Arquivos Universitários - Surya Dental https://blog.suryadental.com.br/category/universitarios/ Tue, 10 Sep 2024 14:18:44 +0000 pt-BR hourly 1 https://blog.suryadental.com.br/wp-content/uploads/2022/08/cropped-surya-1-e1652876833917-180x180-1-80x80.png Arquivos Universitários - Surya Dental https://blog.suryadental.com.br/category/universitarios/ 32 32 Entendendo os dentes decíduos: função, cronologia e cuidados https://blog.suryadental.com.br/dentes-deciduos/ https://blog.suryadental.com.br/dentes-deciduos/#respond Mon, 23 Sep 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22074 Os primeiros anos de vida de uma criança estão cheios de marcos significativos, e um deles é o surgimento dos dentes decíduos ou “dentes de leite”. Estes pequenos, mas importantes componentes, desempenham papel na nutrição e na fala das crianças, além de auxiliar na formação da estrutura da boca e na orientação do crescimento dos permanentes que eventualmente os substituirão. 

Neste artigo, vamos explorar mais detalhes sobre os dentes de leite para entender o que são, a cronologia, os eventuais problemas e os cuidados necessários por pais e filhos para garantir uma boa saúde bucal desde cedo! 
 

O que são dentes decíduos? 

Os dentes decíduos, também conhecidos como dentes de leite, são a primeira dentição que uma pessoa possui na vida. Começam a nascer antes de a criança completar um ano de vida e o conjunto é geralmente completo por volta dos três anos de idade. 

No total, uma criança tem 20 dentes decíduos, incluindo: 

  • 4 incisivos centrais. 
  • 4 incisivos laterais. 
  • 4 caninos. 
  • 4 primeiros molares. 
  • 4 segundos molares. 

Eles desempenham um papel fundamental no desenvolvimento, facilitando a mastigação e a fala enquanto preparam o espaço para os futuros dentes permanentes. Os decíduos começam a ser substituídos em uma fase posterior na infância. 

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Cronograma de erupção e troca dos dentes decíduos 

Os dentes de leite nascem e, ao passar do tempo, caem para que os permanentes erupcionem. Veja mais detalhes a seguir! 

Quando os primeiros dentes devem aparecer? 

Os primeiros dentes de leite que devem aparecer são os incisivos centrais inferiores, entre seis e 10 meses de idade. 

Sequência de erupção 

A cronologia de erupção dos dentes decíduos é a seguinte: 

  • Incisivos centrais inferiores: são geralmente os primeiros a erupcionar, por volta dos seis aos 10 meses de idade. 
  • Incisivos centrais superiores: seguem-se depois, erupcionando por volta dos oito aos 12 meses. 
  • Incisivos laterais: tanto superiores quanto inferiores aparecem geralmente entre nove e 13 meses. 
  • Primeiros molares: estes tendem a surgir em ambos os maxilares entre os 13 e 19 meses. 
  • Caninos: geralmente despontam entre os 16 aos 23 meses. 
  • Segundos molares: por fim, estes são os últimos a aparecer, por volta dos 23 aos 33 meses. 

É importante lembrar que a idade pode variar e ainda ser considerada normal. 

dentes decíduos
Dentes decíduos: a cronologia começa com os incisivos centrais, passa para os laterais e segue para primeiros molares, caninos e segundos molares.

Quando os dentes decíduos caem? 

Os dentes de leite começam a cair para dar lugar aos permanentes mais ou menos a partir dos seis anos de idade. O processo pode se estender até por volta dos 12 anos.  

A sequência de queda geralmente segue a ordem de erupção dentária, começando pelos incisivos centrais inferiores e seguindo um padrão similar: 

  • Incisivos centrais: os inferiores caem entre 6 e 7 anos de idade; superiores aos 7 a 8 anos. 
  • Incisivos laterais: seguem os centrais superiores e geralmente caem aos 8 anos. 
  • Caninos: os inferiores geralmente caem entre 9 e 12 anos; os superiores, entre 10 e 12 anos. 
  • Primeiros molares: começam a cair aos 9 a 11 anos, com pouca diferença entre a linha inferior e superior. 
  • Segundos Molares: são normalmente os últimos dentes decíduos a cair, por volta dos 10 aos 12 anos. 

O que fazer se um dente de leite cair prematuramente? 

A queda prematura de dentes decíduos pode ser causada por vários fatores, incluindo cárie severa, trauma ou doença periodontal. Assim, o dentista pediátrico pode decidir se é necessário algum tratamento para preservar o local para o permanente que ainda não erupcionou.  

Isto pode incluir o uso de um mantenedor de espaço, que é um dispositivo usado para manter o espaço aberto até que o dente permanente esteja pronto para nascer.  

Ignorar a queda prematura pode levar a problemas de alinhamento e espaço para os dentes permanentes. 

Cuidados que pais e crianças precisam saber 

Para manter a saúde oral e física dos pequenos, é fundamental proporcionar uma série de cuidados dentais. Confira o que o dentista deve passar de informações aos pais e crianças! 

Higiene bucal adequada 

Para obter uma saúde bucal adequada, de forma a não prejudicar o crescimento da dentição decídua, é preciso realizar algumas ações de limpeza e prevenção. Confira detalhes na sequência. 

Como escovar os dentes de leite 

Na hora de explicar aos pais e as crianças como deve ser feita a escovação dos dentes de leite, instrua sobre: 

  • Escolha da escova: utilize cerdas macias e cabeça pequena, desenhada especificamente para crianças. 
  • Técnica de escovação: ensine e ajude a criança a escovar os dentes utilizando movimentos suaves e circulares, cobrindo todas as superfícies dos dentes. 
  • Frequência: solicite a escovação pelo menos três vezes ao dia, especialmente após as refeições e antes de dormir. 
  • Creme dental: indique dentifrício com flúor em quantidade adequada à idade da criança. 
  • Supervisão: até que desenvolvam habilidade e responsabilidade, recomende que um responsável verifique a ação pela criança ou até mesmo ter seus dentes escovados pelo adulto. 
dentes decíduos

Uso de fio dental 

Além disso, é importante indicar o uso do fio dental assim que os dentes da criança começarem a se tocar. Recomende os seguintes passos: 

  • Use um pedaço de 40 centímetros de fio dental. 
  • Enrole levemente em cada dedo médio. 
  • Passe o fio, cuidadosamente, entre os dentes, para remover partículas de alimentos e placas bacterianas. 
  • Aconselhe que seja passado diariamente, preferencialmente, após a última refeição e antes de escovar os dentes. 

Dieta e saúde dos dentes 

Outro fator importante que os pais devem saber e o dentista deve explicar com mais detalhes é sobre como a alimentação impacta na saúde dos dentes. Confira o que deve ser evitado e o que deve ser introduzido na rotina da criança. 

Alimentos que devem ser evitados 

  • Evite açúcares e carboidratos refinados, pois contribuem para as cáries. 
  • Tome cuidado com alimentos pegajosos que aderem aos dentes, como balas de goma ou caramelos. 

Alimentos que promovem a saúde dental 

  • Frutas e vegetais ajudam a limpar os dentes e a estimular a produção de saliva. 
  • Laticínios são ricos em cálcio e ajudam a fortalecer o esmalte dos dentes. 
  • Água, após as refeições, auxilia a enxaguar os dentes e diluir os ácidos. 

Importância das visitas regulares ao dentista 

É importante mencionar aos pais sobre a relevância das visitas regulares, principalmente na fase de nascimento dos dentes e queda dos decíduos. Assim, o profissional consegue identificar e tratar problemas precocemente, como cáries ou situações de desenvolvimento. 

O dentista pode ensinar na prática como a criança pode fazer a higiene bucal, adaptando-a conforme cada fase do crescimento infantil. Além disso, durante as visitas, podem ser realizados procedimentos preventivos para proteger os dentes contra cáries, como fluoretações e selantes. 

É vital para a saúde bucal das crianças que os pais estejam atentos e participem ativamente da rotina de cuidados com os dentes decíduos, estabelecendo uma base sólida para uma vida de hábitos saudáveis de higiene bucal. 

Problemas comuns com os dentes decíduos 

Os dentes de leite podem passar por problemas da erupção até a troca de dentição. Veja o que deve ser levado em consideração. 

Cáries em dentes de leite 

As cáries dentárias ocorrem nos dentes devido à desmineralização provocada por ácidos produzidos pela placa bacteriana. Nos dentes decíduos, este problema é bastante comum devido ao consumo de açúcares e uma higiene bucal, muitas vezes, insuficiente. 

Apesar de serem temporários, os dentes de leite mantêm espaço para os permanentes e no desenvolvimento adequado da fala e da mastigação. Cáries não tratadas podem levar a dor, infecções e problemas no desenvolvimento dos dentes permanentes. 

Para prevenir, é preciso incluir escovação regular com pasta de dente com flúor, fio dental e visitas periódicas ao dentista. O tratamento pode variar de uma simples restauração até pulpotomias (procedimento similar ao canal, mas em dentes de leite), dependendo da extensão da cárie. 

Má oclusão e problemas ortodônticos 

Má oclusão refere-se ao alinhamento incorreto dos dentes quando as mandíbulas estão fechadas. Problemas ortodônticos em crianças podem surgir devido a hábitos persistentes (como chupar o dedo), perda precoce de dentes de leite ou genética. 

Diagnóstico precoce 

Um ortodontista pode detectar a possibilidade de má oclusão quando a criança tem de seis a sete anos. Um acompanhamento regular permite monitorar o desenvolvimento dos dentes e a possível necessidade de intervenções. 

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Intervenções possíveis 

Entre as ações que podem ser estipuladas pelo profissional estão: 

  • Dispositivos de espaço: usados para manter uma superfície adequada para os dentes permanentes após a perda precoce de um dente de leite. 
  • Aparelhos ortodônticos fixos ou móveis: recomendados para corrigir o alinhamento dos dentes. 

Trauma dental em crianças 

Traumas dentais são comuns na infância, podendo resultar da prática de esportes, quedas ou outros acidentes. Tais lesões podem afetar tanto dentes de leite quanto permanentes e necessitam de avaliação imediata por um profissional. 

Pais ou responsáveis devem tentar conservar o dente em soro fisiológico, por exemplo, até o atendimento ser realizado. Durante a consulta, o dentista vai avaliar a extensão e a necessidade de intervenções para evitar futuras más oclusões. 

Os dentes decíduos são estruturas essenciais para as crianças durante seu período de formação e desenvolvimento e, por isso, os cuidados são muito necessários para promover a higiene oral e criar consciência nos pequenos sobre sua importância, principalmente quando ocorre a troca pelos permanentes. 

Ao dentista, é importante saber se comunicar muito bem com as crianças e com os pais, explicando sobre o que precisa ser feito e como realizar cada ação. Se você é um profissional e quer ler mais conteúdos sobre o mundo da odontologia para estar preparado a lidar com cada tipo de paciente, clique na imagem abaixo e confira mais artigos no blog da Surya Dental

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Pulpite: tudo o que você precisa saber sobre o problema https://blog.suryadental.com.br/pulpite/ https://blog.suryadental.com.br/pulpite/#respond Mon, 09 Sep 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22061 A pulpite, ou inflamação da polpa dentária, é um dos desafios mais comuns enfrentados pelos profissionais da odontologia na prática clínica diária. A doença pode ser o começo de complicações mais sérias, chegando a fazer com que intervenções mais invasivas sejam necessárias, como o tratamento de canal ou a extração dentária. 

Por isso, entender sobre os detalhes desse problema é crucial para lidar com os pacientes. Continue a leitura para compreender os aspectos, a etiologia, a classificação, os sintomas e até as abordagens em diagnóstico e estratégias de tratamento! 

O que é pulpite? 

Pulpite é a inflamação da polpa do dente, parte interna onde se localizam os nervos e os vasos sanguíneos. Esta condição pode levar a uma dor severa e é caracterizada pela sua duração, podendo ser aguda ou crônica.  

O problema pode ser desencadeado por diversos fatores, incluindo cáries profundas, impactos físicos no dente ou surgir após a realização de certos procedimentos odontológicos repetitivos. 

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Tipos de pulpite 

Quando tratamos de pulpite, é vital compreender a diferença entre seus tipos, pois isso vai orientar a abordagem terapêutica adequada. Confira as especificidades de cada um na sequência. 

Pulpite reversível 

Caracteriza-se pela inflamação que ainda não comprometeu a vitalidade pulpar de forma permanente. Geralmente, é desencadeada por estímulos nocivos temporários, como cáries pouco profundas ou traumas leves. 

Neste estágio, os sintomas dolorosos ocorrem principalmente durante a exposição a estímulos (como quente, frio ou doce) e cessam ao término do estímulo. 

Pulpite irreversível 

Indica uma inflamação avançada e persistente que compromete a saúde da polpa permanentemente.  

Esse tipo é caracterizado por dor intensa e prolongada, que pode ocorrer espontaneamente ou continuar após a remoção do estímulo. A dor pode ser tão severa que interfere no sono ou necessita de analgésicos para ser controlada. 

Causas da pulpite 

Várias causas estão associadas ao desenvolvimento da doença. Elas são importantes de se conhecer tanto para prevenção quanto para tratamento apropriado. Vamos abordar as principais a seguir. 

Cáries dentárias 

As cáries dentárias são uma das causas mais comuns de pulpite. Elas ocorrem quando o ácido produzido pelas bactérias da boca decompõe a superfície do dente, formando cavidades. 

Sem tratamento, as cáries podem penetrar mais profundamente no dente, alcançando a polpa e gerando inflamação. Esse processo pode resultar em infecção e dor intensa, caracterizando uma pulpite. 

Dentista realiza tratamento de canal em paciente com pulpite.
O tratamento de canal é uma das opções quando o quadro é irreversível.

Trauma dental 

O trauma dental, resultante de impacto ou lesão nos dentes, também pode causar pulpite. Essa possibilidade ocorre devido a acidentes, lesões esportivas, ou mesmo mordidas muito fortes. 

Quando o dente é lesionado, mesmo sem apresentar uma fratura visível, microfissuras podem permitir a entrada de bactérias na polpa, causando inflamação. 

Em alguns casos, o trauma pode danificar a polpa diretamente, mesmo sem infecção bacteriana, levando à pulpite. 

Procedimentos dentários 

Procedimentos para tratar ou prevenir problemas dentários também podem, ocasionalmente, causar a doença. O processo de remover cáries, de preparar para coroas ou de realizar restaurações profundas, por exemplo, podem inflamar a polpa dentária.  

