.  

Diferentemente da categoria II, é geralmente menos invasiva e visível, requerendo técnicas conservadoras de restauração como resinas compostas, evitando desgaste adicional nas bordas. 

Classe IV  

A classe IV de Black também inclui lesões em incisivos e caninos, mas nas superfícies proximais e bordas incisais. Esse tipo de cárie é notável pois afeta a estética do sorriso de maneira significativa. 

Demanda cuidados especiais para restaurar não apenas a forma, mas também a função e a estética. Muitas vezes envolve materiais como resinas compostas ou porcelanas

classificação de black
A classe IV requer cuidados na restauração, pois afeta forma, função e estética dos dentes.

Classe V  

Esta classe V de Black é atribuída às cáries nas superfícies cervicais — na junção do esmalte com a raiz, abaixo da união amelocementária. A categoria abrange todos os dentes. 

As lesões ocorrem frequentemente por causa de retração gengival que expõe a raiz do dente, tornando-os suscetíveis a cáries por ser menos resistente que o esmalte. Trata-se da classe de restaurações menos invasivas, com resina composta. 

Classe VI 

Incorporada depois, a classe VI de Black refere-se a cavidades ocasionadas nas cúspides dos molares, pré-molares e bordas incisais dos dentes anteriores. Geralmente, estão associadas ao desgaste abrasivo ou erosivo, e não a um processo carioso. O tratamento é feito pela restauração com material que resgata a função e a forma das estruturas. 

Critérios da classificação  

A classificação de Black é baseada em dois critérios essenciais: a localização da cárie e o envolvimento dos dentes afetados. Vamos abordar mais sobre os parâmetros. 

Localização da cárie  

O critério diz respeito à área específica do dente onde a cárie ou a lesão se desenvolve. Black reconheceu que diferentes locais possuem suscetibilidades variadas devido a fatores como anatomia dentária, acumulação de placa bacteriana e exposição a ácidos. 

Assim, estabeleceu uma nomenclatura e classificação das cavidades de Black: 

  • Fossas e fissuras: especificadas na classe I, são afetadas devido à retenção de alimentos e dificuldade na higienização. 
  • Superfícies proximais: refere-se às faces laterais que ficam adjuntas a outros dentes, dividindo-se entre as classes II e III de Black. 
  • Bordas incisais e cúspides: estruturas oclusais que cortam e trituram alimentos, as lesões afetam a estética e a função, divididas nas classes IV e VI. 
  • Cervical: região localizada entre a junção da raiz e do esmalte, causada pela retração gengival, atribuída à classe V. 
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Extensão e envolvimento dos dentes  

O parâmetro aborda a gravidade da lesão em termos de quão ampla é a área afetada e se a cárie compromete estruturas críticas do dente, como a polpa dentária.  

Ele se relaciona indiretamente às classes definidas por Black, na medida em que cada classe requer uma abordagem de tratamento que considera a extensão do dano, podendo ser conservador ou mais complexa, por exemplo. 

Classificação de black
A gravidade de uma cárie depende da extensão e do envolvimento dos dentes, podendo chegar até a polpa dentária.

Como a classificação é utilizada na prática?  

As classes de Black na odontologia que você acabou de conhecer fornecem um sistema para identificar e tratar cáries e outras patologias dentárias com base na localização e extensão. A classificação simplifica o diagnóstico, a comunicação entre profissionais e a escolha do plano de tratamento mais adequado, assegurando efetividade, durabilidade dos procedimentos, além de mais qualidade de vida ao paciente. 

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Vantagens e desvantagens das classificações de Black  

Entre os benefícios que a classes dos dentes de Black traz para a odontologia podemos listar: 

  • Especificidade: oferece definição clara e específica dos tipos de cavidades, facilitando a compreensão entre profissionais para cada caso. 
  • Universalidade: promove padronização de tratamentos, permitindo linguagem comum entre dentistas de diferentes locais. 
  • Direcionamento para o tratamento: ajuda os profissionais a determinar o melhor diretriz. 

No entanto, a categorização e divisão em classe possui alguns contras, entre eles: 

  • Limitação na abrangência: pode não abordar completamente outras condições, como relacionadas a doenças periodontais ou erosões dentárias. 
  • Risco de simplificação excessiva: é capaz de limitar a visão do profissional apenas às classes estabelecidas, restringindo o diagnóstico e a aplicação do tratamento. 

Erros comuns na identificação das classes 

Por se tratar de uma classificação que exige análise clínica detalhada para identificar as lesões e, assim, decidir por qual tratamento optar, pode ser que os cirurgiões-dentistas cometam alguns erros e confusões.  

Entre as principais estão: 

  • Interpretar critérios equivocadamente: o que pode levar a escolha errada de tratamento. 
  • Confundir as classes: principalmente quando as lesões se apresentam de forma atípica ou quando envolvem múltiplas superfícies. 
  • Desconsiderar a progressão da cárie: as restaurações podem ser estendidas além das áreas da classificação original. 
  • Ignorar novas classificações: outras abordagens podem ser mais detalhadas e impactar o diagnóstico correto. 
  • Falhar na execução: classificar de forma inadequada pode ocasionar restaurações erradas, seja pela escolha do material ou má aplicação do procedimento. 

Para evitar esses erros, é preciso que os dentistas estejam sempre atualizados com relação às referências e novas práticas, adotando evidências científicas disponíveis para o campo de atuação. A prática e a experiência também são cruciais para visualizar as classificações de Black no dia a dia dos atendimentos. 

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