Embora os profissionais devam tomar todas as precauções necessárias para minimizar o risco da inflamação após procedimentos, a manipulação do dente e a proximidade das ferramentas às áreas sensíveis podem, às vezes, resultar em inflamação. 

Sintomas da pulpite 

Reconhecer os sintomas associados a cada tipo de pulpite é importante para determinar a abordagem de tratamento mais adequada e entender as causas nas situações. Confira as características! 

Pulpite reversível 

É uma fase inicial de inflamação, em que o dano ainda não é grave e pode ser revertido com tratamento apropriado: 

  • Dor desencadeada por estímulos específicos: geralmente associada ao contato com alimentos doces, quentes ou frio. 
  • Dor de curta duração: cessa poucos momentos após o estímulo ser removido. 
  • Nenhuma dor espontânea: geralmente não ocorre sem o fomento. 
  • Sensibilidade elevada: localizada e específica ao dente com pulpite. 
Paciente com mão no rosto com dor de dente.
Um dos sintomas da pulpite é a sensibilidade elevada no dente inflamado.

Pulpite irreversível 

Inflamação grave e persistente da polpa dentária, indicando que os danos são extensos e não podem ser revertidos. Os sintomas incluem: 

  • Dor espontânea: ocorre sem qualquer estímulo externo. 
  • Dor prolongada: persiste mesmo após a remoção de qualquer estímulo desencadeante. 
  • Dor intensa: podendo irradiar para outros dentes, a mandíbula ou até ao ouvido no lado afetado. 
  • Reação a estímulos de maneira diferente: alimentos e bebidas quentes podem agravar a dor, quando estão frios podem proporcionar alívio temporário. 
  • Possível formação de abcesso: indicando que a infecção se espalhou para fora da polpa em estágios avançados. 

Diagnóstico da pulpite 

O diagnóstico da inflamação envolve um processo detalhado para entender a extensão da doença e determinar o tratamento adequado. Vamos detalhar esses elementos. 

Exame clínico 

O exame clínico é a primeira etapa na avaliação da saúde dental do paciente e na identificação de sinais de pulpite. Durante este processo, o dentista vai:  

  • Avaliar a história do paciente: identificar os sintomas relatados, como a natureza da dor, sua duração e intensidade. 
  • Examinar visualmente a cavidade oral: em busca de sinais visíveis que possam indicar a origem da inflamação. 
  • Teste de mordida: pode ser realizado para verificar se a dor é desencadeada ao morder ou aplicar pressão. 
Paciente reclama de dor de dente no dentista.
É comum o desenvolvimento da inflamação a partir das cáries.

Exames complementares 

Outros exames podem ser necessários para confirmar o diagnóstico da pulpite, como a radiografia e os testes de sensibilidade. 

Radiografia 

As radiografias dentárias permitem visualizar a extensão das cáries, avaliar a perda óssea, verificar a presença de qualquer inchaço ou abscesso na ponta da raiz e observar a forma e o tamanho dos canais radiculares. 

Embora as alterações na polpa geralmente não sejam diretamente visíveis em radiografias, indícios de problemas relacionados podem ajudar no diagnóstico. 

Testes de sensibilidade 

O teste de sensibilidade térmico, aplicando frio ou calor ao dente, avalia a resposta da polpa. Quando for exagerada ou prolongada pode indicar pulpite. 

Tratamentos para pulpite 

Para cada tipo e estágio de inflamação, há possibilidades de manejo que devem ser adotadas. Entenda qual o melhor para seguir. 

Tratamentos para pulpite reversível 

Em pulpites reversíveis, o foco do tratamento é preservar a vitalidade da polpa e promover sua cura. As etapas incluem a remoção de cáries e o uso de medicações. 

Remoção de cáries 

O dentista irá remover a porção cariada que está causando a inflamação na polpa. Isso é feito sob anestesia local, para que o paciente não sinta dor durante o procedimento. 

Uso de medicação 

Após a remoção da cárie, o profissional pode sugerir o uso de medicamentos para promover a cicatrização e aliviar a inflamação. 

Pulpite irreversível: tratamento 

Quando a pulpite é classificada como irreversível, isso significa que a polpa dental está danificada a ponto de não poder mais se recuperar, geralmente acompanhada por dor intensa e contínua. As principais opções de tratamento são o canal e a extração do dente. 

Tratamento de canal 

É a opção mais comum para tratar a pulpite irreversível. O procedimento envolve a remoção da polpa inflamada ou infectada do interior dos canais radiculares. Depois, os canais são desinfetados e modelados.  

Em seguida, são preenchidos com um material biocompatível, para selar o espaço e evitar novas infecções. Finalmente é feita a restauração, podendo até necessitar de uma coroa para proteger o dente enfraquecido pelo tratamento. 

Dentista consulta paciente com dor no dente.
O exame clínico é essencial para o primeiro contato do dentista com o dente inflamado.

Extração dentária 

Em alguns casos, quando o dente está muito comprometido ou quando o tratamento de canal não é viável ou desejado pelo paciente, a extração pode ser a única solução.  

O tratamento resolve a dor, mas implica na perda do dente. Após a retirada, pode-se considerar as opções de substituição, como implantes dentários, pontes ou próteses parciais móveis. 

Prevenção da pulpite 

Para auxiliar os pacientes na prevenção da inflamação, é fundamental orientá-los sobre a importância de certos aspectos, que vamos explorar a seguir. 

Higiene oral adequada 

É importante que os pacientes tenham higiene oral adequada. Por isso: 

  • Instrua sobre a técnica correta de escovação. 
  • Enfatize o uso do fio dental. 
  • Explique a importância dos enxaguantes bucais antissépticos. 

Consultas regulares ao dentista 

Além disso, outro método de prevenção é a regularidade dos check-ups nos dentistas. É recomendado que os pacientes visitem os profissionais a cada seis meses para exames de rotina e limpezas profissionais, em que permitem a detecção e tratamento precoce dos problemas dentários, antes que evoluam para condições como a pulpite. 

A pulpite nunca deve ser tratada com um problema comum, pois é um sintoma de que algo mais sério pode estar se desenvolvendo na cavidade oral do paciente. Por isso, compreender a doença e como realizar o manejo correto é fundamental. 

Melhor ainda se o tratamento for realizado com os equipamentos certos para cada tipo de situação, até mesmo no exame clínico. Para isso, você pode contar com a Surya Dental e adquirir a linha de produtos endodônticos para estar preparado nas situações de pulpite reversível e irreversível!

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Lesões cervicais não cariosas: tipos, etiologias e manejo https://blog.suryadental.com.br/lesao-cervical-nao-cariosa/ https://blog.suryadental.com.br/lesao-cervical-nao-cariosa/#respond Mon, 26 Aug 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22052 Lesão cervical não cariosa (LCNC) é uma condição dental significativa marcada pela perda de tecido dental na região próxima à gengiva, sem presença de cárie. É importante no contexto da saúde bucal devido à natureza multifatorial e por conta do impacto que ocasiona na qualidade de vida do paciente.  

Neste artigo, vamos destrinchar os tipos, causas e manejo como diagnóstico e tratamento das LCNC! 

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O que é lesão cervical não cariosa?  

Lesão cervical não cariosa, ou simplesmente LCNC, são desordens que ocorrem na região cervical dos dentes, que é a área mais próxima da junção dente-gengiva, e não possuem origem por ação de bactérias causadoras de cárie. Em vez disso, podem ocorrer devido a diferentes mecanismos físicos, químicos ou mesmo biológicos. 

Quais os tipos de LCNC e suas etiologias?  

Classicamente, são reconhecidos três tipos principais de LCNC: erosão, abrasão e atrição. Entretanto, existe um mais complexo, a lesão cervical não cariosa chamada abfração.  

Na sequência, entenda sobre a etiologia e os manejos para diagnosticar e tratar de forma ideal! 

Abrasão  

A abrasão dentária refere-se ao desgaste mecânico do esmalte e da dentina, sendo causado por algo que esfrega ou raspa a superfície.  

Etiologia 

Pode ser resultado da escovação inadequada com força, ou ainda hábitos como colocar objetos entre os dentes (clipes, roer unhas, etc) — esses comportamentos são conhecidos como parafunção. 

Diagnóstico 

O profissional deve observar sulcos lisos ou ranhuras em forma de “V” na face cervical do dente, que seguem a direção da escovação. Intensifica-se na região da união amelocementaria. 

diagnóstico lesão cervical não cariosa
O dentista deve observar a região cervical em busca de sulcos ou ranhuras para diagnosticar a abrasão.

Tratamento 

Essa lesão cervical no dente pode ser prevenida com educação sobre higiene bucal, instruindo os pacientes sobre técnicas corretas de escovação com equipamento de cerdas macias. O profissional também deve indicar creme dental com baixos níveis de abrasividade. 

Já no caso de lesões avançadas, o pode restaurar a fim de restabelecer a forma e a função oral. 

Erosão  

A erosão é a forma de desgaste observada quando o tecido duro do dente (esmalte e dentina) é progressivamente desgastado pela ação de ácidos não bacterianos.  

Etiologia 

As substâncias podem se originar de fontes extrínsecas, como alimentos e bebidas ácidas, ou intrínsecas — é o caso de ácido gástrico emergente no contexto do refluxo gastroesofágico ou de transtornos alimentares. 

Diagnóstico 

Para diagnosticar, é comum que o dentista observe uma superfície lisa e lustrosa na área afetada, frequentemente com uma coloração diferente da identificada no restante do dente. A localização das lesões e o histórico alimentar ou de refluxo gastroesofágico do paciente também podem contribuir para decidir sobre a LCNC. 

Tratamento 

Como forma de prevenir a erosão, pode-se citar a redução de consumo de alimentos e bebidas ácidas e a mudança de comportamento, extinguindo o hábito de escovar os dentes imediatamente após a ingestão desses tipos de comidas ou líquidos. 

Para controlar o refluxo, a sugestão é encaminhar o paciente para tratamento médico especializado em doenças gastrointestinais. Além disso, pode ser indicado fazer restaurações diretas com resina composta nas áreas afetadas. 

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Atrição  

Termo usado para o desgaste correspondente ao atrito interdental, dentre outras superfícies. A força é frequentemente exercida de maneira horizontal — o que produz a faceta de desgaste. 

Etiologia 

Esta é uma consequência natural do envelhecimento e da fricção decorrente do contato dos dentes durante a mastigação e, sobretudo, pelo hábito de ranger os dentes (bruxismo). 

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Diagnóstico 

Além do exame clínico, com observação das facetas de desgaste, pode ser confirmado por relatos do do próprio paciente ou do cônjuge sobre ruídos durante o sono, resultantes do ranger dos dentes. Pode levar à perda de esmalte. 

Tratamento 

Para prevenir a atrição, é importante o uso de placas oclusais para evitar o desgaste. Em casos severos, é necessário a reabilitação oral para restaurar a estética, assim como a função dentário. 

Abfração  

A lesão de abfração dentária normalmente se apresenta como entalhes em forma de cunha ou “V” nítidas na junção cemento-esmalte (JCE). 

Etiologia 

Resulta de forças biomecânicas repetidas que levam a microflexões na junção amelocementária (transição entre esmalte e cemento radicular), causando perdas de substância de forma progressiva. 

Diagnóstico 

O cirurgião-dentista pode verificar a presença de facetas de desgaste oclusal e avaliar os contatos dentários que podem causas as forças excessivas no local. A maior ocorrência está nos pré-molares, mas também está presente em molares a caninos. 

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Tratamento 

Em alguns casos para este tipo de lesão cervical não cariosa, o tratamento consiste em fazer o ajuste oclusal para reduzir forças que contribuem com o desenvolvimento das lesões. 

No caso de quem tem bruxismo, é importante utilizar placas oclusais noturnas para proteger os dentes das forças excessivas. Assim como na erosão, é possível restauras os dentes caso haja perda significativa da estrutura ou desconforto pelo paciente. 

Leia também — Conheça as doenças na boca mais comuns e como tratar 

Conhecer quais são as lesões cervicais não cariosas é um passo fundamental no processo de atendimento aos pacientes. Com a prática, a resolução das condições torna-se uma questão mais comum para quem ainda está estudando e começando a ter os primeiros casos clínicos. 
 

Uma das maneiras de tratar as LCNC, principalmente em casos de reabilitação estética, além de funcional, é realizando restaurações. E se você precisar de materiais de dentística e estética para seu consultório odontológico, conte com a Surya Dental! Clique na imagem abaixo e confira as opções para abastecer seu estoque! 

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Referências bibliográficas: 

BVS Atenção Primária em Saúde. Como diferenciar clinicamente abfração e abrasão? [S.l]: [s.n], 10 jan. 2017. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/como-diferenciar-clinicamente-abfracao-e-abrasao/. Acesso em: 29 jul. 2024. 

SILVA, Emilyn Rowe Barbosa da. Lesões Cervicais Não Cariosas: Diagnóstico e Tratamento. 2013. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade do Sagrado Coração, Bauru, 2013. Disponível em: https://repositorio.unisagrado.edu.br/jspui/bitstream/handle/594/1/Lesoes%20cervicais%20nao%20cariosas%20diagnostico%20e%20tratamento%20%28176366%29.pdf. Acesso em: 29 jul. 2024. 

SOUZA, Ana Carla de Freitas et al. A prevalência de Lesões Cervicais Não Cariosas (LCNC) em pacientes bruxistas: revisão de literatura integrativa. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 4, p. 18307-18320, jul./ago. 2023. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/62352/44865. Acesso em: 29 jul. 2024. 

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Doenças na língua: o que são, causas, sintomas e diagnósticos https://blog.suryadental.com.br/doencas-na-lingua/ https://blog.suryadental.com.br/doencas-na-lingua/#respond Mon, 05 Aug 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=22019 Doenças na língua são condições que podem afetar a aparência, textura ou função do órgão muscular. São diversas patologias que podem se manifestar de diferentes formas, cada uma com sintomas e causas específicas. Além disso, podem variar em termos de gravidade e tratamento necessário. 

Continue a leitura para conhecer as principais doenças na língua, quando o órgão é considerado saudável e o que os dentistas podem fazer preventivamente para evitar possíveis problemas! 

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Como é uma língua saudável?  

A língua é vital para funções como falar, mastigar e engolir, além de ser um indicador do estado geral de saúde de um indivíduo. Quando saudável, possui características específicas que podem variar ligeiramente, mas, em geral, podemos identificar os seguintes atributos: 

  • Coloração rosa-claro. 
  • Textura suave, mas com papilas gustativas (pequenas saliências na língua). 
  • Úmida. 
  • Sem inchaços ou ulcerações. 
  • Ausência de placa bacteriana ou de cor branca excessiva. 
  • Sem dor ou desconforto. 
  • Flexibilidade. 

Principais doenças na língua  

Conhecer os sintomas, a etiologia (de onde vem) e as características dos tipos de doenças na língua é fundamental para quem está começando e exercendo a profissão.  

Na sequência, confira todos os detalhes das principais patologias! 

Aftas  

Aftas são lesões comuns e dolorosas que ocorrem na mucosa oral. Não são contagiosas e podem variar em tamanho, sendo categorizadas em três tipos: aftas menores, maiores e herpetiformes. Também são conhecidas como úlceras aftosas ou estomatite aftosa. 

Elas se caracterizam por ser redondas ou ovais, com centro branco ou amarelo e borda vermelha inflamada. O principal sintoma da afta é dor, que pode ser intensificada ao falar, mastigar ou escovar os dentes. Em casos bem graves, podem gerar febre, mal-estar e linfadenopatia (inchaço nos gânglios linfáticos).  

A etiologia das aftas inclui diversos fatores, mas os mais relevantes são: traumas devido a mordidas, estresse e ansiedade, alterações hormonais, deficiências nutricionais e consumo de alimentos mais ácidos ou picantes. Também podem estar associadas a condições sistêmicas. 

doenças na língua: afta
A afta é uma lesão comum na língua e na mucosa oral.

Candidíase oral  

A candidíase oral, também conhecida como sapinho, é uma infecção na língua comum, causada predominantemente pelo fungo Candida albicans, embora outras espécies possam também estar envolvidas. Pode ocorrer em toda cavidade oral. 

Este fugo é um componente normal da flora microbiana da boca. Porém, sob certas condições, pode proliferar excessivamente, levando à candidíase. Entre os fatores etiológicos estão: 

  • Uso de antibióticos de amplo espectro. 
  • Imunossuprimidos. 
  • Higiene oral deficiente. 
  • Uso de próteses dentárias mal ajustadas. 

Tipos de candidíase oral 

A candidíase pseudomembranosa pode causar desconforto leve e sensação de queimação. Caracteriza-se por ser lesões brancas sobre uma mancha vermelha. 

A atrófica é associada ao uso de próteses dentárias. Apresenta-se como manchas eritematosas em locais de contato com a mucosa. O paciente pode relatar sensação de queimação. 

Já a candidíase oral hiperplástica raramente é dolorosa, caracterizada por conter manchas brancas que não podem ser removidas por raspagem. 

Síndrome da boca ardente  

A síndrome da boca ardente é uma condição caracterizada principalmente pela sensação de queimação na boca sem uma causa dental ou médica identificável. Por isso, a patologia é considera um diagnóstico de exclusão, uma vez que os fatores podem ser múltiplos, envolvendo componentes físicos, psicológicos e até neurológicos. 

Além da sensação de queimadura ou ardência na língua, lábios, gengivas ou na boca como um todo, a patologia pode incluir sintomas de boca seca (xerostomia), alterações no paladar, dor constante, dificuldade para comer ou falar, assim como sensibilidade a alimentos quentes, ácidos ou condimentados. 

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Língua pilosa  

É uma condição que afeta a superfície do órgão, caracterizada pela elongação anormal das papilas filiformes, dando uma aparência pilosa ou peluda. Embora possa parecer preocupante, costuma ser mais um incômodo na língua do que um sinal de algo grave. 

Não há uma causa exata para o aparecimento, mas pode ocorrer de uma associação de fatores, como tabagismo, higiene oral precária, alterações na microbiota, desidratação ou uso prolongado de antibióticos. 

As características e sintomas da língua pilosa são: 

  • Língua com aspecto peludo ou felpudo. 
  • Coloração branca, preta ou marrom. 
  • Pode ter a sensação de irritação. 
  • Mau hálito. 
doenças na língua: língua pilosa
A língua pilosa se caracteriza pelo aspecto peludo.

Câncer de língua  

O câncer de língua é uma forma de câncer oral que começa nas células da língua. Vários podem ser os causadores, como tabagismo e consumo de álcool, infecção por HPV (vírus do papiloma humano) e exposição a carcinógenos químicos (tabaco, solventes químicos, substâncias químicas industriais, etc). 

As características e os sintomas são: 

  • Possibilidade de lesões, manchas vermelhas e brancas. 
  • Dor prolongada. 
  • Sangramento espontâneo. 
  • Dificuldade para mastigar, engolir ou falar. 
  • Formigamento ou dormência na língua. 
  • Mau hálito. 
  • Perda de peso por dificuldade de se alimentar. 

Para diagnosticar, primeiramente o dentista precisa fazer um exame oral minucioso. A anamnese detalhada ajuda a direcionar para exames. Fazer uma biópsia também é essencial para obter uma resposta definitiva, assim como exames de imagem para avaliar a extensão. 

Língua geográfica 

A língua geográfica, ou glossite migratória benigna, é uma inflamação que afeta a superfície do órgão. Embora sua etiologia exata seja desconhecida, acredita-se que possa envolver fatores genéticos, ambientais e possíveis desencadeantes imunológicos. 

A patologia se caracteriza pela presença de lesões vermelhas brilhantes, rodeadas por um limite branco ou amarelado, devido à perda de papilas filiformes. Um dos sintomas comuns é a mudança de tamanho, forma e localização ao longo do tempo. 

Geralmente, pacientes não relatam desconforto, mas há casos que ocorrem sensação de queimação após o consumo de alimentos. 

doenças na língua: língua geográfica
Um dos problemas na língua, a glossite é formada por lesões vermelhas, rodeadas por partes esbranquiçadas.

Microglossia  

A microglossia é uma rara anomalia congênita caracterizada por uma língua anormalmente pequena quando comparada ao tamanho da cavidade oral. Esta condição pode impactar diversas funções orais, incluindo fala, mastigação e deglutição. 

Sendo assim, entre os sintomas associados estão as dificuldades na alimentação, problemas da fala, dependendo do grau da anormalidade, e questões dentárias, como más oclusões e desalinhamentos. 

Líquen plano oral  

O líquen plano oral (LPO) é uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida, mas que pode estar envolvida a um processo autoimune em que há uma resposta imunológica contra as células epiteliais da mucosa oral.  

Embora a causa exata seja incerta, é considerada uma doença mediada por células T. Fatores como estresse, medicamentos, infecções virais e alergias a materiais dentários podem estar associados ao desenvolvimento dessa condição. 

A patologia pode ocorrer de várias formas, tais como: 

  • Reticular: a mais comum, com estrias brancas reticuladas. 
  • Papular: pequenas elevações brancas. 
  • Tipo placa: lesões brancas planas e homogêneas que parecem placas. 
  • Bolhosa: forma menos comum que apresenta bolhas. 
  • Atrófica: mucosa fina e frágil que pode ser avermelhada. 

Os pacientes podem sentir ardência, dor, sensibilidade aumentada, hemorragia ao escovar os dentes, além de disfagia e xerostomia. 

Língua fissurada  

A língua fissurada é caracterizada por sulcos ou fissuras na superfície dorsal da língua. A condição é assintomática e, por vezes, o paciente só percebe quando informado pelo dentista. 

Sua etiologia pode ser genética, apesar de não haver consenso sobre a questão. Outros fatores associados incluem condições sistêmicas como a síndrome de Down e a de Melkersson-Rosenthal, bem como algumas formas de xerostomia. 

Leucoplasia  

Leucoplasia é uma condição benigna e idiopática (surge espontaneamente) que afeta a mucosa e que possui potencial de malignização. Pode ser associado ao consumo de tabaco, ingestão excessiva de álcool, dentes fraturados, próteses mal ajustadas, deficiência de vitamina A, assim como predisposições genéticas. 

A patologia se caracteriza pelas manchas ou placas brancas que não podem ser removidas ao serem esfregadas. A superfície pode ser áspera ou irregular com tonalidades vermelhas. São indolores, a menos que seja erosiva. Na língua, aparecem principalmente nas laterais. O paciente pode relatar sensação de aspereza e desconforto durante a alimentação. 

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Eritroplasia  

A eritroplasia é uma condição pré-maligna rara e grave que se apresenta na mucosa oral. Caracteriza-se por manchas ou lesões na língua vermelhas bem definidas, planas ou ligeiramente elevadas, que aparecem em partes da boca como a borda da língua. São normalmente macias ao toque e possuem superfície aveludada ou lisa. 

É considerada a forma mais crítica de displasia epitelial (lesão pré-cancerígena), com alto potencial de transformação em carcinoma de células escamosas (câncer que começa nas células escamosas da pele). Embora as causas exatas sejam desconhecidas, os fatores de risco pode ser o consumo de tabaco, álcool, presença do vírus do papiloma humano, além de fatores genéticos e imunossupressão. 

O paciente identifica a eritroplasia pela sensação de queimação ou desconforto na área, assim como pelo sangramento ao toque. Em fases mais avançadas, pode sentir dor. O diagnóstico envolve exame clínico e biópsia.  

Qualquer indicativo da doença na língua deve ser investigado com seriedade por sua alta taxa de malignização. 

Intervenções preventivas nas doenças da língua 

Entre as ações preventivas que os dentistas podem atuar estão: 

  • Enfatização da higiene oral apropriada. 
  • Exames clínicos durante visitas regulares. 
  • Educação sobre saúde oral. 
  • Ajuste correto de próteses dentárias. 

Os pacientes podem prevenir-se dessas doenças ao evitar o consumo de álcool e tabaco em excesso, mas também ao manter uma dieta balanceada, beber bastante água e ao maneirar na ingestão de alimentos e bebidas muito quentes, ácidos ou picantes que podem causar desconforto ou inflamação na língua. 

Além disso, precaver-se contra traumas é essencial, principalmente utilizando protetores bucais durante esportes de contato. 

higiene para prevenir doenças na língua
A higiene da língua é fundamental para prevenir doenças na língua.

As condições que afetam a língua são diversas. Algumas indolores, outras incômodas. O principal é que o paciente possa alertar o dentista o quanto antes sobre alguma situação incomum. Mais importante ainda é que o profissional saiba averiguar e antecipar o possível diagnóstico durante exames de rotina. A anamnese é fundamental nesse processo de identificação. 

Se você é universitário, está conhecendo e entendendo todos os detalhes sobre as patologias que envolvem a língua e outras regiões da boca, você vai adorar ler os conteúdos do blog da Surya Dental. Clique na imagem abaixo e descubra mais artigos como este que você acabou de conferir! 
 

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Classificação de Black: o que significa cada uma das classes https://blog.suryadental.com.br/classificacao-de-black/ https://blog.suryadental.com.br/classificacao-de-black/#respond Mon, 29 Jul 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=21986 Para que dentistas possam diagnosticar e determinar os tratamentos mais adequados para cáries, é fundamental que haja uma categorização que simplifique a linguagem e estabeleça parâmetros para reconhecimento das lesões. Pensando nisso, Greene Vardiman Black desenvolveu um sistema denominado classificação de Black. 

Neste texto, você vai compreender o que é, como essa divisão surgiu, o que cada classe indica para os diagnósticos, quais são os critérios adotados, os prós e contras, além de como identificar erros comuns dos profissionais na prática. Boa leitura! 

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O que é a classificação de Black?  

A classificação de Black, na odontologia, é um sistema utilizado para detectar e tratar diferentes tipos de lesões dentárias. A categorização é fundamental para que cirurgiões-dentistas possam diagnosticar, planejar o tratamento e escolher materiais restauradores de acordo com cada situação. 

Como surgiu a classificação de Black?  

A categorização surgiu no final do século XIX, criada pelo dentista americano Greene Vardiman Black (1836-1915). Ele revolucionou a forma como se entendia e tratava cáries dentárias e estabeleceu normas para o desenvolvimento de amalgamas dentárias e técnicas de restauração. 

A necessidade dessa classificação surgiu a partir da observação de que as cáries não se manifestavam de maneira uniforme nos dentes, mas sim em padrões específicos que dependiam de sua localização e do tipo de dente afetado. Até então, não existia um sistema padronizado que ajudasse os dentistas a diagnosticar e tratar as lesões dentárias de maneira eficaz e sistemática. 

De acordo com material “Nomenclatura e classificação das cavidades”, da Universidade de São Paulo (USP), Black determinou dois tipos de classificações: etiológica e artificial. A primeira aponta áreas dos dentes suscetíveis à cárie; a segunda, categoriza as cavidades em classes que requerem o mesmo tipo de instrumentação e restauração. 

Originalmente, a classificação artificial de Black incluía cinco categorias, conhecidas como classe I a classe V. Cada uma especifica a localização diferente e orienta os dentistas sobre a melhor abordagem de tratamento. Mais tarde, foi adicionada uma sexta categoria, a classe VI de Black, para contemplar os casos de desgaste dos pontos de contato naturais dos dentes, como bordas incisais e cúspides, que não foram originalmente considerados pelo dentista. 

Ao definir essa classificação, Black também estabeleceu fundamentos para a prática da odontologia restauradora, incluindo princípios para: 

  • Preparo de cavidade. 
  • Técnicas de restauração. 
  • Desenvolvimento de materiais dentários. 

Entretanto, vale ressaltar que as contribuições de Greene à odontologia não se limitaram à classificação das cáries; ele também foi um pioneiro em promover a prática baseada em evidências, reforçar a importância da prevenção e a adoção de uma abordagem científica no campo da odontologia. 

classificação de black
Black dividiu as classificações em etiológica e artificial.

Classificação etiológica 

A partir dos estudos clínicos, existem cavidades provocadas por patologias ou acidentes. Assim, Black menciona alguns tipos, tais como: 

  • Cárie: deterioração dentária causada por bactéria. 
  • Fratura: quebra ou rachadura que pode ir do esmalte à dentista ou até à raiz. 
  • Abfração: desgaste não carioso na parte vestibular do dente por tensões biomecânicas. 
  • Abrasão: comprometimento devido a forças mecânicas. 

Classificação artificial de Black  

A partir dos quadros clínicos e das cavidades encontradas nos dentes, são feitas classificações para que possam ser reconhecidas. Vamos entender cada uma na sequência. 

Classe I  

A classe I de Black é caracterizada pelas cáries em fossas e fissuras de todas as superfícies dos molares e pré-molares, além das faces linguais dos incisivos superiores

Esse tipo de cárie é geralmente encontrado nos pontos de difícil acesso da higiene dental, mais suscetíveis à acumulação de placa bacteriana. Para tratar as lesões, a recomendação é retirar o tecido cariado e restaurar, seja com resina composta ou amálgama. 

Classe II  

A classe II de Black contempla cáries em superfícies proximais dos molares e pré-molares, áreas que estão mais próximas do dente adjacente.  

Para tratá-las, muitas vezes é necessário remover uma porção saudável do dente para garantir acesso e visibilidade adequados. Isso pode incluir a colocação de restaurações mais complexas, como inlays ou onlays

Classe III  

A classe III de Black é designada às cáries que afetam as superfícies proximais dos incisivos e caninos, mas que não interferem nas bordas incisais.  

Diferentemente da categoria II, é geralmente menos invasiva e visível, requerendo técnicas conservadoras de restauração como resinas compostas, evitando desgaste adicional nas bordas. 

Classe IV  

A classe IV de Black também inclui lesões em incisivos e caninos, mas nas superfícies proximais e bordas incisais. Esse tipo de cárie é notável pois afeta a estética do sorriso de maneira significativa. 

Demanda cuidados especiais para restaurar não apenas a forma, mas também a função e a estética. Muitas vezes envolve materiais como resinas compostas ou porcelanas

classificação de black
A classe IV requer cuidados na restauração, pois afeta forma, função e estética dos dentes.

Classe V  

Esta classe V de Black é atribuída às cáries nas superfícies cervicais — na junção do esmalte com a raiz, abaixo da união amelocementária. A categoria abrange todos os dentes. 

As lesões ocorrem frequentemente por causa de retração gengival que expõe a raiz do dente, tornando-os suscetíveis a cáries por ser menos resistente que o esmalte. Trata-se da classe de restaurações menos invasivas, com resina composta. 

Classe VI 

Incorporada depois, a classe VI de Black refere-se a cavidades ocasionadas nas cúspides dos molares, pré-molares e bordas incisais dos dentes anteriores. Geralmente, estão associadas ao desgaste abrasivo ou erosivo, e não a um processo carioso. O tratamento é feito pela restauração com material que resgata a função e a forma das estruturas. 

Critérios da classificação  

A classificação de Black é baseada em dois critérios essenciais: a localização da cárie e o envolvimento dos dentes afetados. Vamos abordar mais sobre os parâmetros. 

Localização da cárie  

O critério diz respeito à área específica do dente onde a cárie ou a lesão se desenvolve. Black reconheceu que diferentes locais possuem suscetibilidades variadas devido a fatores como anatomia dentária, acumulação de placa bacteriana e exposição a ácidos. 

Assim, estabeleceu uma nomenclatura e classificação das cavidades de Black: 

  • Fossas e fissuras: especificadas na classe I, são afetadas devido à retenção de alimentos e dificuldade na higienização. 
  • Superfícies proximais: refere-se às faces laterais que ficam adjuntas a outros dentes, dividindo-se entre as classes II e III de Black. 
  • Bordas incisais e cúspides: estruturas oclusais que cortam e trituram alimentos, as lesões afetam a estética e a função, divididas nas classes IV e VI. 
  • Cervical: região localizada entre a junção da raiz e do esmalte, causada pela retração gengival, atribuída à classe V. 
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Extensão e envolvimento dos dentes  

O parâmetro aborda a gravidade da lesão em termos de quão ampla é a área afetada e se a cárie compromete estruturas críticas do dente, como a polpa dentária.  

Ele se relaciona indiretamente às classes definidas por Black, na medida em que cada classe requer uma abordagem de tratamento que considera a extensão do dano, podendo ser conservador ou mais complexa, por exemplo. 

Classificação de black
A gravidade de uma cárie depende da extensão e do envolvimento dos dentes, podendo chegar até a polpa dentária.

Como a classificação é utilizada na prática?  

As classes de Black na odontologia que você acabou de conhecer fornecem um sistema para identificar e tratar cáries e outras patologias dentárias com base na localização e extensão. A classificação simplifica o diagnóstico, a comunicação entre profissionais e a escolha do plano de tratamento mais adequado, assegurando efetividade, durabilidade dos procedimentos, além de mais qualidade de vida ao paciente. 

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Vantagens e desvantagens das classificações de Black  

Entre os benefícios que a classes dos dentes de Black traz para a odontologia podemos listar: 

  • Especificidade: oferece definição clara e específica dos tipos de cavidades, facilitando a compreensão entre profissionais para cada caso. 
  • Universalidade: promove padronização de tratamentos, permitindo linguagem comum entre dentistas de diferentes locais. 
  • Direcionamento para o tratamento: ajuda os profissionais a determinar o melhor diretriz. 

No entanto, a categorização e divisão em classe possui alguns contras, entre eles: 

  • Limitação na abrangência: pode não abordar completamente outras condições, como relacionadas a doenças periodontais ou erosões dentárias. 
  • Risco de simplificação excessiva: é capaz de limitar a visão do profissional apenas às classes estabelecidas, restringindo o diagnóstico e a aplicação do tratamento. 

Erros comuns na identificação das classes 

Por se tratar de uma classificação que exige análise clínica detalhada para identificar as lesões e, assim, decidir por qual tratamento optar, pode ser que os cirurgiões-dentistas cometam alguns erros e confusões.  

Entre as principais estão: 

  • Interpretar critérios equivocadamente: o que pode levar a escolha errada de tratamento. 
  • Confundir as classes: principalmente quando as lesões se apresentam de forma atípica ou quando envolvem múltiplas superfícies. 
  • Desconsiderar a progressão da cárie: as restaurações podem ser estendidas além das áreas da classificação original. 
  • Ignorar novas classificações: outras abordagens podem ser mais detalhadas e impactar o diagnóstico correto. 
  • Falhar na execução: classificar de forma inadequada pode ocasionar restaurações erradas, seja pela escolha do material ou má aplicação do procedimento. 

Para evitar esses erros, é preciso que os dentistas estejam sempre atualizados com relação às referências e novas práticas, adotando evidências científicas disponíveis para o campo de atuação. A prática e a experiência também são cruciais para visualizar as classificações de Black no dia a dia dos atendimentos. 

Se você ficou interessado em ler mais conteúdos sobre o mundo da odontologia, clique na imagem abaixo e acesse outros artigos disponíveis no blog da Surya Dental! 

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Tudo que você precisa saber sobre radiografia odontológica https://blog.suryadental.com.br/tipos-de-radiografias-odontologicas/ https://blog.suryadental.com.br/tipos-de-radiografias-odontologicas/#comments Mon, 08 Jul 2024 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=3783 A boca e suas estruturas são o campo de trabalho de um profissional de odontologia. Trata-se de uma parte pequena do corpo e, por isso, muitas vezes, é necessária a utilização de técnicas para auxiliar em sua observação. É o caso da radiografia odontológica.  

Continue a leitura e descubra como funciona esse exame, quais são os principais tipos, como são utilizadas, além de entender como interpretar os resultados! 

O que é radiografia odontológica?   

A radiografia odontológica é o procedimento que permite aos dentistas analisar a integridade das estruturas bucais e identificar possíveis problemas, contribuindo significativamente para o diagnóstico e o planejamento de tratamentos. É uma prática fundamental, pois fornece imagens detalhadas dos dentes e dos ossos da face. 

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Para que serve radiografia dentária? 

A radiografia em odontologia é uma ferramenta que serve a múltiplos propósitos. Entre eles: 

  • Detecção precoce de cáries interproximais e subgengivais. 
  • Identificação de doenças periodontais que provocam perda óssea. 
  • Avaliação do posicionamento dental. 
  • Análise de traumas. 
  • Planejamento de tratamentos ortodônticos e implantes dentários. 
  • Monitoramento do desenvolvimento dental. 
  • Detecção de anormalidades ósseas e tumores. 
como funciona uma radiografia odontológica
Para o dentista, o raio-X é uma ferramenta que possibilita análise de lesões, traumas, doenças e serve para planejamento e monitoramento de tratamentos.

Como funciona a radiografia  

A radiografia é um exame que utiliza feixes de radiação X para imprimir uma imagem em duas dimensões. Isso porque os raios são capazes de atravessar o corpo humano, podendo captar obstáculos mais densos, como órgãos e, principalmente, ossos. 

No caso de uma radiografia odontológica, são lançados os raios X na boca do paciente, seja em sua totalidade ou em algum local específico. Os feixes que passam sem dificuldade não imprimem nenhuma imagem. Essa emissão é realizada por uma máquina, que direciona para áreas específicas. 

Já os que passam através de alguma estrutura (como dentes, gengivas e ossos) registram a adversidade, ou seja, sua densidade, formando as imagens da radiografia. 

Para captura da imagem, coloca-se um filme radiográfico ou um detector digital do lado oposto do feixe para assimilar os raios X que atravessaram os tecidos. Nos sistemas digitais modernos, é possível visualizar imediatamente uma figura digital em um computador. 

Por fim, é necessário fazer o processamento. No caso do uso de filmes, eles precisam ser desenvolvidos a partir das seguintes etapas para a revelação: 

  1. Insira o filme no líquido revelador — o produto contém químicos que tornam a imagem latente em uma imagem visível. 
  1. Mergulhe o filme na solução de interrupção — isso assegura a qualidade da imagem produzida. 
  1. Passe o filme para outra solução química que contenha o fixador — proporciona a estabilidade da imagem radiográfica. 
  1. Finalize o filme lavando em água corrente e espere secar para visualizar adequadamente. 

Mesmo utilizando um tipo de radiação, a radiografia odontológica é inofensiva e representa uma dose de cerca de 0,00001 rad. Esse número é muito inferior aos índices de exames como mamografia (0,4 rad) e tomografia corporal (10 rad). 

dentista tirando raio x de paciente infantil
Para visualizar os dentes no raio-X é preciso capturar a imagem, revelar e fixar, no modo tradicional.

Tipos de radiografia odontológica  

A principal razão para existirem diferentes radiografias odontológicas é o tipo de observação necessária para definir qual a técnica recomendada para cada situação. Em alguns casos, é preciso ter um contexto geral da boca do paciente. Em outros, deve-se observar de perto algum dente ou estrutura. 

Periapical  

Fornece visualização de detalhes de um dente ou um pequeno grupo de dentes, desde a parte superior até o osso que ajuda a apoiá-lo. É recomendado para avaliar coroas e raízes, diagnosticar presença de cáries ou lesões periapicais e no momento de acompanhar a eficácia de tratamentos. 

Para fazer o exame de radiografia periapical, o paciente posiciona-se em frente ao equipamento com um molde na boca acima do dente (ou grupo de dentes) que deverá ser analisado. 

Interproximal ou bite wing 

Utilizada para verificação das arcadas dentárias superior e inferior. Essa radiografia também ajuda a mostrar ao dentista como esses dentes tocam uns nos outros. É utilizada para pesquisa de cáries nas faces interproximais e para avaliar o ajuste correto em restaurações. 

Nesse caso, é colocado na boca do paciente um molde de metal protegido com filme plástico, que deve guiar a direção dos raios X. 

Oclusal  

É a radiografia que demonstra de forma nítida o assoalho da boca e ajuda a descobrir qualquer dente extra ou que ainda não nasceu. 

Para esse exame, é necessário que o paciente mantenha uma película radiográfica na boca. Em seguida, o maquinário é posicionado no mesmo ângulo da oclusão da pessoa que está sendo atendida, de forma perpendicular ao objeto tanto na parte superior quanto inferior. 

Panorâmica  

É um tipo de radiografia extraoral que permite a visualização dos dentes, mandíbulas, área nasal, seios nasais e articulações da mandíbula, sendo feita por meio de um equipamento giratório que circunda o crânio do paciente, formando uma imagem panorâmica. Geralmente, é utilizada para uma visualização geral do quadro do paciente

radiografia panorâmica odontológica
A radiografia odontológica panorâmica possibilita imagem geral dos dentes às articulações da mandíbula.  

Cefalométrica 

A cefalométrica fornece uma visão lateral da cabeça, útil para analisar as proporções e estruturas faciais. São fundamentais em tratamentos ortodônticos para planejar o realinhamento dos dentes e a correção de más oclusões. 

Para realizar o exame, utiliza-se um aparelho específico chamado cefalostato. Esse equipamento ajuda a posicionar a cabeça de forma padronizada, garantindo que as medidas sejam precisas e repetíveis. O paciente é instruído a permanecer em uma posição ereta, com os dentes em oclusão e os lábios fechados, enquanto a imagem é capturada. 

Digital  

A radiografia odontológica digital é uma forma moderna de exame por imagem que emprega sensores eletrônicos em vez de filmes radiográficos tradicionais para capturar imagens dos dentes, da mandíbula e de outras estruturas dentárias. 

Oferece várias vantagens em relação à convencional, como menor exposição à radiação para o paciente, tempo de processamento mais rápido e a capacidade de visualizar instantaneamente os resultados no computador. Além disso, as imagens digitais podem ser facilmente armazenadas, compartilhadas e ampliadas para melhor diagnóstico. 

A radiografia digital permite visualizar: 

  • Estruturas dentais (coroas e raízes). 
  • Níveis ósseos alveolares. 
  • Tecidos moles adjacentes aos dentes. 
  • Presença de quaisquer anormalidades ou patologias. 
  • Estado de restaurações, coroas, pontes e outros trabalhos anteriormente realizados. 
  • Canais radiculares e a anatomia interna dos dentes. 

Para realizar o exame, um sensor eletrônico é posicionado no local apropriado da boca para captar a imagem. O operador ativa o equipamento e o paciente deve permanecer imóvel por alguns segundos. Depois, a imagem é transmitida instantaneamente para um computador, em que o dentista pode examinar, ampliar ou ajustar o contraste para analisar. 

raio-X digital
O exame digital permite visualizar o raio-X do maxilar de uma vez no computador, por exemplo.

CBCT 

A Tomografia Computadorizada Cone Beam (CBCT, na sigla em inglês) é uma ferramenta que oferece imagens tridimensionais da área bucal, permitindo uma avaliação mais detalhada dos ossos, raízes, nervos e tecidos moles. 

É útil para planejamento cirúrgico de implantes, avaliação das estruturas da mandíbula e da articulação temporomandibular (ATM), além da detecção de problemas periodontais e endodônticos complexos. 

Para realizar o exame, o paciente é posicionado na máquina e fica imóvel enquanto a varredura é realizada. O equipamento gira em 360º ao redor da cabeça, capturando imagens em um feixe cônico. Os registros são convertidos em um modelo 3D que será utilizado no planejamento de tratamento. 

Sialografia  

A sialografia é um tipo de exame radiológico utilizado na odontologia para avaliar as glândulas salivares e os ductos. É essencial para diagnosticar obstruções, infecções, tumores e pedras salivares. 

A avaliação é realizada com a injeção de um contraste radiopaco nas glândulas salivares do paciente, por meio dos seus ductos. Depois, são feitas várias radiografias em diferentes ângulos para assegurar uma análise completa. 

Onde comprar aparelhos de raio-X para dentista?  

É possível que cirurgiões-dentistas obtenham especialização em radiologia odontológica, capacitando o profissional para que ele saiba realizar os exames mais específicos e que precisam de um diagnóstico detalhado. Entretanto, é comum que radiografias mais simples sejam feitas no próprio consultório, facilitando diagnósticos e o planejamento de tratamentos.  

Confira a seguir opções de aparelhos para adquirir que podem ser implementados no seu espaço de trabalho! 

Aparelho de raio-X móvel – Dabi Atlante 

O Spectro 70X é um aparelho de raio-X da Dabi Atlante. Em coluna móvel, oferece agilidade na captura de radiografia odontológica ao dentista. Leve e fácil de movimentar, é indicado para visualizar imagens intraorais. 

O equipamento possui temporizador centesimal para utilização com sensores digitais e filmes convencionais. 

Aparelho de raio-X móvel - Dabi Atlante
Botão Surya ver no site.

Aparelho de raio-X portátil – Dabi Atlante 

O Eagle X-Ray é o equipamento da Dabi Atlante que assegura radiografias nítidas e de qualidade. Por ser portátil, permite que a radiação de fuga seja minimizada por um colimador, evitando exposição desnecessária do usuário e direcionando apenas para o alvo do exame. Destina-se para a radiografia intraoral. 

Aparelho de raio-X portátil - Dabi Atlante
Botão Surya ver no site.

Aparelho de raio-X digital – Schuster 

Solução inovadora da Schuster, o Vivant X-Ray é um aparelho portátil e digital que oferece imagens de raio- intraoral precisas, eficientes e de forma conveniente. Uma única carga possibilita até 1.500 disparos. Conta com tela sensível ao toque e disparador remoto, facilitando o trabalho. 

Aparelho de raio-X digital - Schuster
Botão Surya ver no site.

Acessórios para radiografia dentária  

Os acessórios utilizados em radiografia dental promovem a eficácia do exame, a segurança do paciente e a qualidade das imagens. Confira os principais na sequência. 

Filmes radiográficos 

Dentro de um invólucro à prova de luz, os filmes são sensíveis à radiação e devem ser manuseados com cuidado. 

Digitalizador de filme 

Usado para digitalizar filmes radiográficos convencionais, permitem que as imagens sejam visualizadas e armazenadas digitalmente. 

Sensores digitais 

Substituem os filmes tradicionais em muitas práticas modernas, proporcionando uma imagem digital imediata. 

Porta-filmes 

Dispositivo usado para posicionar e segurar o filme radiográfico ou o sensor digital dentro da boca do paciente. 

Protetores de chumbo 

Os aventais e colares de chumbo protegem o paciente de exposição desnecessária à radiação. 

Indicadores de posicionamento 

Auxiliam na colocação correta do filme, sensor ou tubo de raio X, garantindo que a área de interesse seja visualizada. 

Lâmpada de revelação  

Em caso de radiografia convencional, é utilizada para visualizar e manipular filmes radiográficos em um ambiente adequado. 

Processadora de filme 

Equipamento que automatiza o processo de revelação dos filmes intraorais radiográficos

Temporizador 

Controla o tempo de exposição do raio X. 

Equipamentos de proteção individual (EPI’s) 

Os EPI’s são compostos por luvas de chumbo, óculos de proteção e outros itens usados pelo operador do equipamento de raio-X a fim de evitar exposição direta à radiação. 

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Reveladores e fixadores 

Quando o equipamento não é digital, as substâncias químicas são aplicadas na revelação de filmes radiográficos de maneira manual. 

Contraindicações da radiografia odontológica  

Existem contraindicações relativas relacionadas ao exame de raio-X da boca. Pessoas grávidas devem limitar o uso de raios X durante o primeiro trimestre devido ao potencial risco de radiação ao feto. Ela deve ser justificada clinicamente e medidas de proteção precisam ser adotadas. 

Crianças são mais sensíveis à radiação em comparação aos adultos. Portanto, a quantidade de radiografias deve ser a menor possível. Isso também vale para pacientes com condições de saúde preexistentes, como câncer ou outras doenças que já envolvem múltiplas exposições à radiação, assim como para imunocomprometidos. 

Como interpretar resultados de exames de imagem na odontologia?  

Interpretar exames de imagem na odontologia pode ser complexo e requer um entendimento aprofundado da anatomia oral e facial normal, bem como conhecimento sobre as variações normais que podem ocorrer. Na sequência estão algumas diretrizes que ajudam nessa compreensão! 

Anatomia normal  

Antes de tudo, como já comentamos, é essencial ter um conhecimento sólido da anatomia normal da cavidade oral e dos ossos faciais. Isso inclui entender as estruturas ósseas, como mandíbula e maxilar, os dentes e suas raízes, as cavidades nasais, os seios maxilares, as articulações temporomandibulares (ATM), entre outros detalhes da face. 

Os tecidos duros e macios exibem diferentes graus de radiopacidade (branco) e radiolucidez (preto) nas imagens. Os ossos tendem a ser mais radiopacos, enquanto as estruturas de tecido mole são mais radiolúcidas. Entender esses padrões ajuda a identificar os limites normais das estruturas anatômicas. 

dentista mostrando raio-x para a paciente
Para reconhecer raio-X do dente saudável, é preciso saber diferenciar a opacidade e densidade dos tecidos e estruturas.

Identificação de patologias  

Inchaços, distorções, aumento ou diminuição da radiopacidade podem indicar uma patologia subjacente. Algumas doenças possuem imagens específicas. Cistos, por exemplo, geralmente aparecem como áreas radiolúcidas, enquanto tumores ósseos podem se apresentar como regiões mistas. 

A interpretação dos achados de imagem sempre deve considerar o histórico clínico do paciente, incluindo sintomas, relatos e toda anamnese para uma avaliação mais precisa.

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A perda óssea alveolar pode ser identificada e indicar como sinal de doença periodontal, como um nível menor do osso ao redor dos dentes como defeitos mais localizados. A radiografia também facilita a visualização de lesões de desgaste, principalmente abrasão, atrito e erosão. 

Fraturas podem aparecer como linhas finas e nítidas em comparação com o tecido ósseo ou dentário ao redor. Desalinhamentos, alterações na densidade, integridade dos contornos e deslocamentos também podem auxiliar na identificação. 

Como identificar cárie no raio-X 

Em geral, aparecem como áreas mais escuras na imagem devido à perda mineral no tecido dentário. Os pontos são detectados em superfícies oclusal e interproximal e podem estender-se para dentina, alcançando a polpa. 

Avaliação de tratamentos e diagnósticos 

As imagens são essenciais para acompanhar o progresso de tratamentos dentários, como o movimento de dentes em tratamentos ortodônticos, a osseointragração ou a resolução de lesões após endodontia. 

O sucesso de enxertos ósseos ou implantes, por exemplo, pode ser demonstrado pela densidade ao redor das áreas para verificar a integração adequada. 

A radiografia odontológica é um exame importante para o diagnóstico de diversos problemas bucais. Como cirurgião-dentista, é necessário sempre estar informado e saber qual tipo aplicar para cada situação. 

E se você está interessado em adquirir equipamentos atuais para obter as melhores imagens, você pode conferir produtos na Surya Dental! Acesse o site clicando na imagem abaixo e confira o que há de mais avançado para incluir no seu consultório! 

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CPO-D: abordagem completa para avaliação da saúde bucal https://blog.suryadental.com.br/cpod/ https://blog.suryadental.com.br/cpod/#respond Mon, 17 Jun 2024 10:00:00 +0000 https://blog.suryadental.com.br/?p=21787 Na busca pela saúde bucal, pacientes e profissionais da odontologia enfrentam constantes desafios. Entre os métodos de avaliação de sanidade está o CPO-D, ferramenta que mensura a prevalência e incidência da cárie dentária em populações. O modelo se destaca pela realização de diagnósticos precisos e auxilia na hora de propor tratamentos mais assertivos. 

Por meio da metodologia, é possível obter um panorama claro do estado de sanidade oral de uma pessoa ou grupo, considerando tanto os danos já causados pela doença, assim como os dentes que foram devidamente tratados ou mesmo perdidos. 

Continue a leitura para entender mais sobre o índice, a importância, além de como coletar, calcular e interpretar os dados! 

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O que é o índice CPO-D?  

O CPO-D é uma métrica utilizada na odontologia para avaliar a saúde bucal dos indivíduos a partir do número de dentes cariados, perdidos e obturados.  

O índice é utilizado para quantificar a prevalência e a severidade dos problemas dentários em uma população. Ele serve como um indicador importante para pesquisas de saúde pública bucal e para o desenvolvimento de políticas nessa área. 

Qual é o significado a sigla CPO-D? 

A sigla CPO-D significa: 

  • C: dentes que possuem cárie não tratada
  • P: dentes que foram perdidos devido a cáries ou outras condições. 
  • O: dentes que foram obturados devido a cáries ou danos. 
  • D: representa que o índice é aplicado ao nível dos dentes individuais, como unidade de medida. 

Qual a diferença entre CPO-D e CEO-D? 

A diferença está na letra “E”, que no índice CEO-D indica que há dentes que precisam ser extraídos. Isto é mais aplicável a crianças com dentição decídua (dentes de leite).  

A remoção de permanentes é um evento muito mais raro e geralmente não é contabilizado como parte do processo normal de troca de dentes. Portanto, o CEO-D é mais utilizado em estudos com crianças, para avaliar a condição de cárie na dentição primária. 

CPO-D: Dentista atendendo paciente infantil
O índice CEO-D está mais alinhado às pesquisas de dentes cariados da população infantil.

Componentes do índice CPO-D  

A utilização dos componentes cariados, perdidos e obturados (CPO) no índice oferece informações distintas que, combinadas, ajudam em diversas aplicações epidemiológicas e de saúde pública. Vamos explicar sobre cada parte na sequência. 

Cariados 

Refere-se aos dentes que apresentam cárie não tratada. Este componente é crucial para entender a carga da doença no grupo estudado e medir a necessidade urgente de intervenção odontológica. Ao identificar, é importante agir o quanto antes para evitar a progressão. 

Perdidos 

Inclui dentes que foram removidos ou perdidos devido a cárie dentária ou doença periodontal. O componente reflete, em parte, o histórico de problemas de saúde bucal do indivíduo e o acesso a cuidados odontológicos.  

A perda dentária é uma consequência de longo prazo desses fatores. Em crianças, o componente utilizado é o da extração

Obturados 

Representa os dentes que foram tratados devido à cárie e, portanto, têm obturações (restaurações). Ele mostra a prevalência de doença tratada e a capacidade de acesso aos cuidados odontológicos. 

Qual a importância do índice CPO-D?  

O índice CPO-D é um importante instrumento epidemiológico que fornece de maneira quantitativa a condição dental de uma população. O panorama informa sobre a prevalência e a severidade das cáries. 

A ferramenta é fundamental para identificar áreas com alta necessidade de intervenção em questões orais e, consequentemente, fomentar a criação de políticas públicas para ajudar a resolver o problema. Desta maneira, o planejamento tende a alocar recursos de forma mais eficaz para essas regiões. 

Além disso, o CPO-D permite acompanhar a evolução da saúde bucal em populações ao longo do tempo, avaliando o impacto dos programas e das ações implementadas. Assim como auxilia o direcionamento de campanhas de conscientização e medidas preventivas contra a doença. 

Como coletar dados do CPO-D  

Para coletar dados de maneira precisa, siga um procedimento padronizado de exame clínico. Veja o passo a passo na sequência! 

Preparação 

Ilumine bem o ambiente para verificar todos os dentes. Deixe todos os instrumentos necessários à disposição. Isso inclui espelho bucal e sonda exploradora

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Protocolo 

Defina e siga um protocolo sistemático para examinar todos os dentes em uma sequência determinada, normalmente começando pelo dente 18 (canto superior direito) até o 48 (canto inferior direito), seguindo a numeração odontológica universal. 

Exame clínico 

Identifique, durante o procedimento, os componentes do índice: dentes cariados, perdidos pela doença e obturados. Caso o exame seja feito na criança com dentes de leite, verifique as extrações. 

Recursos complementares 

Em casos mais complexos de identificação, diagnósticos extras podem ser utilizados, como radiografias. Desta maneira, são confirmadas lesões não vistas clinicamente. 

Registro 

Para fazer o cálculo do índice — ensinaremos a seguir —, é preciso ter todos os dados registrados sistematicamente. Você pode até adotar um modelo de ficha com uma tabela de CPO-D para anotar a avaliação de cada paciente em um odontograma. 

CPO-D: como calcular? 

Para calcular o índice siga os seguintes passos: 

  1. Adicione a quantidade de cada componente coletado: cariados (C), perdidos (P) e obturados (O). 
  1. Divida pela quantidade total de dentes examinados (D). 
  1. Multiplique o valor por 100. 

Desta forma, você vai obter o percentual de CPO-D dos dados coletados. A fórmula é a seguinte: 

CPO-D = [(C + P + O) / D] * 100 

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Como calcular CPO-D individual? 

Para o cálculo do CPO-D individual, a conta é a mesma. Porém, os números vão ser menores na conta, não considerando a amostragem de um grupo. 

Por exemplo, se a pessoa tiver: 

  • 1 dente cariado 
  • 1 dente perdido 
  • 0 obturações 

O cálculo é o seguinte, considerando 32 dentes analisados: 

CPO-D = [(1 + 1 + 0) / 32] * 100 

CPO-D = [2/32] * 100 

CPO-D = 6,25 

Na sequência, vamos explicar como se interpreta esse resultado. 

Interpretação dos resultados do CPO-D  

De acordo com material do Data SUS, do Ministério da Saúde, a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) considera: 

  • Muito baixo: 0,0 até 1,1.  
  • Baixo: 1,2 até 2,6. 
  • Moderado: 2,7 até 4,4. 
  • Alto: 4,5 até 6,5. 
  • Muito alto: 6,6 ou mais.  

Fatores que influenciam o CPO-D 

Quanto mais alto o valor do CPO-D, maiores são as chances de a saúde pública bucal da população estar em más condições. Outros fatores que estão representados a partir do índice calculado: 

  • Acesso a cuidados odontológicos. 
  • Higiene oral e comportamentos de saúde. 
  • Fluoretação da água. 
  • Nível socioeconômico. 
  • Idade (quanto mais velha, maior a probabilidade de aumento do índice). 
  • Grau de educação em saúde bucal. 
  • Cultura e práticas alimentares. 
  • Fatores biológicos e genéticos. 
  • Índice de doenças crônicas. 
CPO-D
São diversos os fatores que impactam diretamente no aumento ou na diminuição do índice de CPO-D.

Índice de CPO-D no Brasil 

O artigo “Variação do índice CPO-D do Brasil no período de 1980 a 2010” demonstra qual o nível ao longo dos anos: 

  • 1980: 7,3 (muito alto). 
  • 1986: 8.6 (muito alto). 
  • 1996: 3,1 (moderado). 
  • 2003: 2,8 (moderado). 
  • 2010: 2,1 (baixo). 

De acordo com o estudo, a redução ao longo dos anos teve como principais causas o aumento no consumo de compostos fluoretados como atividade de prevenção, o maior acesso da população aos serviços odontológicos e maior volume de ações estratégicas para prevenção da saúde bucal. Ainda, é atrelado ao Programa da Saúde Familiar (PSF), em 1994, as quedas expressivas do índice de 1996 a 2010. 

Em resumo, o índice de CPO-D é uma ferramenta crucial para demonstrar o quanto a cárie atinge determinada população estudada. Além de servir como um parâmetro para implementar ações que ajudem a diminuir a incidência da doença em cada local. 

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Quanto gasta um estudante de odontologia com materiais? https://blog.suryadental.com.br/quanto-gasta-um-estudante-de-odontologia/ https://blog.suryadental.com.br/quanto-gasta-um-estudante-de-odontologia/#comments Thu, 04 Apr 2024 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=5184 “Quanto gasta um estudante de odontologia?” é uma das perguntas que mais passam pela cabeça dos alunos que desejam ingressar no curso. E, claro, é bastante compreensível a preocupação, afinal, a lista de itens exigidos para as disciplinas é longa e os preços podem ser bastante salgados.

A boa notícia é que existem diversas formas de economizar, tanto com as contas mensais de casa, como na faculdade. Para isso, você precisa ter dicas práticas e que podem se aplicar ao seu estilo de vida.

Sem mais delongas, vamos entender o que deve entrar no papel na hora de pensar nos materiais de odontologia e outros custos. Boa leitura!

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Quanto custa uma faculdade de odontologia por mês?

A mensalidade da faculdade é um dos maiores gastos do estudante, caso o curso seja feito em uma instituição de ensino particular. Algumas universidades estaduais e federais oferecem a graduação em odontologia gratuitamente, mas com vestibular concorrido.

No ensino privado, as mensalidades variam, em média, de R$ 1,8 mil a R$ 4 mil para o primeiro período, sofrendo reajustes anuais. O valor depende da infraestrutura ofertada, do renome da instituição, da grade curricular e do corpo docente. 

Para aliviar as despesas, o estudante pode tentar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no ingresso na faculdade. Houve mudança de regras no programa e agora são três modalidades, em duas categorias: Fies e P-Fies.

  • Modalidade 1 (Fies): são ofertadas vagas com juros zero para estudantes com renda per capita mensal familiar de até três salários-mínimos, com recursos da União. 
  • Modalidade 2 (P-Fies): financiamento com verba dos Fundos Constitucionais e de Desenvolvimento para alunos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A renda per capita mensal familiar deve ser de até cinco salários-mínimos.
  • Modalidade 3 (P-Fies): destinada a candidatos de todas as regiões do Brasil com renda per capita mensal familiar de até cinco salários-mínimos. Os recursos são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Além disso, algumas faculdades têm programa de financiamento próprio. Consulte a instituição de seu interesse.

estudante de odontologia
Curso de odontologia: quanto custa? Em universidade pública, o curso é gratuito; nas particulares, a mensalidade é a partir de R$ 1,8 mil.

Outra opção que os estudantes podem aderir é o Programa Universidade Para Todos (Prouni), do Ministério da Educação, que prevê bolsas de 50% ou integrais do valor da mensalidade para estudantes com renda bruta mensal da família de até 1,5 salário-mínimo ou de até três salários-mínimos, a depender da modalidade.

Além disso, a pessoa que se inscreve no programa tem que atender a pelo menos uma das condições impostas: 

  • Ter estudado no ensino médio em escolas públicas ou privadas;
  • Ser pessoa com deficiência (PCD);
  • Ser professor da rede pública de ensino — com exclusividade para cursos de licenciatura e pedagogia.

Investimentos acadêmicos 

Para além da mensalidade do curso e dos materiais (que vamos abordar na sequência), existem outros investimentos que podem contribuir para a formação e o desenvolvimento profissional após a faculdade. Esses custos incluem livros, cursos e eventos.

Em relação aos livros, são necessários vários materiais de referência para complementar o conteúdo ministrado em sala de aula. Os preços das obras podem variar significativamente, com algumas custando centenas de reais. 

Entretanto, é recomendável que os alunos façam empréstimos daqueles disponibilizados pela biblioteca da universidade. Inclusive, quanto melhor a instituição de ensino, maior a diversidade e quantidade de livros que os alunos têm a chance de acessar. Outra opção é buscar por exemplares utilizados por ex-alunos ou disponíveis em sebos.

Também é importante conversar com professores e veteranos para ter uma ideia do que é realmente necessário adquirir e o que já existe disponível ao graduando.

Eventos acadêmicos e científicos são importantes para o desenvolvimento dos estudantes de odontologia, pois proporcionam oportunidades de networking, troca de conhecimento e atualização sobre as pesquisas e os avanços na área. 

Os gastos com congressos podem incluir a taxa de inscrição, transporte e hospedagem, dependendo de onde for realizado. É fundamental prever esse tipo de oportunidade para aumentar o conhecimento durante a graduação.

O 47º Congresso Universitário Brasileiro de Odontologia (Cubo), realizado em 2023, teve um investimento de R$ 40 para alunos externos da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo. Por isso, pesquise e esteja atento às ocasiões.

Já em relação aos cursos, é importante que os universitários façam para garantir o próprio aperfeiçoamento profissional. Quanto à especialização (stricto sensu ou lato sensu), ela é realizada depois que o aluno se forma e é importante para se tornar autoridade em uma área de atuação, obter melhores oportunidades de emprego e casos para trabalhar.

O graduando pode investir em formações que aprimorem habilidades em áreas de atuação visando a especialização, assim como em outras aptidões, como cursos de idiomas para ter acesso a materiais estrangeiros de estudo.

Materiais de odontologia: preços em 2024 [atualizado]

Afinal, quanto um estudante de odontologia gasta com materiais? Essa é a parte que costuma assustar os acadêmicos, afinal, não é segredo para ninguém que as listas solicitadas pelas universidades costumam ser caras e repletas de itens. Ao término do curso, o aluno terá investido, em média, cerca de R$ 23 mil em materiais.

Para saber quanto custam os materiais do curso de odontologia, é preciso pesquisar.

Calma! Não é preciso sair comprando tudo o que a instituição pede logo no início. A dica é conversar com veteranos e professores para saber quais itens são realmente essenciais em um primeiro momento.

Se eles sinalizarem que alguns materiais não serão utilizados nas primeiras aulas, deixe para comprá-los depois. Assim, você ganha fôlego para juntar dinheiro e fazer novas aquisições.

Em seguida, explicamos melhor sobre alguns materiais para que você possa fazer uma estimativa de quanto gasta um estudante de odontologia.

Roupas brancas

Quem entra na faculdade de odontologia rapidamente começa a pensar nas roupas brancas. Afinal, é necessário ir no primeiro dia com elas? Quantas peças é preciso ter?

Primeiramente, lembre-se que essas peças sujam com facilidade. Por isso, é importante comprar uma boa opção de calças e blusas para evitar ficar sem roupas brancas e, consequentemente, ter problemas em determinadas aulas.

Em segundo lugar, não se desespere ao achar que logo no primeiro dia você precisa ir vestido dessa forma. Conforme acontecem as aulas, será informada a necessidade do uso do branco. Além disso, aos poucos, você terá a experiência de entender quantas peças são necessárias.

Afinal, é obrigatório o dentista usar branco? Quem é formado, não; mas pode ser um requisito em dias de aula prática, dependendo da instituição de ensino. Portanto, conheça bem as regras e o seu horário de aulas para saber em quais dias será necessário usar roupas nessa cor. Na dúvida, também converse com professores ou veteranos.

Além disso, o valor das roupas mudam de loja para loja, portanto, a dica é pesquisar bem tanto em estabelecimentos físicos como em e-commerces.

Jaleco

Antes de comprar o seu jaleco, vale a pena entender quais as exigências em relação ao uso desse equipamento de proteção individual (EPI). Além disso, ele deve ser utilizado nas aulas práticas, portanto, verifique sempre o seu horário para poder se organizar.

Ter mais de uma peça pode ser uma boa ideia, já que, com o tempo, será necessário usá-la com mais frequência e é importante ter algumas de reserva para que possam estar todas sempre higienizadas. Entretanto, para as primeiras semanas, vale adquirir uma unidade apenas e depois verificar a necessidade de mais.

Os jalecos podem ser encontrados em diversos estilos, e os mais simples estão na faixa de R$ 77. Modelos mais modernos podem passar de R$ 200.

Kit acadêmico

O kit acadêmico é um dos materiais mais importantes para a faculdade de odontologia, já que ele é a base de qualquer procedimento que será feito em clínica. Ao mesmo tempo, é um dos mais caros e, portanto, a dica é pesquisar muito antes de comprar o seu.

Os valores variam de acordo com a marca e, dessa forma, você pode encontrar opções a partir de R$ 1.997. Existem kits que chegam a mais de R$ 3 mil.

Apesar do preço assustar um pouco, é importante ressaltar que o kit é um investimento que deve durar todos os anos da sua graduação e, quando bem cuidado, pode até acompanhar os primeiros anos de mercado de trabalho.

Quanto custam os materiais de odontologia? O kit acadêmico tem valores de início de quase R$ 2 mil.

Descartáveis

Entre os materiais de odontologia estão os descartáveis, como máscaras, luvas e toucas, que são equipamentos de proteção individual (EPIs).

Os EPIs podem ser comprados por caixa, para um melhor custo-benefício, além de poupar você da necessidade de reabastecê-los constantemente.

Existem máscaras descartáveis nos mais diversos valores e quantidades. Elas são vendidas individualmente ou em caixas com 10, 25, 50 unidades etc. Os preços podem ir de R$ 3 até R$ 169.

O mesmo é válido para as luvas, que são adquiridas em diferentes quantidades e preços, assim como tamanhos. As caixas custam de R$ 35 até R$ 55 (ou mais caro, em modelos especiais).

Outros materiais

Além dos itens já citados, é importante saber que eles não serão os seus únicos gastos. Todos os anos, uma nova lista de materiais vai chegar, conforme as suas matérias mudam.

Portanto, é fundamental que você se prepare para comprar alicates, brocas e produtos descartáveis, além das caixas organizadoras, para deixar tudo bem protegido.

Para você ter uma ideia, deixamos um vídeo do canal Luciana de Farias, no qual podemos ver toda a organização dos materiais.

Despesas mensais

Além da mensalidade, dos investimentos acadêmicos e dos materiais, outro ponto que deve ser colocado no papel são as despesas mensais, especialmente se você for morar fora da casa dos pais.

Caso sua universidade fique na cidade que você reside, então, considere os gastos com transporte, alimentação na faculdade, fotocópias, materiais e outras despesas que podem surgir ao longo do curso, sobretudo quando aparecem trabalhos muito específicos e que é necessário investir.

Agora, para quem vai morar longe dos pais, é importante considerar outros gastos, como contas de água, luz, internet, moradia, gás e compras do mês. Além, claro, de transporte, materiais e outros itens relacionados à faculdade. Vamos entender melhor.

Moradia

Sem dúvidas, a despesa com moradia é o que mais pesa no bolso de quem está fora da casa dos pais. Para quem deseja morar sozinho, o valor será bem maior. Por isso, considere essa alternativa apenas se a sua família tiver condições financeiras para isso, já que odontologia é um curso integral, o que não possibilita que você trabalhe para pagar as suas contas.

Em relação aos valores, o aluguel varia de cidade para cidade e até entre os bairros, por isso vale a pena fazer uma boa pesquisa. No interior, por exemplo, é possível encontrar kitnets a partir de R$ 500. Já em locais maiores, o preço inicial pode ficar na média de R$ 800.

Para quem deseja algo mais acessível, a melhor opção é dividir a casa com alguém. Você pode optar por repúblicas, que geralmente acomodam mais pessoas e, logo, o valor ficará bem mais em conta ou mesmo em pensões. Morar em uma kitnet ou um apartamento pequeno com um ou dois colegas pode ser outra solução.

Um ponto importante para alunos de universidades públicas são as moradias estudantis que são gratuitas. É claro que existem alguns quesitos que devem ser cumpridos, como a renda da sua família, mas vale a pena consultar se é uma opção que se adequa a você e se a instituição fornece.

Alimentação

A alimentação também é um fator que muda bastante conforme a região, assim como se você mora na casa dos pais ou sozinho.

Para quem continua na mesma cidade, é necessário pensar no quanto vai gastar para comer na faculdade. Afinal, é uma despesa essencial e não há condições de ficar o dia todo sem se alimentar.

Em relação aos lanches, uma opção acessível é prepará-los em casa. Assim, você evita gastar dinheiro diariamente na lanchonete da faculdade, além de ser algo bem mais saudável, já que pode criar o seu próprio cardápio.

O preparo de lanches em casa ajuda a economizar dinheiro, além de serem mais saudáveis.

Já para os almoços, vale a pena verificar se há restaurante universitário. Além de ser mais em conta do que os outros, o espaço costuma oferecer um cardápio completo e bem variado.

No entanto, se essa alternativa não for possível, procure conhecer os restaurantes ao redor da universidade. Sempre há estabelecimentos que oferecem refeições por um valor acessível, seja self-service, marmita ou prato-feito.

Quem mora sozinho deve lembrar-se da compra do mês. Se for repartir a casa com outras pessoas, há quem divida o mercado entre todos os moradores — embora essa nem sempre seja a melhor alternativa, pois pode gerar alguns mal-entendidos. É importante ter uma conversa entre todos que moram na casa para decidir o que funciona melhor e ir fazendo ajustes conforme necessário.

Os valores da compra vão depender da sua alimentação e de quantas refeições você faz em casa. Por exemplo, se você comer bastante carne, provavelmente ficará uma média de R$ 400. Se não, pode ficar numa faixa de R$ 250. É claro que esses preços variam de acordo com a cidade, os itens comprados e as preferências alimentares.

Para comprar frutas, legumes e verduras, uma dica é se informar se existem feiras perto da sua casa e aproveitar para adquirir alimentos frescos a preços mais acessíveis.

Contas mensais

As contas do mês incluem água, energia, gás e internet. A depender do lugar que você for morar, pode ser que algumas já estejam inclusas no condomínio, o que pode ser vantajoso e oferecer um bom custo-benefício. Inclusive, essa é uma dica para decidir para qual local você vai se mudar.

É importante lembrar que os valores podem mudar de acordo com o seu estilo de vida. Por exemplo, se você passa bastante tempo fora de casa, é provável que os custos sejam bem mais baixos. Mas para quem não se policia na hora de economizar energia e água, sem dúvidas não pagará pouco.

Para diminuir os custos, a dica é economizar e ter atenção às pequenas atitudes do dia a dia que fazem a diferença, como fechar a torneira quando não estiver usando, desligar aparelhos em stand by, entre outros.

Se for morar sozinho, o consumo de gás também será menor e ele poderá durar até três meses. É claro que você pode contar com a ajuda de eletroportáteis, como a air fryer, que ajudará a economizar na cozinha. 

Em um padrão de vida mais econômico, você pode gastar uma média de R$ 250. Os custos podem ser ainda maiores caso utilize ar-condicionado, por exemplo, ou tenha um computador de mesa. Diminuir os valores pode ser uma otimização feita com o tempo, adequado ao seu estilo de vida.

Como economizar nos materiais odontológicos?

Se você chegou até aqui, provavelmente ficou um pouco ansioso em saber que as despesas são muitas na faculdade de odontologia. Mas fique tranquilo! Separamos algumas dicas importantes e que podem te ajudar a economizar um pouco na compra dos materiais odontológicos. Veja só!

Divida alguns materiais com colegas de curso

Alguns itens são vendidos em caixas com grande quantidade. Uma forma de economizar é fazer um grupo e rachar a conta e os produtos, como fio dental, máscaras, luvas e gorros descartáveis. Também é possível dividir a caixa de filmes radiográficos, de gutapercha e de papel absorvente, cunha, fio ortodôntico (que vem em rolos de 60 metros, em média), fio de sutura e pacote de gesso.

Compre materiais de segunda mão

Procure materiais que já foram utilizados por profissionais (que já não fazem mais os procedimentos) ou pergunte se seus veteranos podem vendê-los. Um exemplo disso é o manequim. A dica é comprar a base usada e só trocar os dentes.

Compre as melhores marcas

Na odontologia, existem materiais que o estudante vai usar durante toda a faculdade e também depois de formado. As melhores marcas são sinônimo de qualidade e durabilidade. 


Quer exemplos de materiais que você deve investir? Kit clínico, peças de mão, seringa carpule, brocas diamantadas e fotopolimerizador. Para esses casos, compre peças da Kavo, Golgran e Quinelato.

Com a lista de materiais para odontologia em mãos, o ideal é pesquisar por boas marcas.

Faça compras em grupo

A turma pode se unir para comprar os materiais necessários em um único lugar e, assim, conseguir descontos. As dentais sempre abaixam os valores para compras coletivas e é uma ótima ideia aproveitar preços baixos frente a tantos investimentos que o curso exige.

A Surya Dental oferece os maiores descontos e as melhores condições de pagamento para a compra de materiais odontológicos nas aquisições em grupo. No site, também já existem listas das faculdades prontas para você solicitar os produtos e, por lá, você encontra os melhores preços para kits acadêmicos!

Estudantes que compram na Surya Dental têm cupom de desconto e ganham brindes em compras a partir de certos valores, como bolsa de odontologia para materiais. Clique na imagem abaixo para aproveitar!

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Conheça as doenças na boca mais comuns e como tratar https://blog.suryadental.com.br/problemas-na-boca-indicam-doencas-graves/ https://blog.suryadental.com.br/problemas-na-boca-indicam-doencas-graves/#comments Tue, 02 Apr 2024 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=456 Tratar e prevenir doenças na boca é responsabilidade dos dentistas. Por isso, é fundamental que profissionais estejam preparados para realizar um diagnóstico preciso, saibam identificá-las e também eduquem os pacientes a respeito das formas de prevenção e tratamento.

Neste artigo, vamos abordar sobre doenças periodontais, endodônticas, cáries, câncer bucal, além das patologias sistêmicas com manifestações orais mais comuns na odontologia. Boa leitura!

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Doenças periodontais

As doenças periodontais são condições que afetam as estruturas que sustentam os dentes, incluindo os tecidos gengivais e o osso alveolar. Os tipos de doenças na boca mais comuns são a gengivite e a periodontite.

Gengivite

A gengivite é uma inflamação da gengiva causada pelo acúmulo de placa bacteriana nos dentes, caracterizada por vermelhidão, inchaço e sangramento gengival durante a escovação e o uso de fio dental.

O dentista pode fazer um exame clínico, em que são avaliados aspectos como a consistência e o formato das gengivas, além do índice de placa bacteriana, profundidade de sondagem e a presença de sangue. Outra ferramenta para identificação é o exame radiográfico para detectar possíveis perdas ósseas.

Como é uma das doenças causadas por falta de higiene na boca, o profissional deve explicar sobre a importância da limpeza adequada, com o uso de escovação correta e frequente e fio dental. Em casos mais graves, pode ser necessário realizar raspagem e alisamento radicular.

No entanto, vale salientar que a gengivite também pode ser ocasionada por fatores genéticos, tabagismo, diabetes, mudanças hormonais, estresse, uso de alguns medicamentos, má alimentação e até mesmo a presença de aparelhos ortodônticos, dentaduras mal ajustadas ou pontes dentárias que não se encaixam corretamente.

Periodontite

Já a periodontite é uma doença mais avançada e grave em comparação com a gengivite. Entre os sintomas está a inflamação crônica dos tecidos, resultando em perda de inserção periodontal e destruição do osso alveolar que suporta os dentes.

As gengivas também ficam avermelhadas, inchadas e sensíveis, ocorre retração gengival, mobilidade dentária, mau hálito persistente, sensibilidade ao frio ou ao calor e presença de pus. A identificação da periodontite requer uma avaliação clínica detalhada, com medição da profundidade das bolsas e análise da radiografia.

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A periodontite é uma das doenças na boca que tem como sintoma a inflamação da gengiva.

O tratamento requer uma limpeza profissional com raspagem radicular e remoção do acúmulo de placa bacteriana e tártaro das raízes dos dentes. Além disso, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para reduzir inflamação e, até mesmo, uma cirurgia para restauração da saúde das gengivas e do osso.

Cárie dentária 

As cáries dentárias são uma das doenças na boca causadas por bactérias. Ocorrem quando a placa bacteriana produz ácidos que corroem o esmalte dentário. Os sintomas variam de acordo com o tipo, mas geralmente incluem sensibilidade ao frio ou ao calor, dor ao mastigar e manchas escuras ou cavidades nos dentes.

O dentista consegue identificá-la por meio da radiografia e do exame clínico que demonstra o processo de desmineralização do esmalte. Para tratá-la é preciso removê-la e restaurar o dente com resina composta ou amálgama. Se o caso for avançado, pode ser necessário fazer tratamento de canal com um endodontista.

A prevenção envolve cuidados diários de higiene oral, como uso de fio dental, limitação da exposição a alimentos ricos em açúcar e visitas regulares ao dentista para exames e limpezas.

Doenças endodônticas

Doenças endodônticas afetam a polpa dentária, nome do tecido mole localizado no interior do dente. 

Pulpites e lesões periapicais são duas condições endodônticas comuns. Vamos abordar mais detalhes sobre cada uma na sequência.

Pulpite

A pulpite é uma inflamação da polpa, tecido localizado no interior do dente e que possui vasos sanguíneos e nervos. Os principais sintomas incluem sensibilidade ao calor, ao frio e a alimentos doces, além de dor intensa que piora com  a mastigação ou com a ingestão de bebidas e alimentos.

Essa doença na boca pode ser identificada por exame clínico realizado pelo dentista, que vai avaliar os sintomas relatados pelo paciente, a resposta aos estímulos térmicos e a presença de cáries ou lesões.

O tratamento da pulpite envolve a remoção da causa da inflamação e a realização de tratamento de canal. A higiene oral é fundamental para a prevenção da doença.

Lesões periapicais

As lesões periapicais são alterações que ocorrem na região ao redor da raiz, conhecida como ápice dentário. As causas são processos inflamatórios ou infecciosos na área, que podem surgir devido à necrose pulpar, trauma dental, a cáries não tratadas ou infecções que se espalham a partir do canal radicular. 

Os sintomas incluem dor localizada, inchaço na região afetada, sensibilidade ao toque e presença de abscessos ou fístulas na gengiva próxima ao dente. O dentista faz a identificação com a palpação da região afetada, radiografias periapicais para visualizar a estrutura óssea e testes de vitalidade da polpa dental.

O tratamento de canal é a solução, pois remove o tecido danificado, desinfeta o canal radicular e previne a progressão da infecção. Em casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia periapical para drenar o abscesso ou remover o tecido inflamado.

tratamento de canal
O tratamento de canal é uma das opções de tratamento para as lesões periapicais.

Patologias bucais comuns

Além das patologias mencionadas anteriormente, há diversas outras condições bucais comuns que podem afetar a saúde dos pacientes, com características específicas e tratamentos adequados em cada caso. 

Bruxismo

O bruxismo é uma disfunção caracterizada pelo ato de ranger ou apertar os dentes de forma involuntária, principalmente durante o sono. É considerado um problema multifatorial, podendo ser causado por estresse, ansiedade, desordens neuromusculares, questões na oclusão dentária, entre outros fatores.

Os sintomas mais comuns do bruxismo incluem desgaste excessivo dos dentes, dores de cabeça frequentes, dores na mandíbula e nos músculos faciais, sensibilidade, problemas na articulação temporomandibular (ATM), além de possíveis distúrbios do sono.

Para identificar o bruxismo, geralmente é realizado um exame clínico pelo dentista para avaliação dos desgastes na arcada dentária, presença de mordida desalinhada e tensão muscular na face. Durante a anamnese, também será investigado se existe consumo excessivo de alimentos duros.

O tratamento pode variar de acordo com a causa e a gravidade do problema. Geralmente, o dentista recomenda o uso de placa de mordida para proteger os dentes do desgaste durante o ranger ou apertar. Quando há danos significativos nos dentes ou na ATM, pode ser necessário um tratamento multidisciplinar.

bruxismo
As placas podem protegem os dentes das pessoas com bruxismo.

A prevenção do bruxismo tem relação com as possíveis causas. Por isso, é importante orientar medidas para redução do estresse e da ansiedade, como técnicas de relaxamento mental, evitar consumir cafeína e álcool em excesso, além de manter uma boa higiene do sono. E, claro, recomenda-se acompanhamento com dentista regularmente para avaliação das ações.

Disfunção temporomandibular (DTM)

A disfunção temporomandibular (DTM) é um conjunto de condições clínicas que afetam a ATM, os músculos da mastigação e as estruturas associadas. É uma das disfunções mais comuns do sistema estomatognático e pode se manifestar de várias formas.

Os pacientes podem apresentar dor facial, em músculos da mastigação, de cabeça e de ouvido, dificuldade para abrir a boca e para mastigar, ruídos articulares, sensação de que a mandíbula está “trancada” ou fora do lugar, desgaste dentário, entre outros sintomas.

O diagnóstico da DTM pode ser realizado com a avaliação clínica do cirurgião-dentista. Geralmente, é feito após a exclusão de outras patologias que possam apresentar sintomas semelhantes. Alguns exames complementares, como radiografias, ressonância magnética, tomografia e análise de oclusão, podem auxiliar o profissional.

Quanto aos tratamentos, eles variam de acordo com a causa do problema. No entanto, podem incluir desde medicamentos para alívio da dor, terapia com laser, infiltrações na musculatura, até a realização de processos odontológicos para ajuste oclusal.

Candidíase oral

A candidíase oral é uma das doenças de boca mais comuns. A infecção é causada pelo fungo Candida albicans, que afeta a mucosa. É popularmente conhecida como “sapinho”.  

Em determinadas situações, o micro-organismo pode se proliferar e causar sintomas, como manchas brancas ou amareladas na língua, no palato e nas mucosas (de aspecto semelhante a leite coalhado), dor e sensação de queimação, assim como inchaço e vermelhidão nas áreas afetadas.

O diagnóstico dessa doença na boca é feito por exame clínico para identificar as lesões características e diferenciá-las de outras condições semelhantes. Além disso, pode ser necessária a realização de exames complementares, como culturas de amostras para confirmar a presença do fungo.

candidíase oral
A doença sapinho na boca se caracteriza por manchas pela língua.

O tratamento da candidíase oral consiste em eliminar o crescimento excessivo do fungo e aliviar os sintomas. Para prevenir a doença, é preciso:

  • Manter uma boa higiene oral.
  • Evitar o uso excessivo de antibióticos, que podem levar ao desequilíbrio da flora oral.
  • Não consumir açúcar em excesso, que pode favorecer o crescimento do fungo.
  • Evitar o uso de próteses dentárias mal ajustadas.
  • Controlar doenças sistêmicas, como o diabetes, que podem contribuir para o desenvolvimento do fungo.

Leucoplasia

A leucoplasia é uma condição clínica que se caracteriza pelo aparecimento na mucosa oral ou no céu da boca de lesões brancas. É considerada uma lesão pré-maligna, ou seja, tem potencial para se transformar em um câncer de boca, principalmente se associada ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool.

A mancha branca na boca costuma ser espessa e bem aderida à mucosa, apresentando resistência ao tentar removê-la com um instrumento. A doença pode ocorrer em qualquer local da boca. 

No diagnóstico da leucoplasia, é importante que o cirurgião-dentista faça o exame clínico e tenha biópsia e exames de imagem, como tomografia computadorizada. Esses laudos vão servir como complemento na avaliação da lesão. 

Para tratar, o ideal é remover a fim de evitar a recorrência da boca branca ou esbranquiçada e impedir a progressão ao câncer.

leucoplastia
Pele branca na gengiva pode ser um dos sinais de leucoplasia.

Câncer bucal

O câncer de boca é um tipo de câncer que se desenvolve nas estruturas da cavidade oral, como lábios, gengivas, língua, bochechas e palato. 

O principal fator de risco para o surgimento é o tabagismo, tanto o ativo como o passivo, mas também está associado ao consumo excessivo de álcool, exposição prolongada ao sol, má higiene bucal e infecções por vírus como o HPV.

O câncer é uma doença que dá ferida na boca. Um detalhe é que elas não cicatrizam. Outros sintomas são dor persistente na boca, dificuldade para mastigar ou engolir, caroços ou inchaços no pescoço, rouquidão contínua, sensação de dormência na boca e perda de peso inexplicada.

Para identificar o câncer, o profissional deve solicitar exames de imagem e encaminhar a lesão para biópsia. O tratamento depende do estágio da doença bucal, e pode incluir cirurgia para remoção do tumor, assim como radioterapia, quimioterapia ou uma combinação das abordagens. A prevenção do câncer bucal envolve evitar os fatores de risco.

Doenças sistêmicas e suas manifestações orais

Doenças sistêmicas são aquelas que afetam múltiplas partes do corpo e podem ter sintomas que envolvem manifestações na boca. Veja quais são eles!

Sangramento gengival

Níveis altos de glicose no sangue facilitam o crescimento de bactérias na boca, ocasionando o sangramento da gengiva. Primeiro, o tecido fica vermelho e inchado, podendo sangrar durante a escovação dos dentes.

O sangramento gengival pode ocasionar doenças periodontais que, se não tratadas, podem culminar na retração gengival e na exposição da raiz dos dentes. Esse problema na boca é mais comum entre pacientes diabéticos com glicose não controlada

Boca seca

A boca seca, ou xerostomia, é caracterizada pela falta de saliva. Acontece quando as glândulas não produzem o suficiente para deixar a cavidade oral hidratada, resultando até na bochecha e boca ásperas por dentro.

Esse problema na boca pode ser desencadeado por questões emocionais, como estresse, depressão e nervosismo, assim como por diabetes, câncer e doenças autoimunes, como a Síndrome de Sjögren, em que o corpo ataca as células que produzem lágrimas e saliva. Outras causas são tabagismo, uso de alguns medicamentos e de drogas.

Entre os fármacos que podem diminuir a produção de saliva estão: anti-histamínicos, antidepressivos, anti-hipertensivos, antipsicóticos e sedativos.

remédios podem causar boca seca
Certos remédios podem causar a boca seca.

O tratamento é voltado para a origem do problema. Se é causada pelo uso de algum remédio, é indicado mudar a dosagem ou encontrar uma fórmula substituta. Caso seja decorrente da Síndrome de Sjögren, é importante que o dentista faça o encaminhamento a um médico especialista.

Existem algumas formas de prevenir a boca seca. Veja quais são:

  • Beber bastante água.
  • Evitar bebidas à base de cafeína, como café, chá e refrigerante.
  • Não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso.
  • Diminuir o consumo de açúcar, assim como de alimentos picantes e ácidos.

Feridas na boca

Feridas e bolhas estão entre os problemas na boca mais comuns. Na maioria dos casos, são inofensivas, mas funcionam como um sinal de alerta do corpo quando não somem e nem cicatrizam.

A afta (ou úlcera aftosa), por exemplo, surge na língua, nos lábios e na cavidade interna das bochechas e tendem a desaparecer em poucos dias. A lesão branca com contorno vermelho não é contagiosa e não tem causa definida.

Podem ser decorrentes de trauma, ingestão de alimentos picantes, salgados e muito ácidos, mas também de deficiência de vitamina B, estresse e problemas hormonais.
Outra doença na boca é a herpes simples. As lesões aparecem nos lábios em situações de estresse. São perigosas por serem altamente contagiosas, podendo ser transmitidas, por exemplo, ao beijar. A infecção não tem cura, apenas controle.

herbes bucal
Doença na boca transmissível por beijo: a herpes simples é muito contagiosa.

Mau hálito

O problema pode indicar distúrbios gástricos ou infecção nas amígdalas. A origem do mau hálito é geralmente na língua e é decorrente da má higienização e do acúmulo de alimentos. A superfície acumula bactérias e restos de alimentos, formando a saburra, que causa odor desagradável porque libera compostos à base de enxofre.

O mau hálito é facilmente eliminado com a higienização correta da língua. O dentista pode recomendar aos pacientes que usem limpadores (ou raspadores) de língua ou escovas dentais sempre após a escovação. Enxaguantes bucais também são indicados, pois ajudam a reduzir as bactérias e o mau hálito, assim como o fio dental.

Embora a halitose esteja geralmente associada a uma má higiene da língua, o mau hálito também pode ser um sinal de problemas maiores, como diabetes, doenças dos rins, fígado e pulmão, além dos distúrbios gastrointestinais citados. A solução, nesses casos, requer tratamento da doença de origem associada a uma completa higiene bucal.

Saburra e placa bacteriana

Boca amarelada por dentro: o que pode ser? Saburra. Ela se caracteriza por uma camada branca, amarela ou marrom formada por bactérias e restos de alimentos que se alojam na língua. 

Pode acontecer ainda em razão da baixa produção de saliva e do descamamento natural da cavidade bucal. Essa secreção branca na boca ao acordar é uma das principais causas do mau hálito. 

Esse problema na boca é prevenido fazendo uma boa higiene bucal. O paciente pode utilizar um limpador de língua para a limpeza das papilas em direção às pontas, até que a camada de saburra desapareça. Instrua para que as pessoas lavem o raspador a cada utilização.

A placa bacteriana, que se aloja nos dentes, também é resultado de má higienização da boca. Ela se caracteriza por saliva e língua amarela e gosto amargo na boca. Causa cáries, problemas gengivais, mas também pode entrar na corrente sanguínea, desencadeando inflamações e infecções.

O conhecimento sobre as doenças bucais é fundamental no exercício de uma prática odontológica eficaz ao realizar a identificação com os exames clínicos e de imagem. E, claro, para proporcionar um tratamento adequado dos pacientes.

É válido dizer que existem outras doenças na boca, e se você ainda está cursando odontologia e quer ficar por dentro de vários assuntos, clique na imagem abaixo para conferir diversos conteúdos exclusivos para acadêmicos no blog da Surya!

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https://blog.suryadental.com.br/problemas-na-boca-indicam-doencas-graves/feed/ 10
Síndrome da boca ardente: o que é, causas e tratamentos https://blog.suryadental.com.br/ardencia-na-boca-pode-ser-doenca/ https://blog.suryadental.com.br/ardencia-na-boca-pode-ser-doenca/#comments Tue, 27 Feb 2024 10:00:00 +0000 http://blog.suryadental.com.br/?p=3596 Se o seu paciente sente a boca arder com frequência, mesmo sem ingerir alimentos ou bebidas que possam provocar essa sensação, ou alega que está com paladar alterado e com queimação, pode ser que ele esteja com a chamada síndrome da boca ardente (SBA).

Estudos científicos mostram que a ardência bucal atinge 3,7% da população, com maior incidência entre as mulheres (5,5%) na faixa etária de 40 a 60 anos — geralmente, no período da menopausa —, mas também aparece em homens (1,6%).
Continue a leitura para conhecer mais detalhes sobre o diagnóstico da síndrome, o que ela causa e como o dentista pode ajudar os pacientes com ardência na boca!

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O que é síndrome da boca ardente?

Síndromes são caracterizadas por serem conjuntos de sintomas em diferentes patologias. Por isso, é difícil de realizar o diagnóstico da SBA, em que a boca permanece com aspecto normal e não apresenta alterações clínicas. Mas ,em geral, pode-se dizer que trata-se de um desequilíbrio das terminações nervosas.

Quais os sintomas da síndrome da boca ardente?

Entre as condições que caracterizam a síndrome da boca ardente estão:

  • Boca, língua, gengivas, lábios e até o céu da boca ardente.
  • Sensação de boca queimando ao redor.
  • Língua ou boca pinicando (formigamento).
  • Desconforto no local (como mucosa da boca irritada e boca sensível por dentro).
  • Disfunção oral, afetando a qualidade de vida.
  • Alterações do paladar.
  • Boca seca.
  • Aumento da sede.

Síndrome da boca ardente: diagnóstico

Considerando o contexto e a dificuldade dos diagnósticos, é fundamental que os dentistas estejam atualizados sobre a síndrome para indicar o tratamento adequado aos pacientes.

Para facilitar esse processo, o diagnóstico da síndrome da boca ardente é feito por exclusão. Isso porque não existe exame específico que aponte para a SBA. Sendo assim, é fundamental que os profissionais estejam atentos aos sintomas e ao quadro geral durante a anamnese. Alterações na tireoide ou diabetes também podem causar o menor fluxo de saliva, um dos sintomas da síndrome.

Quando a boca fica mais seca do que o normal, o funcionamento das papilas torna-se inadequado, prejudicando o paladar e desencadeando uma possível ardência bucal. Esse sintoma da síndrome, no entanto, é passageiro. São as queixas do paciente que devem levar a um diagnóstico preciso.

O profissional deve realizar uma série de ações para ponderar sobre as dores e sensações, e, assim, guiar para uma resposta definitiva. Na sequência, veja o que fazer!

Histórico médico

Durante a conversa, o dentista deve coletar informações sobre sintomas, duração das queixas, intensidade da dor e outras características para que possa ter os dados em mãos e compreender as possibilidades antes de passar às exclusões.

Também é fundamental entender sobre o histórico médico e dentário; uso de medicamentos; estilo de vida; utilização de produtos, principalmente aqueles de contato com a boca, como pasta de dente e maquiagens; além do consumo de certos alimentos.

Exame físico

O profissional deve examinar a boca e a língua do paciente em busca de sinais de inflamação, lesões e alterações na cor ou textura da mucosa.

exame físico síndrome da boca ardente
No exame físico, o dentista checa as alterações que levaram a pessoa a estar com a boca assada, coçando, ardendo e ressecada.

Exclusão de outras condições

Com as informações obtidas e observadas, o dentista passa a descartar outras condições com sintomas semelhantes e que possam estar causando a ardência bucal. Entre as possíveis doenças estão:

  • Infecções bucais.
  • Reações alérgicas.
  • Deficiências nutricionais.
  • Alterações hormonais.
  • Refluxo gastroesofágico.
  • Diabetes.

A exclusão deve vir após a realização de exames de sangue, testes alérgicos, biópsias ou encaminhamento para um especialista apropriado.

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Avaliação do nível de dor

O profissional pode utilizar escalas de dor para avaliar a intensidade do desconforto do paciente. Isso pode ajudar no monitoramento dos sintomas ao longo do tempo.

O que causa a síndrome da boca ardente?

De acordo com estudo etiológico, as causas exatas da SBA ainda não são totalmente conhecidas. No entanto, as relações podem ser locais, sistêmicas, emocionais ou idiopáticas. Vamos explorar mais detalhes na sequência!

Causas locais

O contorno da boca ardendo e vermelho pode ser proveniente do uso incorreto de aparelhos ortodônticos ou devido a uma prótese sem revisão e mal posicionada. Assim, o metal pode levar à sensação de queimação. 

Possíveis alergias a corantes, conservantes e aditivos alimentares em contato com a boca devem ser consideradas, além de infecções, como a candidíase oral (Candida albicans) ou por bactérias não-específicas.

Mulher com dores da boca por conta da Síndrome da boca ardente
Lábios queimando: o que pode ser? Vermelhidão na boca e ardência podem estar relacionadas a causas locais. Foto: Reprodução/Freepik.

Causas sistêmicas

As causas sistêmicas englobam a alteração das glândulas salivares por certos medicamentos, como anticolinérgicos, anti-histamínicos, antidepressivos, omeprazol, antibióticos específicos e outros que causam xerostomia.

Doenças do tecido conectivo, como a síndrome de Sjörgren (autoimune) ou a fibromialgia (de dor crônica), e endócrinas (diabetes) também podem apresentar a sensação de boca seca como um dos sintomas.

A hipótese de questões neurológicas não deve ser descartada, principalmente por conta das neuralgias do trigêmeo e do glossofaríngeo. Deficiências nutricionais, como a falta de vitaminas do complexo B, estão associadas à queimação na língua. Já a carência de zinco pode levar à atrofia de papilas bucais.

Causas emocionais

Depressão, ansiedade e síndrome do pânico podem estar associadas à SBA. Pessoas que passaram por situações de grande estresse ou decepção também estão mais propensas a ter ardência na boca.

Mulher com sintomas de boca sensível
Os sintomas de boca sensível podem estar relacionados às questões emocionais.

Causas idiopáticas

Causas idiopáticas são aquelas desconhecidas. Sendo assim, pode ser que o dentista exclua alguns quadros e ainda não obtenha uma explicação para os sintomas de ardência.

Quem pode ter SBA?

Em teoria, todas as pessoas podem apresentar os sintomas da síndrome de ardência na boca. O quadro pode aparecer por uma condição alérgica ou devido ao uso de algum medicamento, como já explicamos. 

Entretanto, como apresentamos no início deste texto, a etiologia demonstra que a incidência tende a ser maior em mulheres de 40 a 60 anos, no período de menopausa ou posterior.

A cirurgiã-dentista Karyne Magalhães explica com mais detalhes quem pode ter e as possíveis causas da ardência. Clique para assistir!

Abordagem clínica e tratamento

Uma das principais dúvidas dos pacientes é se a síndrome da boca ardente tem cura. A resposta vai depender do caso e dos sintomas. 

Por isso, é importante que o profissional de saúde especialista em síndrome da boca ardente seja um dentista ou otorrinolaringologista, avalie adequadamente o paciente e trace um plano de tratamento individualizado.

Na maioria dos casos, a cura é baseada no alívio dos sintomas e no controle da dor. Alguns dos possíveis tratamentos incluem:

  • Medicação: uso de remédios prescritos pelos profissionais que atinjam o sistema nervoso central para diminuir a sensação de dor.
  • Terapia tópica: uso de enxaguantes bucais ou géis analgésicos com substâncias, como lidocaína e benzocaína, que podem ajudar a aliviar temporariamente os sintomas.
  • Tratamento de condições subjacentes: tratar o quadro relacionado à SBA.

É importante citar que cada situação e cada pessoa são únicas. Com isso, os tratamentos podem variar. Em casos nos quais os sintomas estão relacionados ao emocional, por exemplo, o encaminhamento pode ser o atendimento por um psiquiatra e a realização de terapia com psicólogo para gerenciamento e redução dos sintomas.

Embora a causa exata da síndrome da boca ardente ainda não seja totalmente compreendida, é fundamental que os dentistas saibam realizar o diagnóstico corretamente e fazer as diferenciações para descartar outras opções, assim como alinhar um tratamento correto para os sintomas.

Estar em constante atualização dos conhecimentos é fundamental para os profissionais da área e para os estudantes em formação. 

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